A ultrapassagem das fronteiras:

hibridismo e universalismo na obra de Laura Erber

Autores

  • Alva Martínez Teixeiro Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018508

Resumo

Este artigo analisa duas das obras literárias da escritora, artista visual e professora Laura Erber, explorando o convívio na sua escrita de algumas tendências caraterísticas da literatura brasileira pós-moderna, como o hibridismo genérico, os diálogos interartísticos, o protagonismo da dimensão metaficcional ou a atualização da escrita do eu e do tema literário da viagem. O trabalho parte, assim, da análise de Bénédicte vê o mar (2011), pequeno e poético romance gráfico ou, melhor, poemário gráfico, e Esquilos de Pavlov (2013), atípico “romance de artista”. Trata-se de duas obras dotadas de uma liberdade de tom admirável e de uma compreensão profunda dos desafios literários contemporâneos, postas ao serviço de um pensamento questionador em que se entrecruzam dois olhares: o da existência e o da criação artística. Nesse sentido, examina-se como o protagonismo da questão da crise da arte contemporânea ”“ na literatura, no cinema e nas artes plásticas ”“ permite à autora estabelecer um diálogo cultural que ultrapassa as fronteiras do nacional para situar-se num plano mais abrangente.

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Publicado

01/28/2017

Como Citar

Teixeiro, A. M. (2017). A ultrapassagem das fronteiras:: hibridismo e universalismo na obra de Laura Erber. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (50), 112–137. https://doi.org/10.1590/2316-4018508

Edição

Seção

Seção Temática