As metáforas do Big Data: da exploração mineral à  bioética

Autores

Palavras-chave:

Big data, Metáfora Conceitual, Semiótica, Pragmatismo, Bioética

Resumo

A partir da semiótica e do pragmatismo peirceanos e da Teoria da Metáfora Conceitual, discutimos a emergência do conceito de Big Data no interior de campo semântico em disputa entre diversas epistemologias regionais. A adoção de diferentes metáforas para explicar o Big Data revela intencionalidades de apropriação dos dados produzido pelas tecnologias digitais de acordo com interesses econômicos. Sugerimos a adoção de metáforas que explicitem os riscos de invasão de privacidade, exposição da subjetividade e manipulação de informações sensíveis dos indivíduos, que obrigaria a produção de uma deontologia mais próxima da bioética do que da economia e/ou administração de empresas.

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Biografia do Autor

Jorge Antonio de Moraes Abrão, Universidade de São Paulo

Bacharel em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas. Mestre em Comunicação na ECA/ USP.

Anderson Vinicius Romanini, Universidade de São Paulo

Professor doutor no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e editor científico da revista Semeiosis.

Márcia Pinheiro Ohlson, Universidade de São Paulo

Bacharel em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestra em Comunicação na ECA/ USP.

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Publicado

2021-12-19

Como Citar

de Moraes Abrão, J. A., Vinicius Romanini, A., & Pinheiro Ohlson, M. . (2021). As metáforas do Big Data: da exploração mineral à  bioética. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 22(2), 97–112. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/les/article/view/33848