Reflexões sobre políticas de aquisição em museus

o Gabinete de Gravura do Museu Nacional de Belas Artes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/museologia.v11i22.42154

Palavras-chave:

Museologia; política de aquisição; Museu Nacional de Belas Artes; documentação museológica; gestão de acervos.

Resumo

Este artigo parte de uma reflexão, iniciada em 2018 como dissertação de mestrado, sobre política de aquisição como instrumento fundamental na gestão de acervos museológicos. A discussão tem como estudo de caso o Gabinete de Gravura, do Museu Nacional de Belas Artes. Trata-se de um exemplo bem sucedido de como o estabelecimento de critérios claros de seleção, a partir de uma postura ativa de "coleta" de itens, possibilita que uma coleção cresça de maneira atrelada à missão e às linhas de pesquisa institucionais, ao mesmo tempo em que enfatiza a importância de uma documentação museológica bem estruturada para embasar as ações de incorporação de novos objetos. Embora o caso analisado não tenha sido formalizado em uma política institucional, o exame das ações realizadas pode sensibilizar gestores e profissionais de museus ao planejar e implementar políticas de aquisição em suas instituições como parte das atividades de gestão e organização de acervos.

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Biografia do Autor

Cristal Proença de Azevedo, Museu de Astronomia e Ciências Afins

Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos (PPGMA) da Fundação Casa de Rui Barbosa (2018). Formada em Museologia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO (2014). Estagiou e trabalhou como prestadora de serviço no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA/IBRAM/MinC), além de ter atuado em projetos em outras instituições culturais e coleções particulares. Tem experiência na área de Museologia, atuando principalmente nos temas de documentação (processamento técnico de coleções) e pesquisa, tendo interesse em políticas institucionais de formação e aquisição de acervos. Atualmente é bolsista do Programa de Capacitação Institucional do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST).

Aparecida Marina de Souza Rangel, Fundação Casa de Rui Barbosa

Doutora em Ciências Sociais (2015), pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Mestre em Memória Social e Documento (2001) e Bacharel em Museologia (1995), ambos os títulos obtidos na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Desde 2002 é Museóloga/Tecnologista da Fundação Casa de Rui Barbosa/MinC, sendo responsável pela Área Educativa e Chefe Substituta do Museu Casa de Rui Barbosa. Docente no Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos, da Fundação Casa de Rui Barbosa. Integra os Grupos de Pesquisa Arte, Cultura e Poder - UERJ, coordenado pela Profª. Drª. Myrian Sepúlveda dos Santos; e Perspectivas conceituais, memória e preservação em museus-casas, sob sua coordenação. Ministrou oficinas de "ação educativa em museus", promovidas pelo Instituto Brasileiro de Museus/MinC. Trabalhou como Museóloga em diversas instituições, tais como o Museu de Astronomia e Ciências Afins/MCT, Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro/PCRJ e Sítio Roberto Burle Marx/IPHAN. Integrou o Comitê Gestor da Rede de Educadores em Museus do Estado do Rio de Janeiro de 2009 a 2014. Áreas de interesse e atuação: Museologia, Museus-Casas, Documentação Museológica, Memória, Educação em Museus e Pesquisas de avaliação e estudos de público.

Referências

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Publicado

2022-11-20

Como Citar

Proença de Azevedo, C., & de Souza Rangel, A. M. . (2022). Reflexões sobre políticas de aquisição em museus: o Gabinete de Gravura do Museu Nacional de Belas Artes. Museologia & Interdisciplinaridade, 11(22), 282–299. https://doi.org/10.26512/museologia.v11i22.42154