Discursos da extrema-direita no Brasil

Auteurs-es

  • Carlos Piovezani Universidade Federal de São Carlos

DOI :

https://doi.org/10.35956/v.21.n2.2021.p.85-100

Mots-clés :

Linguagem fascista, Brasil, Bolsonaro, Análise do discurso, Retórica

Résumé

Usar a linguagem humana para calar adversários, transformados em inimigos, e incitar seus adeptos à violência são duas das principais propriedades da linguagem fascista. Neste artigo, pretendemos realizar uma breve exposição de certas semelhanças e diferenças entre o populismo e o fascismo, para, em seguida, apresentar algumas reflexões sobre a linguagem fascista, a partir de Victor Klemperer e de Jean-Pierre Faye, e para, finalmente, analisar alguns pronunciamentos e declarações de Jair Bolsonaro. Nossos principais propósitos consistem em problematizar uma distinção feita pelo historiador Federico Finchelstein entre populismo e fascismo e em sustentar a ideia de que vários discursos desse político brasileiro, produzidos ao longo de mais de três décadas de vida pública, materializam traços de uma linguagem neofascista. Para a execução do trabalho, empregaremos alguns postulados da Análise do discurso, além de nos valermos de certos princípios da Retórica.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Carlos Piovezani, Universidade Federal de São Carlos

Professor associado do Departamento de Letras da UFSCar e pesquisador do CNPq. Coordenou o PPGL/UFSCar entre 2013 e 2016 e atualmente coordena o Laboratório de estudos do discurso (Labor/UFSCar) e o Grupo de estudos em Análise do discurso e História das ideias linguísticas (Vox/UFSCar). É autor de A voz do povo: uma longa história de discriminações (Vozes, 2020) e, em conjunto com Emilio Gentile, de A linguagem fascista (Hedra, 2020) e organizador, entre outros, de Discurso e (pós)verdade (Parábola, 2021), História da fala pública (Vozes, 2015), Discurso social e retóricas da incompreensão (EdUFSCar, 2015), Presenças de Foucault na Análise do discurso (EdUFSCar, 2014) e Legados de Michel Pêcheux (Contexto, 2011). Foi professor visitante na Universidade de Buenos Aires e professor convidado na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris.

Références

ARISTÓTELES. (2005). Retórica. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda.

BARROS E SILVA, F. (2020). Dentro do pesadelo. O governo Bolsonaro e a calamidade brasileira. Revista Piauí, São Paulo, edição 164, p. 26-31.

BARTHES, R. (2000). Aula. São Paulo: Cultrix.

CICERO. (2002). De l’orateur. Paris: Les Belles Lettres.

FAYE, J-P. (2009). Introdução às linguagens totalitárias. São Paulo: Perspectiva.

FINCHELSTEIN, F. (2019). Do fascismo ao populismo na história. São Paulo: Almedina.

GÓRGIAS. (2005) Elogio de Helena. In: O efeito sofístico (p. 293-301). São Paulo: Editora 34.

KLEMPERER, V. (2009). LTI. A linguagem do Terceiro Reich. Rio de Janeiro: Contraponto.

MOURA, M. e CORBELLINI, J. (2019). Eleição disruptiva: por que Bolsonaro venceu. Rio de Janeiro: Record.

PERELMAN, C; OLBRECHTS-TYTECA, L. (2005). Tratado da argumentação. São Paulo: Martins Fontes.

PIOVEZANI, C. e GENTILE, E. (2020). A linguagem fascista. São Paulo: Editora.

SAINT-CLAIR, C. (2018). O homem que peitou o exército e desafia a democracia. Rio de Janeiro: Máquina de Livros.

Téléchargements

Publié-e

2021-12-29

Comment citer

Piovezani, C. (2021). Discursos da extrema-direita no Brasil. Revista Latinoamericana De Estudios Del Discurso, 21(2), 85–100. https://doi.org/10.35956/v.21.n2.2021.p.85-100

Numéro

Rubrique

Artículos

Articles similaires

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée d’articles similaires à cet article.