Nietzsche e Lutero: consciência, culpa e justificação

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DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v5i2.12594

Resumo

A concepção de eu consciente é uma das grandes críticas que Nietzsche apresenta à Modernidade. O eu consciente, mediante as noções de verdade, de moral e de fim subjuga a pluralidade subjetiva do indivíduo. Tanto a consciência - Bewusstsein - no seu sentido biológico, o produto mais inacabado do desenvolvimento físico, como a consciência - Gewissen - no sentido moral, os interditos frente à manifestação dos instintos, Nietzsche as considera como expressões da décadence da Modernidade. A Reforma Protestante, propugnada por Lutero, ao ressuscitar o Cristianismo fundado na fé, na graça e na Escritura, opõe-se ao Renascimento. Este último teria sido a chance de a cultura elevar-se, ao ressuscitar os antigos ideais gregos. Nietzsche entende que Lutero, ao centrar-se na noção de um eu consciente da culpa e ao centrar-se em que unicamente pela fé se é capaz de submeter-se à graça justificante de Deus crucificado, concede a palma da vitória ao sacerdote ascético. Em que medida têm sentido as acusações de Nietzsche, de que, mediante o eu consciente, Lutero diviniza a morte, a dor e o sofrimento, em detrimento da subjugação da vida?

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Publicado

10-08-2018

Como Citar

FEILER, Adilson Felicio. Nietzsche e Lutero: consciência, culpa e justificação. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 123–146, 2018. DOI: 10.26512/rfmc.v5i2.12594. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/12594. Acesso em: 25 abr. 2024.