BRANCOS, CABRAS, ÍNDIOS E PRETOS
ESTUDO DAS DENOMINAÇÕES ÉTNICAS NO SÉCULO XIX
DOI:
https://doi.org/10.26512/les.v18i2.5793Palavras-chave:
Denominações étnicas, Sociedade, Justiça colonial, Auto de querelaResumo
O presente artigo analisa léxico-semanticamente os termos étnicos conferidos aos sujeitos que habitavam a antiga capitania do Ceará no século XIX. As narrativas dos autos de querela revelam as relações sociais e culturais vivenciadas na época. Com base nessas denominações, analisamos, ainda, como os grupos étnicos referenciados tinham acesso à justiça colonial. O corpus é constituído por 18 autos de querela e denúncia compilados no livro 39, que compõe o acervo do Arquivo Público do Estado do Ceará e que foi editado por Ximenes (2006). Para as análises, selecionamos as denominações que designam as etnias referentes aos envolvidos nos crimes relatados. Como base teórica utilizamos os escritos de Ximenes (2009; 2013), Bluteau (1712), Barbosa (2005), Fausto (2013) e outros. Diante das análises, encontramos 12 denominações que caracterizam 106 atores sociais, dentre as quais a que mais se destaca é a etnia branca, seguida da parda, e as demais aparecem em menor número, evidenciando a hegemonia dos brancos no contexto de escrita dos documentos e o reconhecimento da miscigenação pela recorrência de pardos denominados.
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