O DISCURSO DA MEDICINA E DA REZA NA (RE) CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES
DOI :
https://doi.org/10.26512/les.v12i1.10556Mots-clés :
identidade, poder, política de representação, práticas populares de saúde.Résumé
Este trabalho buscou discutir a (re)construção da identidade dos agentes envolvidos com a rede de cuidados de uma cidade do sertão pernambucano. Partindo do pressuposto de que a identidade não é encontrada in natura e que a linguagem é fonte de (re)construção de formas identitárias (Rajagopalan, 2002), observou-se como as práticas discursivas delineiam os sujeitos envolvidos em rede de cuidados. A partir de entrevistas realizadas com médicos e rezadores, foi possível perceber como o discurso sobre si e sobre o outro constrói performativamente a identidade desses sujeitos. Como resultado, foi constatado um predomínio de discurso de negação do outro: de um lado, o médico traz uma desqualificação do discurso do rezador, do outro, o rezador aponta os limites do saber médico diante do mistério do sagrado.
Téléchargements
Références
ALTHUSSER, L. Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado. In: S. Zizek (org). O mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996, pp. 105-142.
AUSTIN, J. L. Performativo/constativo. In: P. Ottoni. Visão performativa da linguagem. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1998, pp. 109- 144.
BENHABIB, S. A crítica da razão instrumental. In: S. Zizek (org). O mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto. 1996, pp. 71-96.
BOLTANSKI, L. As classes sociais e o corpo. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
BOURDIEU, P. Pierre Bourdieu: sociologia. In: R. Ortiz (org.), São Paulo: Ática, 1983.
BUTLER, J. Excitable speech. A politics of the performative. New York, London: Routledge 1997.
DONNANGELO, M. C. F. Saúde e sociedade. 2º ed. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1979.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: Ed. UnB, 2001.
FELMAN, S. The scandal of the speaking body. Stanford: Stanford University Press, 2003[1983].
FOUCAULT, M. Microfísica do poder . 19º ed. Rio de Janeiro: Ed GRAAL, 2004a.
FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. 6º edição. Rio de Janeiro: Ed Forense Universitária, 2004b.
GRUPPI, L. O conceito de hegemonia em Gramsci. Rio de Janeiro: Graal, (2000[1978]).
HORKHEIMER, M. Teoria tradicional e teoria crítica. In: Textos Escolhidos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Ed. Victor Civita, 1975, pp. 125-161.
MEDEIROS, M. R. Rezar, curar: um caso de persistência cultural no Seridó. MNEME Revista de humanidades, UFRN. Rio Grande do Norte, v.3, nº 5, abr./ma. 2002. Retirado de www.seol.com.br/mneme. Acesso em nov. 2002.
MONTERO, P. Da doença à desordem: a magia na umbanda. 1º Ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985
PLATÃO. Crátilo. Lisboa: Instituto Piaget, 2002
RAJAGOPALAN, K. A construção de identidades e a política de representação. In: L.M.Ferreira & E. G. D. Orrico (org.). Linguagem, identidade e memória social. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, pp. 77-88.
RYLE, G. Linguagem ordinária. Os Pensadores. Abril Cultural. São Paulo: Victor Civita, 1975, pp. 43-58.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores/as que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores/as mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.