Os Salões Revolucionários de 1931
revisionismo histórico, feminismo e ativismo curatorial
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v14i28.60594Palavras-chave:
Salão Revolucionário; Escola Nacional de Belas Artes; I Salão Feminino de Arte; história da arte; revisionismo; mulheres artistas; curadoria; ativismo curatorial.Resumo
Em 1931, realizou-se a 38ª Exposição Geral na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). O principal articulador foi o jovem Lucio Costa, ao término de seu primeiro e único ano como diretor da instituição. Desde então, o evento consolidou-se como um marco na historiografia da arte e da arquitetura brasileira, referido como o Salão Revolucionário – título, por diversos aspectos, frequentemente contestado. Esse artigo introduz novos vetores revisionistas sobre a exposição a partir da análise do catálogo e da investigação sobre a participação de artistas e arquitetas mulheres. Busca-se, paralelamente, correlaciona-lo com outros eventos que o precederam em 1931, com destaque para o I Salão Feminino de Arte, cuja natureza autoriza sim qualificá-lo como um evento de caráter revolucionário. Ao articular essas duas experiências, pretende-se evidenciar sua relevância no desenvolvimento exposições críticas e experimentais, que, datadas em quase um século, podem ser compreendidas como expressões precursoras do ativismo curatorial no Brasil.
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