O MITO DE HYGIEIA E A MEDICINA DIETÉTICA: adoração à saúde e ritos higiênicos

Autores

  • Sussumo Matsui Universidade de Coimbra - UC

DOI:

https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v6.n2.2016.06

Palavras-chave:

Hygieia, Asclépio, Dietética, Praga, Alimentação

Resumo

Este artigo analisa a relação entre a incorporação de Hygieia à família de Asclépio e o surgimento da medicina dietética. Hygieia não tem um mito próprio, pouco sabemos sobre ela, e quase nada foi escrito ao seu respeito. Porém, a antiguidade tardia legou a reputação de uma das divindades mais poderosas. É ela quem sugere a escolha dos alimentos e os remédios apropriados para os males. Sua deificação e a de seu pai Asclépio estão relacionadas com a praga de Atenas que ocorreu durante a Guerra do Peloponeso. Porém o sucesso desta deusa alcançou mais que a Grécia clássica, chegando a ser venerada pelos romanos. Isso revela mais que uma preocupação com a volta da praga: era o surgimento de uma sociedade, que se preocupava com a saúde como sendo o maior bem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Fontes Primárias

ARISTÓTELES. Retórica. Tradução de Quintin Racionero. Madrid, Editorial Gredos, 1994.

ATENEO. Banquete de los eruditos. Tradução e notas de Lucia Rodrigues-Noriega Guillén. Madri, Editorial Gredos, 1998.

HERO(N)DAS. Mimiambes e fragmentos mímicos. Tradução, introdução e notas de José Luiz Navarro Gonzáles e Antonio Melero. Madri, Editorial Gredos, 1981.

HIPOCRATES. Tratados Hipocráticos. Edição de Garcia Gual. Madri, Editorial Gredos, 1993-2008. 8 v.

PAUSANIAS. Descripción de Grecia. Introdução, tradução e notas de Maria Cruz Herrero Ingelmo. Madri, Editorial Gredos, 1994.

PLATÃO. La Repubblica. Tradução e notas de Mario Vegetti. Milão, BUR, 2006.

_______. Gorgias. Tradução, introdução e comentário de E. R. Dodds. Oxford, Claredon Press, 1959.

PLUTARCO. Vidas Paralelas: Péricles e Fábio Máximo. Tradução, introdução e notas de Ana Maria Guedes Ferreira e Ália Rosa Conceição Rodrigues. Coimbra, Clássica Digitália, 2010.

Fontes Secundárias

BRANDÃO, J. S. (1987). Mitologia Grega. v. II. Petrópolis: Editora Vozes.

BOYASK, R. M. (2007). Plague and the athenian imagination: drama, history and the Cult of Asclepius. Cambridge, Cambridge University Press.

BURKERT, W. (1993). Religião grega na época clássica e arcaica. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.

BURKERT, W. (1991). Antigos cultos de mistério. São Paulo, Edusp.

COMMELIN, P. (2011). Mitologia grega e Romana. São Paulo, Martins Fontes.

CRAIK, E. (1995). Diet, diaita and dietetics. In: POWELL, A. The Greek World. Londres, Routledge, p. 307-402.

DIGNAS, B. (2007). A Day in the Life of a GreekSanctuary. In: OGDEN, D. A companion to Greek Religion. Malden, Blackweel Publishing.

EDELSTEIN, L.; EDELSTEIN, E. J. (1998). Asclepius: collection and interpretation of the testemonies. Baltimore, The John Hopkins University Press.

______ (1960). The dietetics of Antiquity. In: TEMKIN, O.; TEMKIN, C.L. Ancient Medicine. Baltimore, John Hopkins Press, p. 303-318.

van der EIJK, P. (2005). Medicine and Philosophy in Classical Antiquity. New York, Cambridge Universiy Press.

GRMEK, M. (1983). Les maladie à l’aube de la civilizacion occidentale. Paris, Payot.

JOLY, R. (1966). Le Niveau de la Science Hipoccratique. Paris, Belles Lettres.

JOUANNA, J. (1992). Hippocrate. Paris, Fayard.

KLAUCK, H-J. (2011). O entorno religioso do cristianismo primitivo: Religião civil e religião doméstica, cultos de mistérios, crença popular. São Paulo, Edições Loyola.

MOYNIHAN, R.; WASMES, A. (2007). Vendedores de doença: estratégias da indústria farmacêutica para multiplicar lucros. In: PELIZZOLI, M. Bioética como novo paradigma: por um novo modelo biomédico e

biotecnológico. Petrópolis: Editora Vozes, p. 151-156.

SHAMPO, M. A.; KYLE, R. A. (1993). “Medical mythology: Hygieia”. In: Mayo Clinic Proceedings, Rochester, v. 68, issue 5, p. 441.

STAFFORD, E. (2007). Personification in Greek religious thought and practice. In: In: OGDEN, D. A companion to Greek Religion. Malden: Blackweel Publishing.

WALTERS, H. B. (1899). “Athena Hygieia”. In: The journal of Hellenic Studies, Cambridge, v. 19, p. 165-8.

Downloads

Publicado

21-12-2016

Como Citar

Matsui, S. (2016). O MITO DE HYGIEIA E A MEDICINA DIETÉTICA: adoração à saúde e ritos higiênicos. Revista Estética E Semiótica, 6(2). https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v6.n2.2016.06

Edição

Seção

Artigos