Em busca do telos: ‘em α tempo’ e operadores aspectuais no português brasileiro

Autores

Palavras-chave:

aspecto, em α tempo, operador perfectivo, semântica formal, telicidade

Resumo

Este squib investiga a interação entre o adjunto temporal em α tempo e os predicados do tipo accomplishment no português brasileiro, fundamentando-se no modelo de operadores aspectuais de Altshuler (2014) e na análise de Basso e Pires de Oliveira (2010). Segundo o modelo, o operador perfectivo de Altshuler mapeia os eventos para seus estágios maximais sem exigir necessariamente que eles alcancem a culminação. Em contraste, o adjunto em α tempo delimita o intervalo temporal em que o evento ocorre e reforça a leitura télica, ou seja, a expectativa de que o evento seja completado. Assim, mesmo em contextos nos quais a culminação não está intrinsecamente garantida pelo predicado verbal, em α tempo atua como um modificador que explicita a duração e exige a culminação do evento. A integração dessas abordagens contribui para uma descrição mais refinada da relação entre operadores aspectuais e modificadores temporais no PB, contribuindo para uma maior compreensão das propriedades semânticas dos verbos de accomplishment no PB.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Uiara do Nascimento Nunes, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduada em Letras — Inglês, com pós-graduação em Tradução e em Ensino de Português como Língua Estrangeira. Bolsista Capes. Atualmente, leciona português como língua estrangeira e cursa o mestrado em Linguística na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com foco em semântica formal.

Leonardo Alves, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduado em Relações Internacionais. Bolsista Capes. Integrante do GT Geopolíticas do Multilinguismo, da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo (UCLPM) e do Grupo de Pesquisa em Políticas Linguísticas Críticas e Direitos Linguísticos (PoLiTicas). Cursa o mestrado em Linguística na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com foco em políticas linguísticas.

Referências

ALTSHULER, D. A Typology of Partitive Aspectual Operators. Natural Language & Linguistic Theory, v. 32, n. 4, 2014. p. 735-775.

BASSO, R. M.; PIRES DE OLIVEIRA, R. ‘Em X Tempo’ e ‘Por X Tempo’ no Domínio Tempo-Aspectual. Revista Letras, Curitiba, v. 81, 2010. p. 77-98.

KRIFKA, M. Nominal Reference, Temporal Constitution and Quantification in Event Semantics. In: RENZI, L.; DI SCIULLO, A.-M. (ed.). Semantics and Contextual Expression. Dordrecht: Foris, 1989. p. 75-115.

KRIFKA, M. The Origins of Telicity. In: ROTHSTEIN, S. (ed.). Events and Grammar. Dordrecht: Kluwer, 1998. p. 197-235.

LANDMAN, F. The Progressive. Natural Language Semantics, v. 1, p. 1-32, 1992.

PIRES DE OLIVEIRA, R.; BASSO, R. M. Sobre a Semântica e a Pragmática do Perfectivo. Revista Letras, Curitiba, v. 81, 2010. p. 123-139.

RODRIGUES DE SOUZA, N. A Acionalidade e os Medidores de Tempo no Português Brasileiro: experimentos de aceitabilidade e de interpretação. 2018. Monografia (Graduação em Letras Português) – Centro de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.

ROTHSTEIN, S. Structuring Events: A Study in the Semantics of Lexical Aspect. Malden: Blackwell Publishing, 2004.

SMITH, C. S. The Parameter of Aspect. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1991.

VENDLER, Z. Verbs and Times. The Philosophical Review, v. 66, n. 2, 1957, p. 143-160.

Downloads

Publicado

13.10.2025