A nova arca de Noé: os animais e a desaprovação da civilização na obra de Lygia Fagundes Telles
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40186213Palavras-chave:
Lygia Fagundes Telles, ficção, bestiário, condição humanaResumo
Este artigo considera o modo como os animais são apresentados na escrita de Lygia Fagundes Telles, avaliando opções temáticas como a solidão, a crueldade ou o pessimismo. O estudo analisa a significativa função do bestiário em suas obras, nas quais a autora usa os animais falantes, fantásticos e simbólicos para oferecer-nos um retrato crítico de uma rica e complexa sociedade burguesa, povoada por uma grande variedade de personagens. Além disso, o estudo analisa a originalidade dos romances e contos de Telles, dando destaque à constante presença de animais literários como um mecanismo ficcional, como uma representação simbólica da sociedade e como uma via para questionar o valor das normas sociais, dos princípios éticos e da nossa própria invenção como seres civilizados, destacando o mundo antinatural que criámos para nós próprios.
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