A TEORIA NATURALISTA DOS NOMES NO CRÁTILO DE PLATÃO
Palabras clave:
Platão. Crátilo. Linguagem. Categorização. Forma.Resumen
Este artigo visa realizar uma análise detalhada da obra Crátilo, de Platão, propondo que ela se organiza segundo um padrão dialético, no qual o filósofo se esforça para refutar duas posições filosóficas inadequadas: a de Eutidemo e a de Protágoras. Identificamos que o problema central dessas teorias reside nos seus alicerces ontológicos: os dois pensadores articulam um mundo onde não há critérios lógico-ontológicos que governem o uso da linguagem. Platão critica essas posições, expondo suas consequências indesejáveis, sobretudo, nos domínios ético e epistemológico. A tese principal deste artigo é que Platão se esforça para delinear, em contraste com essas duas teses excêntricas, um projeto filosófico mínimo que permita a tipificação dos seres em diferentes categorias, segundo propriedades objetivas e duráveis (εἴδη, “formas”). Tal projeto visa fundamentar a viabilidade metodológica da linguagem, da dialética e da ética.
Descargas
Citas
ADEMOLLO, F. The Cratylus of Plato: a commentary. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.
ALLEN, R. E. Plato’s Earlier Theory of Forms. In: VLASTOS, G. (Ed.). The Philosophy of Socrates. Palgrave Macmillan, 1971, pp. 319-334.
ARISTÓTELES. Metafísica – Livros IV e VI. Trad. Lucas Angioni. Clássicos da Filosofia: Cadernos de Tradução, Campinas/SP, IFCH/UNICAMP, n. 14, 2007.
BORGES, Anderson de Paula. Fluxo e Infalibilismo em Teeteto 151-160. Journal of Ancient Philosophy, v. VI, n. 2, p. 1-30, 2012. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1981-9471.v6i2p1-30.
BORGES, Anderson de Paula. A Interpretação Aristotélica do Pensamento Protagoreano em Metafísica Γ 4-6. Journal of Ancient Philosophy, São Paulo, Vol. 11, N. 2, 2017. p. 82-105.
BURNYEAT, Myles. Conflicting appearances. In: Burnyeat, M. Explorations in Ancient and Modern Philosophy, Vol. 1. Cambridge: Cambridge University Press, 2012, pp. 276-315.
BURNYEAT, Myles. The Theaetetus of Plato: with a translation of Plato’s Theaetetus by M. J. Levett revised by Myles Burnyeat. Indianapolis/ Cambridge: Hackett Publishing Company, 1990.
CODE, Alan. Aristotle’s Investigation of a Basic Logical Principle: Which Science Investigates the Principle of Non-Contradiction?. Canadian Journal of Philosophy, v. 16, n. 3, p. 341-358, 1986. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/40231475. Acesso em: 13 março 2024.
CORNFORD, Francis MacDonald. Plato’s Theory of Knowledge: The Theaetetus and the Sophist of Plato translated with a running commentary. London: Kegan, Paul, Trench, Trubner & CO. LTD; New York: Harcourt, Brace and Company, 1935.
EMPIRICUS, Sextus. Outlines of Scepticism. Trad. Jonathan Barnes. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
FERRARI, Franco. Teoria das Ideias. In: CORNELLI, G.; LOPES, R. (Coord.). Platão. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2018, pp. 213-228.
PLATÃO. A República. Trad. Anna Lia Amaral de Almeida Prado. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
PLATÃO. Crátilo. Trad. Celso de Oliveira Vieira. São Paulo: Paulus, 2014.
PLATÃO. Cratylus. Trad. C. D. C. Reeve. In: COOPER, J. M. (Ed.). Complete Works. Indianapolis: Hackett Publishing Company, 1997, pp. 101-156.
PLATÃO. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2001.
PLATÃO. Teeteto e Crátilo. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1988.
PLATÃO. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2015.
ROBINSON, Richard. The Theory of Names in Plato’s Cratylus. Revue Internationale de Philosophie, v. 9, n. 32 (2), p. 221-236, 1995. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/23936762. Acesso em: 13 março 2024.
SEDLEY, David. The Etymologies in Plato’s Cratylus. The Journal of Hellenic Studies, v. 118, p. 140-154, 1998. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/632235. Acesso em: 13 março 2024.
SEDLEY, David. Plato’s Cratylus. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
WILLIAMS, Bernard. Cratylus’ theory of names and its refutation. In: NUSSBAUM, M. C.; SCHOFIELD, M. Language and Logos: Studies in ancient Greek philosophy presented to G. E. L. Owen. Cambridge: Cambridge University Press, 1982, pp. 83-93.
ZILLIG, Raphael. Significação e não contradição: o papel da noção de significação na defesa do princípio de não-contradição em Metafísica Γ 4. Analytica, Rio de Janeiro (UFRJ), v. 11, n. 1, p. 107-126, 2007. DOI: https://doi.org/10.35920/arf.v11i1.527.
ZINGANO, Marco. Notas sobre o Princípio da Não Contradição em Aristóteles. Caderno de História e Filosofia da Ciência, v. 13, n. 1, p. 7-32, 2003. Disponível em: https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/article/view/716. Acesso em: 13 março 2024.
ZINGANO, Marco. Unidade do gênero e outras unidades em Aristóteles: significação focal, relação de consecução, semelhança, analogia. Analytica, v. 17, n. 2, p. 395-432, 2013. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/analytica/article/view/2184. Acesso em: 13 março 2024.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Todos os trabalhos que forem aceitos para publicação, após o devido processo avaliativo, serão publicados sob uma licença Creative Commons, na modalidade Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License (CC BY-NC-ND 4.0). Esta licença permite que qualquer pessoa copie e distribua a obra total e derivadas criadas a partir dela, desde que seja dado crédito (atribuição) ao autor / Ã autora / aos autores / às autoras.