A EDUCAÇÃO PSÍQUICA DE ENKIDU E A SIMBOLOGIA DO TEMPLO DO AMOR NA EPOPEIA DE GILGAMESH

Autores

  • Luciano Coutinho

DOI:

https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v10.n1.2020.05

Resumo

A Epopeia de Gilgamesh, como ficou conhecida, é uma versão assíria do século VIII a.C. de relatos míticos acerca do rei sumério Gilgamesh, que teria vivido no terceiro milênio a.C.. Para além de influenciar certas histórias como o dilúvio bíblico, o poema contém um rico cenário em torno da evolução psíquica da humanidade, que acaba por apresentar consequências político-sociais que certamente influenciaram os primórdios de nossa civilização. Neste artigo, tentarei demonstrar como a personagem que teria sido criado para combater Gilgamesh, Enkidu, é, na verdade, o mote central para o processo de evolução psíquica e, consequentemente, político-social do próprio rei Gilgamesh e da cidade de Uruk. Enkidu surge como um tipo de segundo “eu” do próprio Gilgamesh e, assim, unifica-se a ele, para lhe pacificar o comportamento bárbaro e tirânico. Toda a base desse processo, entretanto, dá-se a partir da própria transformação de Enkidu por um processo sentimental que vivencia com um tipo de sacerdotisa do Templo do Amor. Apesar de o poema não mencionar dados descritivos desse templo, ele nos apresenta sua alta importância simbólica, tanto que ele se torna a base para todo processo de educação psíquica das duas personagens.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciano Coutinho

Luciano Coutinho (Carlos Luciano Silva Coutinho) é Professor de Filosofia do Instituto Federal da Paraíba ”“ IFPB e Professor da Linha de Estética Hermenêutica e Semiótica do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília ”“ PPG-FAU / UnB. É Doutor em Estudos Clássicos pela Universidade de Coimbra ”“ UC (recebeu bolsa CAPES para Doutorado Pleno no Exterior) e teve o Doutorado revalidado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais ”“ UFMG. Tem dois Pós-Doutorados pela Universidade Federal de Uberlândia ”“ UFU (recebeu bolsa CAPES em um deles). É Mestre em Filosofia pela UnB (recebeu bolsa CAPES) e é Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UnB. É Licenciado em Letras e é Licenciado em Filosofia.

Referências

ADORNO, Theodor & HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.

BRANDÃO, Jacyntho Lins. “SÎN-LEÌ„QI-UNNINNI, ElE o abismo viu (Série de GILGámeSh 1)” In: Nuntius Antiquus, v. X, nº 2, 2014, pp. 125-159.

KRAMER, Samuel Noah. History Begins at Sumer: Thirty­Nine Firsts in Recorded History. Pennsylvania: University of Pennsylvania Press, 1956.

_______. Sumerian Mythology: a study of spiritual and literary achievement in the third millennium B.C.. GlobalGrey, 2018 (1944 ”“ revised 1961).

LERNER, Gerda. “The Origin of Prostitution in Ancient Mesopotamia” In: The University of Chicago Press, v. 11, nº. 2, 1986, p. 236-254.

PLATÃO. A República. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005.

_______. Górgias. Trad. Daniel R. N. Lopes. São Paulo: Editora Perspectiva, 2011.

SERRA, Ordep J. T. “Uma apresentação da Epopeia de Gilgamesh” In: A Mais Antiga Epopéia do Mundo: a Gesta de Gilgamesh. v. 1. Salvador: Fundação Cultural, 1985.

SANDARS, N. K. “Introdução” In: A Epopeia de Gilgamesh. Trad. Carlos Daudt de Oliveira. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SCHILLER, Friedrich. Cartas sobre a educação estética da humanidade, edição 2. Trad. Roberto Schwarz. São Paulo: EPU, 1992.

RUBIO, Gonzalo. “¿Vírgenes o Meretrices? La prostitución sagrada en el Oriente antiguo” In: Gerión, n° 17, 1999, p. 129-148.

Downloads

Publicado

01-07-2020

Como Citar

Coutinho, L. (2020). A EDUCAÇÃO PSÍQUICA DE ENKIDU E A SIMBOLOGIA DO TEMPLO DO AMOR NA EPOPEIA DE GILGAMESH. Revista Estética E Semiótica, 10(1), 71–80. https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v10.n1.2020.05