PERCORRENDO O MONUMENTO CONTÍNUO NAS FOTOMONTAGENS DO SUPERSTUDIO
DOI:
https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v9.n2.2019.07Palavras-chave:
Fotomontagem. Arquitetura. Movimento modernoResumo
Nas décadas de 1950 e 1960, durante o boom econômico europeu do Pós-Segunda Guerra Mundial, foram expostos os problemas internos do pensamento moderno na arquitetura e desencadeado um lento processo de ruptura na sua base. Este debate se intensificou na década de 1960, quando diversos grupos de arquitetos em distintos contextos geográficos difundiram críticas aos preceitos modernistas a partir de abordagens sem precedentes. Um deles foi o grupo florentino Superstudio (1966”“1978), criado pelos italianos Adolfo Natalini e Cristiano Toraldo di Francia, que, apoiados em fotografias preexistentes, subverteram a impessoalidade da arquitetura moderna e da falta de diálogo desta com a realidade social sob forma de irônicas fotomontagens. Essas representações frequentemente empurravam os preceitos do modernismo ao absurdo e vislumbravam não imaginar uma cidade “ideal”, mas escancarar a realidade sugerida para as cidades europeias naquele contexto histórico e evidenciar os limites dos princípios arquitetônicos modernos. O presente estudo busca, por meio de revisão de literatura, investigar o pensamento do Superstudio expresso nas suas fotomontagens e analisar a maneira por meio da qual elas contribuíram para a crítica ao movimento moderno em Florença (Itália) na década de 1960. A título de estudo de caso será analisada uma das principais produções do coletivo, a série de fotomontagens intitulada “Monumento Contínuo” (1969), visando à leitura de aspectos formais e mensagens implícitas que tais imagens se propõem a transmitir.
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