O Ser camponês

Agenciamento como identidade em política no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas

Autores

  • Atila Bezerra Tolentino

DOI:

https://doi.org/10.26512/museologia.v14i28.58677

Resumo

A partir de uma pesquisa implicada e comprometida com públicos subalternizados, este artigo apresenta uma reflexão sobre como o “ser camponês” é agenciado pelo Memorial das Ligas e Lutas Camponesas - MLLC como uma “identidade em política”, na perspectiva do semiólogo argentino Walter Mignolo. Localizado na comunidade tradicional rural Barras de Antas, no município de Sapé/PB, o MLLC tem como foco preservar a memória do movimento social das Ligas Camponesas, abarcando as lutas contemporâneas dos povos dos campos e as suas ressignificações na atualidade. Defende-se que a  assunção do “ser camponês” como classe social e uma identidade politicamente demarcada reveste-se como um projeto ético-político na musealização das memórias coletivas dos povos do campo, impulsionando a sua luta por justiça social e contrapondo-se ao desenvolvimento predatório do latifúndio monocultor.

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Publicado

2025-12-24

Como Citar

Bezerra Tolentino, A. (2025). O Ser camponês: Agenciamento como identidade em política no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas. Museologia & Interdisciplinaridade, 14(28), 39–56. https://doi.org/10.26512/museologia.v14i28.58677

Edição

Seção

Dossiê comemorativo 15 anos do curso de museologia da UnB