Retornar ao fim do império

fazer a memória de uma herança ilegítima

Autores

  • Elsa Peralta Centro de Estudos Comparatistas, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.26512/museologia.v6i11.17738

Palavras-chave:

Heranças ilegítimas, Portugal, Colonialismo, Retorno, Exposição Retornar - Traços de Memória

Resumo

Os anos de 1974 e 1975 em Portugal foram anos de mudança e de esperança por uma nova era democrática. Mas foram também os anos em que os portugueses tiveram de se confrontar com os pesados legados do seu colonialismo. Volvidos mais de 40 anos, os “legados negros” do fim do império português continuam a ser um campo memorial repleto de fraturas, traumas e silêncios. A partir da experiência de curadoria da exposição Retornar ”“ Traços de Memória, este texto pretende explorar questões teóricas, metodológicas, epistemológicas e ideológicas relacionadas com a construção de memórias de heranças ilegítimas, nomeadamente do colonialismo português.

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Publicado

2018-03-09

Como Citar

Peralta, E. (2018). Retornar ao fim do império: fazer a memória de uma herança ilegítima. Museologia & Interdisciplinaridade, 6(11), 14–36. https://doi.org/10.26512/museologia.v6i11.17738

Edição

Seção

Dossiê - Legados Coloniais