“Sexy Nature”
a naturalização da (homo) sexualidade em uma exposição museográfica
Mots-clés :
homossexualidade, essencialismo estratégico, museus, não humanos, “Sexy Naturel”Résumé
Este artigo pretende analisar etnograficamente a narrativa explorada pela exposição britânica “Sexy Nature” quando em exibição em Paris. A partir do enfoque privilegiado de que esta exposição é um agente político ativo em um processo em curso de tentativa de naturalização de certas práticas sexuais e identidades (entre elas, a homossexualidade), descrevo e analiso as estratégias narrativas da exposição que, na busca de exibir a diversidade sexual do mundo não humano, se alterna entre a antropomorfização dos não humanos e a zoomorfização dos humanos. Assim e ao mesmo tempo, a exposição se propõe a deslocar certos signos de gênero para incluí-los no amplo escopo da “natureza”. Por último, concluo defendendo que, se por um lado são eficientes na ontologia naturalista, por outro, tais estratégias estão acompanhadas de eventuais riscos políticos em um processo que se convencionou chamar slippery slope.
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