DESCOLONIALIDADE, PERFORMANCE E DIÁSPORA AFRICANA NO INTERIOR DO BRASIL
SOBRE TRANSIÇÕES IDENTITÁRIAS E CAPILARES ENTRE ESTUDANTES DA UNILAB
DOI:
https://doi.org/10.26512/les.v18i2.5792Palabras clave:
Linguagem, Identidades, Diáspora, MigraçãoResumen
Este artigo tem como objetivo tensionar o campo da linguagem, especificamente da linguística aplicada, por meio da possibilidade de estabelecer relação entre identidades, africanidades e diáspora. A partir de uma visão de linguagem dialógica, que tem o discurso como forma de ação sobre o outro, sobre si mesmo e sobre o mundo, vamos discutir o contexto de formação de um grupo de facebook formado dentro da Universidade Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - Unilab em meados de 2015. O grupo, autointitulado Afro-Unilab, teve como objetivo agregar estudantes de diferentes países africanos em torno da temática do cabelo e da possibilidade de usá-lo em seu estado natural. Para a análise temos como corpus depoimentos da idealizadora do grupo e algumas postagens a que tivemos acesso e que trazem questões como violências vividas, empoderamento feminino negro enfrentamento ao racismo na cidade de Redenção, cidade onde estudam as participantes, bem como dentro da própria universidade. Mais do que uma assimilação ao movimento crespo fortemente presente entre a juventude negra feminina, havia a necessidade de buscar responder o que significava ser uma estudante africana negra em uma cidade conhecida por ser a primeira a "abolir" a escravidão no Brasil. Nesse sentido, este artigo busca não dar respostas prontas a esses enfrentamentos, mas mostrar como um movimento feito no interior de uma cidade do Nordeste brasileiro indica-nos questões como migração, interculturalidade e o processo identitário.
Descargas
Citas
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
BUTLER, J. Excitable speech: a politics of the performative. London; New York: Routledge, 1997.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Estudos Feministas, a.10, 1.sem., 2002.
DE CERTEAU, M. A Invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: Universidade de Brasília, 2001.
GERALDI, W. A diferença identifica. A identidade deforma. Percursos bakhtinianos de construção ética através da estética. In: FREITAS, M. T.; SOUZA, S. J.; KRAMER, S. (Org.). Ciências humanas e pesquisa: leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Cortez, 2002.
GINSBURG, K. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
GOMES, N. L. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, p.167-182, jan./jun. 2003.
HALL, S. Da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais. BH: UFMG, 2003.
______. Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.
HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.
MARCUSCHI, L.A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MATTOS, Guedes Ivanilde. Estética afro-diaspórica e o empoderamento crespo. Pontos de Interrogação, Revista do Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural, Alagoinhas, BA, v. 5, n.2, jul./dez., 2015
MOITA LOPES, L. P (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
MUNIZ, K. Linguagem e Identificação: uma contribuição para o debate sobre ações afirmativas para negros no Brasil. 2009. Tese (Doutorado em Linguística) ”“ Departamento de Linguística, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 2009.
NOGUEIRA, Oracy. Tanto preto quanto branco: estudos de relações raciais. São Paulo: T.A. Queiroz. 1985 [1954].
PENNYCOOK, A. Critical applied linguistics: a critical introduction. Londres: Routledge, 2001.
_______. Uma linguística aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
PINTO, J. P. De diferenças e hierarquias no quadro Adelaide à s análises situadas e críticas na Linguística Aplicada. DELTA, v.31, n.especial, p.199-221, 2015.
QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber, eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p.227-278.
RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola, 2003.
SIGNORINI, I. (Org.). Lingua(gem) e identidade: elementos para uma discussão no campo aplicado. Campinas: Mercado de Letras, 2001.
SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramento da reexistência: Poesia, grafite, música, dança: hip-hop. São Paulo: Parábola, 2011.
SOUZA, L, F. Migração e Identidade Racial: Experiências de Jovens Estudantes Luso-Africanos em Universidades Goianas. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPEGE, 9., 2015, Porto Alegre. Anais…, Porto Alegre: UFRGS, 2015. p.6129-6137.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Can the Subaltern Speak? In: NELSON, Cary; GROSSBERG, Lawrence. Urbana e Chicago. Illinois: University of Illinois Press, 2010.
WALSH, Catherine. Interculturalidad Crítica/Pedagogia decolonial. Memórias del Seminário Internacional Diversidad, Interculturalidad y Construcción de Ciudad, Bogotá: Universidad Pedagógica Nacional, abr., 2007.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz T. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. 4.ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores/as que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores/as mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.