O Auto de carnaval em São Tomé e Príncipe
Fato e texto
Mots-clés :
Antropologia, CarnavalRésumé
O carnaval de São Tomé e Príncipe não tem a exuberância, grandiosidade e visibilidade que têm os carnavais do Rio de Janeiro, Recife, New Orleans e Veneza. Diferentemente do carnaval brasileiro, no qual o mundo social simbolicamente se inverte e as atividades cotidianas são temporariamente suspensas com a devida chancela do Estado durante quatro dias, o carnaval santomense tem lugar apenas na terça-feira gorda e não cria uma suspensão e inversão social quase total. Não tem também a grandiloqüência e a riqueza das parades de New Orleans nem dos desfiles de máscaras do carnaval veneziano. A participação popular no carnaval santomense é realizada segundo um outro modelo. Seu evento central é uma espécie de auto no qual se dramatiza uma série de episódios retirados do cotidiano das roças e freguesias. Formalmente, esta dramatização tem uma clara continuidade com o auto medieval português ”” uma das formas mais populares do antigo teatro em Portugal, forma que alcançou seu resplendor na época de formação do compromisso social que gerou a sociedade crioula de São Tomé e Príncipe, e que ali foi crioulizada, ganhando uma especificidade própria.
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