É o capital um acelerador?

Aceleração das forças produtivas como fuga e antagonismo

Autores

  • Felipe Fortes PPG Filosofia PUCRS/Doutorando
  • Émerson Pirola PPG Filosofia PUCRS/ Doutorando

DOI:

https://doi.org/10.26512/dasquestoes.v12i1.34931

Palavras-chave:

aceleracionismo; aceleração; antagonismo; forças produtivas desejantes.

Resumo

O capitalismo moderno não raro é definido por sua velocidade e aceleração em comparação a formações sociais anteriores. Contemporaneamente, ganhou certa relevância a posição teórica conhecida de maneira genérica como “aceleracionismo”, que coloca, em linhas gerais, que o capital é uma força motriz de desenvolvimento, progressão e, consequentemente, aceleração, incitando revoluções e rupturas nos modos de organização social, e, dessa maneira, não sendo um processo de desterritorialização que possa ser contido, a aceleração do capital é vista como um imperativo. Imanentemente à essa corrente, surgem, à esquerda, uma contraposição à ideia de que é o capital que deva ser acelerado, alertando ao bloqueio e restrição que o capital provoca nas forças produtivas sociais, abrindo espaço para uma reapropriação sócio-técnica e uma aceleração contrária ao desenvolvimento do capital, em direção à um pós-capitalismo. Em nossa perspectiva, por mais que essas vertentes tenham contribuições importantes ao debate sobre o desenvolvimento do capitalismo, elas perdem de vista a centralidade das forças produtivas e da produção desejante como o real vetor da aceleração. Voltando sobretudo a Deleuze e Guattari e à matriz teórica do (pós-)operaísmo, buscamos ao analisar, tanto o aceleracionismo de Nick Land quanto o aceleracionismo de Alex Williams e Nick Srnicek, tomadas por nós como os principais vetores de duas tendências aceleracionistas, os pontos frágeis em seu desenvolvimento teórico, buscando afirmar a tese de que, são as forças produtivas desejantes que aceleram a produção ativa de suas linhas de fuga em um processo de antagonismo, ao qual o capital e seus aparelhos de captura devem, “correndo atrás” em um segundo momento estrutural, capturar por um movimento aceleratório e progressivo.

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Publicado

2021-06-20

Como Citar

FORTES SILVEIRA, Felipe; DOS SANTOS PIROLA, Émerson. É o capital um acelerador? Aceleração das forças produtivas como fuga e antagonismo. Das Questões, [S. l.], v. 12, n. 1, 2021. DOI: 10.26512/dasquestoes.v12i1.34931. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/dasquestoes/article/view/34931. Acesso em: 17 dez. 2024.