O Ser camponês
Agenciamento como identidade em política no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas
DOI:
https://doi.org/10.26512/museologia.v14i28.58677Resumo
A partir de uma pesquisa implicada e comprometida com públicos subalternizados, este artigo apresenta uma reflexão sobre como o “ser camponês” é agenciado pelo Memorial das Ligas e Lutas Camponesas - MLLC como uma “identidade em política”, na perspectiva do semiólogo argentino Walter Mignolo. Localizado na comunidade tradicional rural Barras de Antas, no município de Sapé/PB, o MLLC tem como foco preservar a memória do movimento social das Ligas Camponesas, abarcando as lutas contemporâneas dos povos dos campos e as suas ressignificações na atualidade. Defende-se que a assunção do “ser camponês” como classe social e uma identidade politicamente demarcada reveste-se como um projeto ético-político na musealização das memórias coletivas dos povos do campo, impulsionando a sua luta por justiça social e contrapondo-se ao desenvolvimento predatório do latifúndio monocultor.
Downloads
Referências
ANDRADE, Manuel Correia de. As tentativas de organização das massas rurais. As Ligas Camponesas e a sindicalização dos trabalhadores do campo (1963). In WELCH, Clifford A. (et al, org.). Camponeses brasileiros: leituras e interpretações clássicas. Vol. 1. São Paulo: Unesp; Brasília: Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, 2009. p. 73-87.
ARAÚJO, Ozenildo Ramos. [Entrevista] 2023. Entrevista concedida em 28/02/2023, na comunidade Barra de Antas, Sapé/PB.
BASTIANI, Tânia Mara de. Em tempos de silêncios, o grito da resistência não pode calar: as parcerias entre o Ensino de História e a Educação dos povos do campo. Saeculum – Revista de História, v. 26, n. 45, João Pessoa, p. 216-230, jul/dez 2021.
BASTOS, Elide Rugai. As Ligas Camponesas. Petrópolis: Vozes, 1984.
COUTINHO, Eduardo. Cabra marcado pra morrer. Documentário, 1984.
IANNI, Octávio. A utopia camponesa (1986). In organização WELCH, Clifford A. (et al). Camponeses brasileiros: leituras e interpretações clássicas. Vol. 1. São Paulo: Unesp; Brasília: Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, 2009. p. 135-144.
JULIÃO, Francisco. Cambão: a face oculta do Brasil. Recife: Bagaço, 2013.
LIMA, Alane et al. Plano museológico do Memorial da Ligas e Lutas Camponesas: 2023-2027. João Pessoa: Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, 2023.
LIMA, Alane Maria Silva. [Entrevista] 2023. Entrevista concedida em 17/04/2023, na comunidade Barra de Antas, Sapé/PB.
MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF. Dossiê Literatura, língua e identidade, nº 34, p. 287-324, 2008.
MORAIS, Clodomir Santos de. História das Ligas Camponesas no Brasil – 1969. In STEDILE, João Pedro (org.). História e natureza das Ligas Camponesas – 1954-1964. São Paulo: Expressão Popular, 2006, p. 21-76.
OLIVEIRA, Josilene da Silva. [Entrevista] 2023. Entrevista concedida em 7/03/2023, na comunidade Barra de Antas, Sapé/PB.
PERLATTO, Fernando; MAIA, João Marcelo. Qual sociologia pública? Uma visão a partir da periferia. Lua Nova, nr. 87, São Paulo, p. 83-112, 2012.
PESSOA, Vitor Gadelha. As Ligas Camponesas na Paraíba: história e memória. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-graduação em História, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2015.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo – Colônia. In SANTIAGO, Silvano (coord.) Intérpretes do Brasil. Vol. III, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, pp. 1103-1475.
RODRIGUES, Weverton. [Entrevista] 2023. Entrevista concedida em 23/03/2023, na comunidade Barra de Antas, Sapé/PB.
SANTOS, Cosmo Galdino dos. [Entrevista] 2023. Entrevista concedida em 01/02/2023, na comunidade Barra de Antas, Sapé/PB.
SANTOS, Antonio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora/Piseagrama, 2023.
SANTOS, Maria Célia T. Moura. Encontros museológicos: reflexões sobre a museologia, a educação e o museu. Rio de Janeiro: MINC/IPHAN/ DEMU, 2008.
SHANIN, Teodor. A definição de camponês: conceituações e desconceituações – o velho e o novo em uma discussão marxisista. Revista NERA, Presidente Prudente, Ano 8, n. 7, jul/dez, p. 1-21, 2005.
SILVA, Gilmar Estêvão. [Entrevista] 2023. Entrevista concedida em 28/02/2023, na comunidade Barra de Antas, Sapé/PB.
TOLENTINO, Átila B. A ferida colonial, os museus e as lutas no campo: insurgências e práticas decoloniais no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas. Tese (Doutorado em Sociologia) - Programa de Pós-graduação em Sociologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2024.
VEINGUER, Aurora Álvarez; SEBASTIANI, Luca. Horizontes etnográficos desde experiencias colaborativas e implicadas. Revista de Antropología Iberoamericana. Vol. 15, nº 2, Madri: Antropólogos Iberamericanos en Red, p. 233-246, mai/ago 2020.
VELHO, Otávio G. A. C. O conceito de camponês e sua aplicação à análise do meio rural brasileiro. (1989). In WELCH, Clifford A. et al (org.). Camponeses brasileiros: leituras e interpretações clássicas. Vol. 1. São Paulo: Unesp; Brasília: Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, 2009. pp. 89-96.
WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel. O campesinato brasileiro: uma história de resistência. RESR, Piracicaba/SP. Vol. 52, p. 25-44, 2014.
WHYTE, William Foote. Sociedade de esquina: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Tradução de Maria Lucia de Oliveira. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Museologia & Interdisciplinaridade

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
