Capitalismo e Ontologia n’O Anti-Édipo: Uma Crítica Marxista
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v9i3.43005Palavras-chave:
Deleuze & Guattari. Marx. Capitalismo. Ontologia. Dialética.Resumo
Este artigo busca expor alguns dos temas abordados em O anti-Édipo, de Deleuze e Guattari, especialmente aqueles em que os autores lançam mão da obra de Marx com ponto de partida de suas próprias teses. Apresento primeiro a tese de história como mera contingência, defendida pelos autores a partir de um novo exame da transição do feudalismo para o capitalismo. Mostro como os autores escolhem alguns fragmentos da obra de Marx para embasar uma tese antidialética, contrária à marxiana, embora não elaborem uma crítica ao filósofo alemão. Em segundo lugar, exponho a tese dos autores a respeito da natureza do capital e de seu desenvolvimento, lançando mão da leitura que eles fazem da lei tendencial à queda da taxa de lucro. Também aqui, o recurso seletivo a Marx redunda em um abandono da teoria do valor-trabalho, com a tese da mais-valia maquínica. Esta tese contribui para a nova ontologia proposta pelos autores, que dissolve as categorias de sujeito e objeto, ao mesmo tempo em que equipara e homogeneíza todo o existente, aplainando a diversidade do mundo social. Por fim, critico o desenho de revolução proposto pelos autores em íntima conexão com sua nova ontologia.
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