Olhares e perspectivas que fabricam a diversidade do passado e do presente

por uma arqueologia etnográfica das bacias dos rios Trombetas e Nhamundá

Autores

  • Ruben Caixeta de Queiroz

Palavras-chave:

Etnologia, Amazônia, Arqueologia, Guiana, Caribe

Resumo

O artigo discute as possibilidades de colaboração entre etnologia e arqueologia, a partir de uma análise dos processos de formação, concentração e dispersão dos grupos indígenas do complexo cultural Tarumã-Parukoto (que hoje ocupam a região de fronteira entre Brasil, Guiana e Suriname). Nesta região da Amazônia e alhures, dificilmente podemos delimitar onde começa e termina as fronteiras de um grupo social ou étnico e, dessa forma, torna-se quase impossível fazer coincidir precisamente um determinado grupo étnico a um determinado território. Não passado e no presente, as fronteiras fluidas dos grupos, móveis no espaço e no tempo, revelam-se um desafio ainda maior para a perspectiva de trabalho em conjunto entre etnologia e arqueologia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACEVEDO, Rosa & CASTRO, Edna. 1993. Negros do Trombetas: guardiães de matas e rios. Belém: UFPA.
BALÉE, William. 1993. “Indigenous transformation of Amazonian forests: an example from Maranhão, Brazil”. In: Philippe Descola & Anne Christine Taylor (eds.). La remontée de l’Amazonie: anthropologie et histoire des sociétés amazoniennes. L’Homme, 33(126-128):231-254.
CAIXETA DE QUEIROZ, Ruben. 2008. Trombetas-Mapuera: território indígena. Brasília: Funai/PPTAL.
CARNEIRO. Robert. 1995. “The history of ecological interpretations of Amazonia: does Roosevelt have it right?” In: L. Sponsel (ed.). Indigenous people and the future of Amazonia: an ecological anthropology of an endangered world. Tucson: University of Arizona Press. pp. 45-70.
CLASTRES, Pierre. 2003. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac Naify.
FAUSTO, Carlos & HECKENBERGER, Michael (eds.). 2007. Time and memory in Indigenous Amazonia: anthropological perspectives. Gainnesville: University Press of Florida.
FRIKEL, Protásio. 1958. “Classificações lingüístico-etnológica das tribos indígenas do Pará setentrional e zonas adjacentes”. Revista de Antropologia, 1.
______. 1970. “Os Kaxuyana: notas etno-históricas”. Publicações Avulsas (Museu Paraense Emílio Goeldi), 14.
______. 1971. “Dez anos de aculturação Tiriyó: 1960-70: mudanças e problemas”. Publicações Avulsas (Museu Paraense Emílio Goeldi), 16.
______. 1972. “Elementos demográficos do Alto Paru de Oeste, Tumucumaque brasileiro: índios Ewarhoyána, Kaxúyana e Tiriyó”. Publicações Avulsas (Museu Paraense Emílio Goeldi), 19.
FUNES, Eurípedes. 2004. “Mocambos do Trombetas: história, memória e identidade”. EAVirtual, 1(1):5-25.
GOLDMAN 2003. “Os tambores dos mortos e os tambores dos vivos. Etnografia, antropologia e política em Ilhéus, Bahia”. Revista de Antropologia, 46 (2):445-476.
GOMES, Denise M. C. 2013. “Metodologia da pesquisa arqueológica: uma introdução”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi (Ciências Humanas), 8(3):513-516.
GUAPINDAIA, Vera. 2008. Além da margem do rio: a ocupação Konduri e Poço na região de Porto Trombetas. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo.
GUAPINDAIA, Vera & AIRES DA FONSECA, João. 2013. “Metodologia de delimitação no sítio arqueológico Cipoal do Araticum na região do rio Trombetas, Pará, Brasil”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi (Ciências Humanas), 8(3):657-673.
GUPPY, Nicholas. 1958. Wai-Wai: through the Forests North of the Amazon. London: John Murray.
HECKENBERGER, Michael. 1996. War and peace in the shadow of empire: sociopolitical change in the Upper Xingu of Southeastern Amazonia, A. D. 1250-2000. Tese de Doutorado, University of Pittsburgh.
HILBERT & HILBERT 1980. “Resultados preliminares da pesquisa arqueológica nos rios Nhamundá e Trombetas, Baixo Amazonas.” Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Nova Série, Antropologia, 75: 1-11.
HOWARD, Catherine. 2003. Wrought Identities: the Waiwai Expeditions in Search of the “Unseen Tribes” of Northern Amazonia. Tese de Doutorado, The University of Chicago.
JÁCOME, Camila. 2011. Pelo Rio Mapuera: reflexões entre arqueologia e etnologia indígena na Amazônia e Guiana. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais.
INGOLD, Tim. P. 2008. “Anthropology is not Ethnography”. Proceedings of the British Academy, 154:69-92.
LATHRAP. Donald. 1970. The upper Amazon. New York: Praeger.
LEACH, Edmund. 1995. Sistemas políticos da Alta Birmânia. São Paulo: Edusp.
MEEGERS, Betty. 1971. Amazonia: man and culture in a counterfeit Paradise. Chicago: Aldine-Atherton.
NEVES, Eduardo Góes. 2012. Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Amazônia Central (6.500 AC ”“ 1.500 DC). Tese de Livre Docência, Universidade de São Paulo.
PERRONE-MOISÉS, Beatriz & SZTUTMAN, Renato. 2010. “Notícias de uma certa confederação Tamoio”. Mana, 16(2):401-433.
POLONI, Rita Juliana Soares. 2011. “A etnoarqueologia brasileira contemporânea: cultura material e implicações sociais”. Estrat Critic, 5(1):328-338.
PORRO, Antonio. 2008. “Notas sobre o antigo povoamento indígena do alto Trombetas e Mapuera”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi (Ciências Humanas), 3(3): 387-397.
RIVIÈRE, Peter. 1969. Marriage among the Trio: a Principle of Social Organization. Oxford: Clarendon Press; London & New York: Oxford University Press.
______. 1984. Individual and Society in Guiana: a Comparative Study of Amerindian Social Organization. Cambridge: University Press.
ROOSEVELT, Anna. 1992. “Arqueologia amazônica”. In: Manuela Carneiro da Cunha (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras/FAPESP/SMC. pp. 53-86.
______. 1993. “The rise and fall of Amazonian chiefdoms”. In: Philippe Descola & Anne Christine Taylor (eds.). La remontée de l’Amazonie: anthropologie et histoire des sociétés amazoniennes. L’Homme, 33(126-128):255-283.
______. 1994. “Amazonian anthropology: strategy for a new synthesis”. In: Anna Roosevelt (ed.). Amazonian Indians from prehistory to the present. Tucson: University of Arizona Press. pp. 1-29.
SANTOS, Fernando. 1993. “From prisoner of the group to darling of the gods: an approach to the issue of power in lowland South America.” In: Philippe Descola & Anne Christine Taylor (eds.). La remontée de l’Amazonie: anthropologie et histoire des sociétés amazoniennes. L’Homme, 33(126-128):213-230.
SÃO MANÇOS, Francisco de. 1903. “Rapport presenté au roi par le frère F. de São Manços, religieux de l’Ordre de la Pitié et missionaire dans le village des Nhamundás sur son voyage par la rivière Trombetas le 6.1.1728”. In: Barão Paranhos Rio Branco. Limites entre le Brésil et la Guyane Anglaise. Anexe au 1o mémoire, 3:42-52.
SILVA, Fabíola A. 2013. “Território, lugares e memória dos Asurini do Xingu”. Revista de Arqueologia (Sociedade de Arqueologia Brasileira), 26:28-41.
______. 2012. “O plural e o singular das Arqueologias Indígenas”. Revista de Arqueologia (Sociedade de Arqueologia Brasileira), 25:24-42.
STEWARD, Julian (org.). 1946-1950. Handbook of South American Indians. Washington: Smithsonian Institution. v. 1-6.
SZTUTMAN, Renato. 2009. “Religião nômade ou germe do Estado? Pierre e Hélène Clastres diante da vertigem tupi”. Novos Estudos CEBRAP, 83:129-157.
______. 2012a. “Pensar com Pierre Clastres ou da atualidade do contra-Estado”. Revista de Antropologia, 54:5-20.
______. 2012b. “O contra o Estado e as políticas ameríndias: algumas meditações clastreanas”. In: Renarde Freire Nobre (org.). O poder em perspectiva. Belo Horizonte: Sografe. pp. 183-214.
VALE, Raoni. 2012. Mentes graníticas e mentes areníticas: fronteira geo-cognitiva nas gravuras rupestres do Baixo Rio Negro, Amazônia Setentrional. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002. “Imagens da natureza e da sociedade”. In: A Inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify. pp. 319-344.
WAGNER, Roy. 1974. “Are There Social Groups in the New Guinea Highlands?” In: LEAF, Murray (ed.). Frontiers of Anthropology. Nova York: Cincinnati: Toronto: Londres: Melbourne: D. Van Nostrand Company. pp. 95-122.
______. 1981. The invention of culture. Chicago: University of Chicago..
WÜST, Irmhild. 1992. “Contribuições arqueológicas, etnoarqueológicas e etno-históricas para o estudo dos grupos tribais do Brasil Central: o caso Bororo”. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, (2):13-26.

Downloads

Publicado

2018-02-16

Como Citar

Queiroz, Ruben Caixeta de. 2018. “Olhares E Perspectivas Que Fabricam a Diversidade Do Passado E Do Presente: Por Uma Arqueologia etnográfica Das Bacias Dos Rios Trombetas E Nhamundá”. Anuário Antropológico 39 (2):161-200. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6824.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.