A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO ÓDIO NOS “CACEROLAZOS” (ARGENTINA) E NOS “PANELAÇOS” (BRASIL): PADRÕES COMUNS E DIFERENÇAS

Autores

  • Ramiro Carlos Humberto Caggiano Blanco USP
  • Yedda Alves de Oliveira Caggiano Blanco

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v20iespecial.29442

Palavras-chave:

Discurso do ódio, Descortesia, Ideologia, Cacerolazos, Panelaços

Resumo

O trabalho objetiva mostrar como as expressões de ódio contidas nos enunciados proferidos nas manifestações contra o governo de Cristina Kirchner e de Dilma Rousseff, conhecidos como “Cacerolazos” (2012-2014) e “Panelaços” (2015-2016) representam e extremam o processo da construção desse sentimento. O corpus do trabalho é constituído por cartazes e depoimentos espontâneos dos participantes de ambas as manifestações, que serão analisados mediante comparações dos enunciados e apontamento das regularidades temáticas, discursivas e semióticas empregadas para expressar descortesia nos respectivos eventos políticos. O uso do sentimento do ódio como recurso discursivo ultimamente parece ter sido utilizado em vários países como ferramenta política e, por tal razão, o estudo desse fenômeno se justifica na tentativa de poder compreendermos as semelhanças e as diferenças de seu funcionamento. Na fundamentação teórica, usaremos os conceitos de descortesia por fustigação e de autonomia exacerbada dados por Marlangeon (2005), e a polarização ideológica “nós” x “eles” descrita por Van Dijk (2005). Veremos ainda como discursos símiles, por vezes especulares, foram realizados como expressão reativa a situações sociais nos dois países, mesmo que eles tenham formações sócio-históricas distintas, para finalmente, nas considerações finais, enfatizarmos o modo como a polarização foi construída.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBELDA, M. Discordancia entre atenuación/cortesía e intensificación/descortesía en conversaciones coloquiales. In: BLAS, J. L.; CASANOVA, M.; VELANDO, M. (ed.). Discurso y sociedad. Contribuciones al estudio de la lengua en contexto social. Castellón: Servicio de publicaciones de la Universidad de Castellón, 2005. p. 581-590.

BERNAL, M. Hacia una caracterización sociopragmática de la cortesia, la descortesía y la

anticortesía. In: BRAVO D. (ed.). Estudios de la (des)cortesía en español: categorias conceptuales y aplicaciones a corpora orales y escritos. Buenos Aires: Editorial Dunken; 2005.

BRAVO, D. ¿Imagen positiva vs. imagen negativa?: Pragmática social y componentes de

la face. Oralia, n. 2, p. 155-184, 1999.

BRIZ, A. Cortesía verbal codificada y cortesía verbal interpretada en la conversación. In: BRAVO, D.; BRIZ, A. (ed.). Pragmática sociocultural: estudios sobre el discurso de cortesía en español. Barcelona: Ariel, 2004.

BROWN, P.; LEVINSON, S. C. Politeness. Some universals in language use. Cambridge: Cambridge University Press, 1987 [1978].

CALIL, G. Reflexões sobre a ascensão da direita. In: Junho Blog, 06/maio/2016. Disponível em: http://blogjunho.com.br/reflexoes-sobre-a-ascensao-da-direita/. Acesso em: 25 maio 2017.

CEIA, C. Verbete: argumentação. In: Dicionário de termos literários. Disponível em: http://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/argumentacao/. Acesso em 11 jun. 2019.

CULPEPER, J. Impoliteness: using language to cause offence. Nova York: Cambridge University Press, 2011.

DELLA PORTA, D. Prácticas democráticas en los movimientos antiausteridad: De foros a campamentos, de América Latina a Europa. In: Protestas Sociales y Capacidad de Respuesta de la Democracia: Evaluando Realidades en América Latina y el Caribe y la Unión Europea. Fundação EU-LAC: Hamburgo, 2015. Disponível em: https://eulacfoundation.org/es/system/files/Protestas_Sociales_esp.pdf. Acesso em: 01 maio 2017.

FIORIN, J. L. Linguagem e ideologia. 8. ed. São Paulo: Ática, 2007.

GOFFMAN, E. Ritual da interação. Tradução: Fábio Rodrigues Ribeiro da Silva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011[1967].

KEBRAT-ORECCHIONI, C. Les interactions verbales. Vol. II. Paris: Armand Colin, 1992.

MARLANGEON, S. K. Descortesía de fustigación por afiliación exacerbada o refractariedad. In: D. BRAVO (org.). Estudios de la (des) cortesía en español. Categorías conceptuales y aplicaciones a corpora orales y escritos. Buenos Aires: Dunken, 2005.

MARLANGEON, S. K. Encuadre de aspectos teóricos-metodológicos de la descortesía verbal en español. In: MORALES, J. E.; VEGA, G. H. (org.). Miradas multidisciplinares a los fenómenos de cortesia y desortesía en el mundo hispânico. Barranquilia, Estocolmo: Cadis, Programa Edice, 2012. p. 76-106.

MARLANGEON, S. K. Tipos de descortesía verbal y emociones en contextos de cultura hispanohablante. In: BRAVO, D. Pragmática Sociocultural /Sociocultural Pragmatics: Revista Internacional sobre Lingüística del Español, Edice, 2017. Disponível em: https://www.degruyter.com/view/j/soprag.ahead-of-print/soprag-2017-0001/www.degruyter.com/view/j/soprag.ahead-of-print/soprag-2017-0001/soprag-2017-0001.xml. Acesso em: 21 nov. 2017.

REGUILLO, R. Políticas de la (In)visibilidad: La construcción social de la diferencia. Buenos Aires: Flacso Virtual, 2013.

SAMPAIO, A. Reivindicaciones y conectividad en las protestas de Brasil. In: Protestas Sociales y Capacidad de Respuesta de la Democracia: Evaluando Realidades en América Latina y el Caribe y la Unión Europea. Fundação EU-LAC: Hamburgo, 2015. Disponível em: https://eulacfoundation.org/es/system/files/Protestas_Sociales_esp.pdf. Acesso em: 01 maio 2017.

VALDÉS, J. Protestas Sociales y Capacidad de Respuesta de la Democracia: Evaluando Realidades en América Latina y el Caribe y la Unión Europea. In: Protestas Sociales y Capacidad de Respuesta de la Democracia: Evaluando Realidades en América Latina y el Caribe y la Unión Europea. Fundação EU-LAC: Hamburgo, 2015. Disponível em: https://eulacfoundation.org/es/system/files/Protestas_Sociales_esp.pdf. Acesso em: 01 maio 2017.

VAN DIJK, T. A. Ideología y análisis del discurso. In: Utopia y Praxis Latinoamericana. Maracaibo: Universidad del Zulia, 2005, p. 9-36. Disponível em: http://www.discursos.org/oldarticles/Ideolog%EDa%20y%20an%E1lisis%20del%20discurso.pdf. Acesso em 10 jan. 2012.

VAN DIJK, T. A. Discurso e Poder. São Paulo: Contexto, 2012.

WEBER, A. Manual on hate speech. Strasburgo: Concil of Europe Publishing, 2009.

ZIMMERMANN, K. Construcción de la identidad y anticortesía verbal. Estudio de conversaciones entre jóvenes masculinos. In: BRAVO, D. (ed.). Estudios de la (des)cortesía en español. Categorías conceptuales y aplicaciones a corpora orales y escritos. Buenos Aires: Dunken, 2005. p. 245-271.

Downloads

Publicado

2020-02-11

Como Citar

Caggiano Blanco, R. C. H., & Alves de Oliveira Caggiano Blanco, Y. (2020). A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO ÓDIO NOS “CACEROLAZOS” (ARGENTINA) E NOS “PANELAÇOS” (BRASIL): PADRÕES COMUNS E DIFERENÇAS. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 20(especial), 29–49. https://doi.org/10.26512/les.v20iespecial.29442

Edição

Seção

Dossiê Estudos sobre Polidez