Tempo suspenso: pandemia e poesia contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40187306Palavras-chave:
Alice Sant’Anna; estado de exceção; pandemia; poesia contemporânea.Resumo
A relação entre tempo e poesia é a questão impulsionadora do presente texto, a fim de analisar especificamente como a pandemia de COVID-19 se efetiva em um “tempo suspenso” e de que forma isso reverbera na poesia contemporânea. Com esse objetivo, selecionamos alguns fragmentos da tese de Alice Sant’Anna (2020), Dobra, em uma leitura que evidencia esses ecos pandêmicos. Com base nas noções de poesia, tempo e pandemia discutidas por pensadores como Jean-Luc Nancy (2005) e Giorgio Agamben (2016; 2020), verificamos como a poesia contemporânea potencializa os diálogos entre literatura e sociedade, pois, por meio da vivência do isolamento social, se constroem os sentidos sobre estado de exceção, tempo bloqueado e poesia. Ainda, para aprofundar a discussão no contexto brasileiro, elencamos os apontamos de Eurídice Figueiredo (2022). Pela nossa leitura, podemos observar como se expressam as questões sobre isolamento social, pandemia, medo, contaminação, doença, vida, morte e tempo na poesia de Alice Sant’Anna.
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