ISSO VAI DAR SAMBA: A PERSPECTIVA AFROGÊNICA E DECOLONIAL PELA LINGUÍSTICA APLICADA

Autores

  • Doris Cristina Vicente da Silva Matos Universidade Federal de Sergipe
  • Gabriela Rodrigues Botelho

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v20i3.28457

Palavras-chave:

Linguística Aplicada, Decolonialidade, sulear, Perspectiva afrogênica, Samba-enredo

Resumo

Este artigo, situado na área da Linguística Aplicada, analisa os sambas-enredo de 2019 das escolas de samba cariocas Vila Isabel e Mangueira. A análise está afroepistemologicamente baseada na proposta do giro decolonial, especialmente nos conceitos de colonialidade do poder, do saber e do ser, de maneira que a perspectiva afrogênica possa ser um caminho para a construção de saberes desde dentro, suleados. Os resultados classificam os sambas-enredo em categorias opostas: a eurogênica e a afrogênica, indicando que as versões das narrativas contadas podem produzir discursos de silenciamento ou visibilizar o passado histórico através da reafirmação das identidades étnico-raciais.

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Publicado

2020-08-01

Como Citar

Vicente da Silva Matos, D. C., & Rodrigues Botelho, G. (2020). ISSO VAI DAR SAMBA: A PERSPECTIVA AFROGÊNICA E DECOLONIAL PELA LINGUÍSTICA APLICADA . Cadernos De Linguagem E Sociedade, 21(1), 120–137. https://doi.org/10.26512/les.v20i3.28457