Duplipensar o conceito surdo ou resignificar a concepção visual pelas lentes da ecolinguística

Autores

  • Anderson Simão Duarte Universidade Federal de Mato Grosso
  • Cláudio Alves Benassi Universidade Federal de Mato Grosso
  • Simone de Jesus Padilha Universidade Federal de Mato Grosso

Palavras-chave:

Língua de Sinais. Surdo. Visual. Meio ambiente linguístico. Inclusão.

Resumo

Esta pesquisa discute a concepção histórica do termo “surdo” e apresenta a simbiose sujeito-língua como indivíduo não marcado pela deficiência, mas pela língua, sendo esta VISUAL. Concepções bakhtinianas corroboram no solo fértil da ecolinguística num processo de germinação, onde sujeitos visuais lutam por acesso e permanência autônoma no meio ambiente ecológico de que fazem parte. O olhar do outro como marca preconceituosa em relação à língua de sinais mumifica as concepções aristotélicas e envenenam o sujeito no reconhecimento da diferença como espelho da normalidade. Registram-se as marcas históricas das línguas de sinais como parasitas e/ou competidoras e não como epífitas e/ou simbióticas.

 

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Biografia do Autor

Anderson Simão Duarte, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutor em Educação - Processo de aprendizagem da Língua Portuguesa como L2 pelo estudante Visual (surdo). Mestre em Estudos Linguísticos - Material didático e Empréstimos Lingüísticos da LIBRAS. Formador de profissionais e/ou educadores no processo de aprendizagem e/ou comunicação da LIBRAS. Professor Adjunto I - DE na UFMT campus Rondonópolis. Pesquisador na área da Educação Inclusiva. Autor dos conceitos "VISUAL" e "Metáforas Criativas". Vasta experiência na área linguistica da Educação Inclusiva. Proficiente no uso e ensino, nível superior da Língua de Sinais Brasileira - LIBRAS, habilitação expedida pelo MEC / UFSC - PROLIBRAS. Pesquisas e atividades profissionais e sociais com a comunidade VISUAL ( surda) nas séries iniciais e creches. Líder do Grupo de Pesquisa CAPEs/CNPQ : "Rebak Sentidos - Relendo Mikhail Bakhtin" e " Línguas de Sinais no Círculo de Bakhtin". Contato: anderson.ufederal@gmail.com

Cláudio Alves Benassi, Universidade Federal de Mato Grosso

Cao Benassi (em arte) é doutor em Estudos de Linguagens e mestre em Estudos de Cultura Contemporânea, pela Universidade Federal de Mato Grosso. É docente do curso de Licenciatura em Letras-Libras. Idealizou e fundou a Revista Diálogos (RevDia) ISSN 23190825 Qualis CAPEs B2, da qual é editor gerente. É fundador da revista acadêmica discente online Revista Falange Miúda (ReFaMi) ISSN 2525-5169 da qual é editor gerente e coordenador. Realizou uma aproximação da música com pensamento bakhtiniano, sob orientação do professor Dr. Roberto Victorio. Desenvolve conceitos na área musical, tais como, musicar, musicagem, musigagística, musicagista, além dos conceitos convergência, divergência, insurgência e seus desdobramentos na linha de força intitulada "Estética do ser". Desenvolve o Sistema Harmônico Numerológico Pitagórico (SHNP) ou Tratado de Harmonia Numerológica Pitagórica (THNP). Também desenvolve o sistema de escrita da língua de sinais, chamado VisoGrafia. Participa dos grupos de pesquisa Relendo Bakhtin (REBAK), do Núcleo de Estudos de Composição e Interpretação da Música Contemporânea e REBAK SENTIDOS. Pós-graduado em LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais, pesquisando os sinais da área musical. Graduado em música pela mesma universidade (2011). Estudou composição com os professores Roberto Victorio, Ticiano Rocha e Cristina Dignart. Estudou flauta doce com a professora Marília Cortez e atualmente está sob orientação de Renata Pereira. Na III Semana de Capacitação de Professores Suzuki, promovida pela Associação Musical Suzuki de São Paulo, cursou Filosofia Suzuki com Shinobu Saito e Flauta doce - Livro 1 com Mary Waldo. Tem experiência em composição musical, tem conhecimento em performance musical, nos instrumentos: flauta doce e flauta doce Boehm (transversa adaptada), além de ter atuado na docência de música e história da arte.

Simone de Jesus Padilha, Universidade Federal de Mato Grosso

Possui graduação em Letras Licenciatura Plena Português/Inglês pela Universidade Federal de Mato Grosso (1988), mestrado em Educação Pública na Área de Linguagem pela Universidade Federal de Mato Grosso (1997) e doutorado em Lingüística Aplicada aos Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica (2005). Atualmente é parecerista da Revista Polifonia (UFMT), da Revista Bakhtiniana e da Revista RevLEt, e Professora Associada da Universidade Federal de Mato Grosso, Departamento de Letras e Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagem. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: estudos bakhtinianos, avaliação de livros didáticos, ensino-aprendizagem de língua materna, professor de língua portuguesa, gênero do discurso e gêneros poéticos, olimpíada de língua portuguesa. É lider do Grupo "Relendo Bakhtin" - REBAK

Referências

BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003 (1929).
______. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2010 (1929).
BRASIL. Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, 25 abr. 2002.
DUARTE, Anderson Simão. Metáforas Criativas: Processo de Aprendizagem de Ciências e Escrita da Língua Portuguesa como Segunda língua pelo Estudante Visual (surdo). Tese. Doutorado em Educação em Ciências e Matemática. Universidade Federal de Mato Grosso: Cuiaba, 2016.
COUTO, Elza K. N. N, DUNCK-CINTRA; Ema Marta e BORGES, Lorena A. O. Antropologia do imaginário, ecolinguística ematáforas. Brasília, D.F: Thesaurus editora, 2014.
COUTO, Hildo Honório. Ecolinguística estudos das relações entre língua e meio ambiente.Brasília, DF: Thesaurus Editora, 2007.
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. 3ª ed. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2013.

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Publicado

2017-02-10

Como Citar

Duarte, A. S., Benassi, C. A., & Padilha, S. de J. (2017). Duplipensar o conceito surdo ou resignificar a concepção visual pelas lentes da ecolinguística. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 3(1), 143–159. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/10744

Edição

Seção

Artigos