WITTGENSTEIN E BOURDIEU: LINGUAGEM, PODER SIMBÓLICO E ANÁLISE DA CULTURA ORGANIZACIONAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v18i3.7460

Palavras-chave:

Uso da linguagem. Poder simbólico. Habitus linguístico. Cultura organizacional.

Resumo

Aproximando ideias de Wittgenstein e Bourdieu, ensaiamos de que forma o exercício do poder simbólico constitui a cultura organizacional, potencializando investigações empíricas que posicionem, centralmente, o uso da linguagem na economia das trocas linguísticas, indagando como este participa da formação dos capitais simbólicos representativos de poder que influenciam tal elemento organizacional. Cotejamos a noção de 'jogos de linguagem' aos conceitos de 'habitus', 'campo' e 'poder simbólico', demonstrando como o dominar de específicos jogos de linguagem angaria capital simbólico ”“ mediante inserção, familiarização e domínio de específicos 'jogos' ”“, influenciando culturas organizacionais. Contribuímos para discussões sobre cultura organizacional e poder simbólico, oferecendo subsídio teórico e conceitual para estudos das práticas nas organizações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elizeu Barroso Alves, Universidade Positivo

Doutorando e Mestre em Administração pelo Programa Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Positivo (PMDA-UP), vinculado à área de 'Organizações, Gestão e Sociedade', e de estudos concentrados em 'Organização e Mudança'. Possui graduação em Administração e MBA em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Internacional UNINTER.  Atualmente é professor e Coordenador de Operações na metodologia Semipresencial  da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios (ESGCN) no Centro Universitário Internacional UNINTER. É membro do Grupo de pesquisa ‘Práticas de Gestão em Contexto Organizacional (PEGO-UNINTER). Tem experiência na área de Administração, interessando-se, sobretudo, em termos de pesquisa científica e atuação profissional, pelos seguintes temas: Racionalidades, Empreendimentos de Economia Solidária, Pragmática da Linguagem, Mercadologia e Inovação nas Organizações.

Samir Adamoglu de Oliveira, Universidade Federal da Paraíba

Doutor em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Paraná (PPGADM-UFPR). Professor adjunto no Departamento de Administração da Universidade Federal da Paraíba (DADM-UFPB), e docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Paraíba (PPGA-UFPB). Pesquisador Associado do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais (IBEPES).

Referências

ADAMOGLU DE OLIVEIRA, S.; BULGACOV, Y. L. M. Wittgenstein e a Administração: potencialidades da pragmática da linguagem aos Estudos Organizacionais e à Estratégia. Revista de Administração Contemporânea, v. 17, n. 5, p. 556-573, 2013.

AKTOUF, O. O simbolismo e a cultura de empresa: dos abusos conceituais às lições empíricas. In: CHANLAT, J. F. (Coord.). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 2001, v. 2, p. 39-79.

ALVESSON, M. Understanding organizational culture. London: SAGE, 2013.

ALVESSON, M.; SVENINGSSON, S. Changing organizational culture. London: Routledge, 2008.

ARAÚJO, I. L. Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

BOURDIEU, P. A Economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

BOURDIEU, P. Language and symbolic power. 3. ed. Malden: Polity Press, 1999.

BOURDIEU, P. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.

BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 2007.

BOURDIEU. P. Homo academicus. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2011.

CHARTIER, R. O mundo econômico ao contrário. In: ENCREVÉ, P.; LAGRAVE, R-M. (Coord.). Trabalhar com Bourdieu. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2005, p. 253-260.

CLEGG, S. R. Poder, linguagem e ação nas organizações. In: CHANLAT, J.-F. (Coord.). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas ”“ volume 1. São Paulo: Atlas, 1996, p. 47-66.

CLEGG, S. R.; HARDY, C. Introdução: organizações e Estudos Organizacionais. In: CLEGG, S. R.; HARDY, C.; NORD, W. R. (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais: modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais ”“ Volume 1. São Paulo: Atlas, 2010. p. 30-58.

EMIRBAYER, M.; JOHNSON, V. Bourdieu and organizational analysis. Theory and Society, v. 37, n. 1, p. 1-44, 2008.

ENCREVÉ, P. A palavra e seu preço. In: ENCREVÉ, P.; LAGRAVE, R-M. (Coord.). Trabalhar com Bourdieu. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2005, p. 261-270.

EVERETT, J. Organizational research and the praxeology of Pierre Bourdieu. Organizational Research Methods, v. 5, n. 1, p. 56-80, 2002.

FREITAS, M. E. Contexto social e imaginário organizacional moderno. Revista de Administração de Empresas, v. 40, n. 2, p. 6-15, 2000.

FRIEDLAND, Roger. The endless fields of Pierre Bourdieu. Organization, v. 16, n. 6, p. 887-917, 2009.

GIDDENS, A. Estruturalismo, pós-estruturalismo e a produção da cultura. In: GIDDENS, A.; TURNER, J. (Org.). Teoria social hoje. São Paulo: Editora UNESP, 1999. p. 281-319.

GIRIN, J. A linguagem nas organizações: signos e símbolos. In: CHANLAT, J.-F. (Coord.). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas ”“ Volume 3. São Paulo: Atlas, 1996, p. 23-66.

HANKS, W. F. Pierre Bourdieu e as práticas de linguagem. In: HANKS, W. F. / BENTES, A. C.; REZENDE, R. C.; MACHADO, M. A. R. (Org.). Língua como prática social: das relações entre língua, cultura e sociedade a partir de Bourdieu e Bakthin. São Paulo: Cortez, 2008, p. 33-63.

JAIME JÚNIOR, P. Um texto, múltiplas interpretações: antropologia hermenêutica e cultura organizacional. Revista de Administração de Empresas, v. 42, n. 4, 72-83, 2002.

JANSSON, A. Stigmatisation of elite actors in corporate scandals: the role of meaning making in the media. Culture and Organization, v. 22, n. 5, p. 383-408, 2016.

KIM, K-M. How objective is Bourdieu's participant objectivation? Qualitative Inquiry, v. 16, n. 9, p. 747-756, 2010.

MACHADO-DA-SILVA, C. L.; NOGUEIRA, E. E. S. Identidade organizacional: um caso de manutenção, outro de mudança. Revista de Administração Contemporânea, ed. esp., p. 35-58, dez. 2001.

MORRIL, C. Culture and organization theory. The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science, v. 619, n. 1, p. 15-40, 2008.

OLIVEIRA, M. A. Reviravolta lingüístico-pragmática na filosofia contemporânea. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

PAGÈS, M.; BONETTI, M.; GAULEJAC, V. de; DESCENDRE, D. O poder das organizações. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

RODRIGUES, A. D.; BRAGA, A. A. Análises do discurso e abordagem etnometodológica do discurso. MATRIZes, v. 8, n. 2, p. 117-134, 2014.

ROSA, Alexandre Reis; PAÇO-CUNHA, Elcemir; MORAIS, César Augusto Tureta de. Análise crítica do discurso como análise crítica das organizações: uma proposta teórico-metodológica com base na teoria simbólica de Pierre Bourdieu. In: CARRIERI, A. P. (Org.). Análise do discurso em estudos organizacionais. Curitiba: Juruá, 2009. p. 79-108.

SÁ, Márcio. Construtivismo bourdieusiano como linguagem: uma interpretação pragmática. Configurações [Online], v. 16, 2015, p. 115-128.

SCHEIN, Edgar. Organization culture and leadership: a dynamic view. San Francisco: Jossey Bass, 1992

SMIRCICH, L. Concepts of culture and organizational analysis. Administrative Science Quarterly, v. 28, p. 339-358, 1983.

SWIDLER, A. Culture in action: symbols and strategies. American Sociological Review, v. 51, p. 273-286, 1986.

TAYLOR, C. Lichtung ou Lebensform: paralelos entre Heidegger e Wittgenstein. In: TAYLOR, C. Argumentos filosóficos. São Paulo: Edições Loyola, 2000. p. 73-91.

VANDENBERGHE, F. "The real is relational": an epistemological analysis of Pierre Bourdieu's generative structuralism. Sociological Theory. v. 17, n. 1, p. 32-67, 1999.

WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. 2. ed. Trad. José Carlos Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os Pensadores)

Downloads

Publicado

2017-12-21

Como Citar

Alves, E. B., & Oliveira, S. A. de. (2017). WITTGENSTEIN E BOURDIEU: LINGUAGEM, PODER SIMBÓLICO E ANÁLISE DA CULTURA ORGANIZACIONAL. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 18(3), 352–370. https://doi.org/10.26512/les.v18i3.7460