A representação feminina na literatura juvenil contemporânea: voz e protagonismo em A mocinha do Mercado Central
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40187411Palavras-chave:
educação literária, contexto escolar, A mocinha do Mercado CentralResumo
O presente artigo teve como objetivo apresentar uma análise do romance A mocinha do Mercado Central, de Stella Maris Rezende (2011), que, voltado ao público juvenil, tem a potencialidade de oportunizar que temas contemporâneos, integrantes da vida social dos alunos, possam ser explorados no ambiente escolar, colaborando para a sua formação integral. Destacam-se, por exemplo, questões relacionadas à representação feminina, as quais podem incitar os alunos a (re)pensar discursos e figurações estereotipadas em relação ao gênero feminino. Para tanto, consideraram-se os documentos norteadores da educação básica brasileira, entre eles a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017) e o Referencial Curricular do Paraná (Paraná, 2018), que indicam a necessidade de inserir no âmbito escolar temáticas contemporâneas; estudiosas (Schmidt, 1995; Dalcastagnè, 2005; Zolin, 2015) que apontam para a invisibilidade da mulher na produção literária brasileira; bem como Candido (1972; 1995), que mostra a relevância da literatura para a formação humana. Como processo para a educação literária via leitura na escola, concluiu-se que a obra de Stella Maris Rezende (2011) pode contribuir para que o jovem leitor vivencie e compreenda o texto literário como potencial educativo, de conhecimento do mundo e do ser e fonte de humanização.
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