A EDUCAÇÃO PSÍQUICA DE ENKIDU E A SIMBOLOGIA DO TEMPLO DO AMOR NA EPOPEIA DE GILGAMESH
DOI:
https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v10.n1.2020.05Resumo
A Epopeia de Gilgamesh, como ficou conhecida, é uma versão assíria do século VIII a.C. de relatos míticos acerca do rei sumério Gilgamesh, que teria vivido no terceiro milênio a.C.. Para além de influenciar certas histórias como o dilúvio bíblico, o poema contém um rico cenário em torno da evolução psíquica da humanidade, que acaba por apresentar consequências político-sociais que certamente influenciaram os primórdios de nossa civilização. Neste artigo, tentarei demonstrar como a personagem que teria sido criado para combater Gilgamesh, Enkidu, é, na verdade, o mote central para o processo de evolução psíquica e, consequentemente, político-social do próprio rei Gilgamesh e da cidade de Uruk. Enkidu surge como um tipo de segundo “eu” do próprio Gilgamesh e, assim, unifica-se a ele, para lhe pacificar o comportamento bárbaro e tirânico. Toda a base desse processo, entretanto, dá-se a partir da própria transformação de Enkidu por um processo sentimental que vivencia com um tipo de sacerdotisa do Templo do Amor. Apesar de o poema não mencionar dados descritivos desse templo, ele nos apresenta sua alta importância simbólica, tanto que ele se torna a base para todo processo de educação psíquica das duas personagens.
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