A TEORIA NATURALISTA DOS NOMES NO CRÁTILO DE PLATÃO

Autores

Palavras-chave:

Platão. Crátilo. Linguagem. Categorização. Forma.

Resumo

Este artigo visa realizar uma análise detalhada da obra Crátilo, de Platão, propondo que ela se organiza segundo um padrão dialético, no qual o filósofo se esforça para refutar duas posições filosóficas inadequadas: a de Eutidemo e a de Protágoras. Identificamos que o problema central dessas teorias reside nos seus alicerces ontológicos: os dois pensadores articulam um mundo onde não há critérios lógico-ontológicos que governem o uso da linguagem. Platão critica essas posições, expondo suas consequências indesejáveis, sobretudo, nos domínios ético e epistemológico. A tese principal deste artigo é que Platão se esforça para delinear, em contraste com essas duas teses excêntricas, um projeto filosófico mínimo que permita a tipificação dos seres em diferentes categorias, segundo propriedades objetivas e duráveis (εἴδη, “formas”). Tal projeto visa fundamentar a viabilidade metodológica da linguagem, da dialética e da ética.

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Biografia do Autor

Eduardo Freitas Nascimento, Universidade Federal de Goias

Graduado em Filosofia (Bacharelado) pela Universidade Federal de Goiás, atualmente faço parte do Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás.

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Publicado

28-10-2024

Como Citar

Freitas Nascimento, E. (2024). A TEORIA NATURALISTA DOS NOMES NO CRÁTILO DE PLATÃO. PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 13(28), 308–331. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/polemos/article/view/54181

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Seção

Artigos