Debates contemporâneos sobre a repatriação de bens culturais

o caso do Manto Tupinambá

Autores

  • Karine Costa UFSC

DOI:

https://doi.org/10.26512/museologia.v14i28.60320

Palavras-chave:

Manto tupinambá; Museologia Indígena; Museus; Repatriação.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo problematizar algumas questões que envolvem o processo de retorno do manto Tupinambá ao Brasil, tendo em vista a ampliação dos debates contemporâneos sobre a repatriação de bens culturais. A partir de uma abordagem qualitativa fundamentada na análise de entrevistas e matérias de jornais online, buscamos compreender de que forma o seu retorno ao Brasil pode ser percebido enquanto um ato de enfrentamento às estruturas coloniais de poder que ainda persistem, especialmente no âmbito das instituições museológicas, atuais “guardiãs” dos mantos tupinambás que ainda existem.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ATHIAS, Renato. Coleções etnográficas, povos indígenas e repatriação virtual: novas questões para um velho debate. In: OLIVEIRA, João P. de.; SANTOS, Rita de C. M. (orgs.). De acervos coloniais aos museus indígenas: formas de protagonismo e de construção da ilusão museal. João Pessoa: Editora UFPB, 2019, p. 337-364.

BERGERON, Yves; RIVET, Michèle. Descolonizando la Museología. Paris: ICOM/ICOFOM, 2021.

BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.

BOAST, Robin; ENOTE, Jim. Virtual Repatriation: It's Neither Virtual nor Repatriation. In: P. F. Biehl; C. Prescott (Eds.), Heritage in the context of globalization: Europe and the Americas. Springer, New York, p. 103-113, 2013.

BORGES, Luiz C.; BOTELHO, Marilia B. Museus e restituição patrimonial – entre a coleção e a ética. In: XI Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação. Rio de Janeiro, p. 1-20, 2010.

BRASIL. Decreto-Lei n. 4.146, de 4 de março de 1942. Dispõe sobre a proteção dos depósitos fossilíferos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 4 mar. 1942.

BRASIL. Lei n. 3.924 de 26 de julho de 1961. Dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 26 jul. 1961.

BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Diário Oficial da União. Rio de Janeiro, 11 jan. 2002.

CAFFÉ, J.; GONTIJO, J. Expor o sagrado: o caso do manto tupinambá na exposição Kwá Yepé Turusú Yuriri Assojaba Tupinambá. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 7, n. 2, p. 23–47, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8670562 Acesso em: 19 set. 2023.

CASTRO, L.; FONSECA, C. F. (2022). O Levante dos Mantos: Kwá Yepé Turusú Yuriri Assojaba Tupinambá e Morî’ erenkato eseru’. Revista Estado Da Arte, 3(2), p. 505-519, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.14393/EdA-v3-n2-2022-64457 Acesso em 19 set. 2023.

CHIARELLI, Tadeu. O manto Tupinambá como matéria e símbolo: algumas anotações. Arte e Crítica. Ano XXI, n. 56, p. 64-83, jun. 2023.

CLIFFORD, James. Colecionando arte e cultura. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 23, p. 69-89, 1994.

COSTA, Karine L. da. Caminhos para a descolonização dos museus: a questão da repatriação das antiguidades egípcias. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em História. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2019.

COSTA, Karine L. da; PIRES, Kimberly T. A. Repatriação virtual X repatriação física: avanços e limitações na descolonização museal. Revista Memória em Rede, v. 16 n. 31, 2024, p. 270-288.

GAY, Auréline. La restitution des biens culturels à leur pays d'origine. Un débat au carrefour entre le droit, la politique et la morale. Lyon: Institut d'Études Politiques de Lyon, 2013.

MELO, Jorge H. T. L. Kàjré: a vida social de uma machadinha Krahô. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010.

MENESES, Ulpiano T. B. A problemática da identidade cultural nos museus: de objetivo (de ação) a objeto (de conhecimento). Anais do Museu Paulista. Nova Série, n. 1, p. 207-309, 1993.

PEREIRA, Joseane. Indígenas reivindicam de museus a devolução de seus artefatos, que possuem um ciclo de vida próprio. Aventuras na História, abril de 2019. Disponível em: https://abrir.link/miWRf Acesso em: 27 dez. 2023.

POLLAK, M. Memória e identidade social. Estudos Históricos, v. 5, n. 10, Rio de Janeiro, p. 200-212, 1992.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do Saber – Eurocentrismo e Ciências Sociais – Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005.

ROXO, Elisangela. As provações do Manto Tupinambá. Piauí, 2024. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/manto-tupinamba-volta-dinamarca/ Acesso em: 04 nov. 2025.

SOAS UNIVERSITY OF LONDON. Beyond repatriation: building value through community spaces. Londres: SOAS, 2025. Disponível em: https://www.soas.ac.uk/about/blogs/beyond-repatriation-building-value-through-community-spaces Acesso em: 4 nov. 2025.

STEWART, Susan. On Longing: Narratives of the Miniature, the Gigantic, the Souvenir, the Collection. Durham and London: Duke University Press, 1992.

TUPINAMBÁ, Glicéria. A visão do manto. Revista Zum 21, dez. 2021. Disponível em: https://revistazum.com.br/revista-zum-21/a-visao-do-manto/ Acesso em: 30 nov. 2023.

VERGÈS, Françoise. Decolonzar o museu: programa de desordem absoluta. São Paulo: Ubu Editora, 2023.

Downloads

Publicado

2025-12-24

Como Citar

Costa, K. (2025). Debates contemporâneos sobre a repatriação de bens culturais : o caso do Manto Tupinambá. Museologia & Interdisciplinaridade, 14(28), 57–69. https://doi.org/10.26512/museologia.v14i28.60320

Edição

Seção

Dossiê comemorativo 15 anos do curso de museologia da UnB