Discursos da extrema-direita no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.35956/v.21.n2.2021.p.85-100Palavras-chave:
Linguagem fascista, Brasil, Bolsonaro, Análise do discurso, RetóricaResumo
Usar a linguagem humana para calar adversários, transformados em inimigos, e incitar seus adeptos à violência são duas das principais propriedades da linguagem fascista. Neste artigo, pretendemos realizar uma breve exposição de certas semelhanças e diferenças entre o populismo e o fascismo, para, em seguida, apresentar algumas reflexões sobre a linguagem fascista, a partir de Victor Klemperer e de Jean-Pierre Faye, e para, finalmente, analisar alguns pronunciamentos e declarações de Jair Bolsonaro. Nossos principais propósitos consistem em problematizar uma distinção feita pelo historiador Federico Finchelstein entre populismo e fascismo e em sustentar a ideia de que vários discursos desse político brasileiro, produzidos ao longo de mais de três décadas de vida pública, materializam traços de uma linguagem neofascista. Para a execução do trabalho, empregaremos alguns postulados da Análise do discurso, além de nos valermos de certos princípios da Retórica.
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