O lenço de pano e o buquê de flores
Estados nacionais e os povos tukano orientais na fronteira colombo-brasileira
DOI:
https://doi.org/10.4000/aa.3182Palabras clave:
Fronteira colombo-brasileira, Tukano oriental, espaço não estatal, estado naçãoResumen
Este artigo explora os modos como a construção histórica dos estados nacionais na região fronteiriça entre Colômbia e Brasil afetou as relações entre os Tuyuka e os Makuna, povos tukano orientais, localizados no alto rio Tiquié (Brasil) e no rio Pirá Paraná (Colômbia), ao mesmo tempo que analisa as formas e estratégias dos indígenas para lidar com ambos os Estados. Destaca-se a maneira como a lógica indígena entende a fronteira como um espaço não estatal, onde, apesar da coerção dos Estados, é possível tomar elementos das instituições que estes lhes impõem para manter sua lógica contra o Estado e resgatar, num novo contexto, as relações rompidas pelo processo histórico.
Descargas
Citas
ACAIPI. 2015. Hee Yaia Godo ˜Bakari. El Territorio de los Jaguares de Yuruparí. Bogotá: Fundación Gaia Amazonas.
ANDERSON, Malcolm. 1996. Frontiers. Territory and State Formation in the Modern World. Cambridge: Polity Press.
ANDRELLO, Geraldo. 2006. Cidade do índio. Transformações e cotidiano em Iauaretê. São Paulo: UNESP, ISA; Rio de Janeiro: NUTI.
Ã…RHEM, Kaj. 1998. Makuna: Portrait of an Amazonian People. Washington and London: Smithsonian Institution Presss.
¬¬_____. 1981. Makuna social organization. A study in descent, alliance and the formation of corporate groups in the Northwestern Amazon. Uppsala: Uppsala Studies in Cultural Anthropology 4.
Ã…RHEM, Kaj; CAYÓN, Luis; ANGULO, Gladys & GARCÃA, Maximiliano. 2004. Etnografía Makuna: tradiciones, relatos y saberes de la Gente de Agua. Acta Universitatis Gothenburgensis. No. 17. Bogotá: Universidad de Gotemburgo e Instituto Colombiano de Antropología e Historia (ICANH).
BARTH, Fredrik. 2000 [1976]. “Os grupos étnicos e suas fronteiras”. Em: O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. F. Barth (org). Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, pp. 25-67.
CABALZAR, Aloísio. 2008. Filhos da cobra de pedra: organização social e trajetórias tuyuka no rio Tiquié (noroeste amazônico). São Paulo: Editora UNESP/ISA; Rio de Janeiro: NuTI.
_____. 1999. “O templo profanado: missionários salesianos e a transformação da maloca tuyuka”. In Transformando os deuses. Os múltiplos sentidos da conversão entre os povos indígenas no Brasil. R. Wright (org). Campinas: Editora da Unicamp, pp. 363-398.
CABALZAR, Aloísio (org.). 2016. Ciclos anuais no rio Tiquié. Pesquisas colaborativas e manejo ambiental no Noroeste Amazônico. São Paulo: ISA; São Gabriel da Cachoeira: FOIRN.
CABALZAR, Aloísio; CABALZAR, Flora; VAN DER VELD, Pieter-Jan; TUYUKA, Higinio & TENÓRIO, Geraldino. 2012. “Escola Indígena Utapinopona Tuyuka”. In Educação Escolar Indígena do Rio Negro 1998-2011. Relatos de experiências e lições aprendidas, F. Cabalzar (org). São Paulo: ISA; São Gabriel da Cachoeira: FOIRN.
CABALZAR, Flora. 2010. Até Manaus, até Bogotá, os Tuyuka Vestem Seus Nomes Como Ornamentos. Geração e transformação de conhecimentos a partir do alto rio Tiquié (Noroeste Amazônico). Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo.
CABRERA, Gabriel. 2002. La Iglesia en la frontera: misiones católicas en el Vaupés 1850-1950. Bogotá: Imani, Universidad Nacional de Colombia sede Leticia.
CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. 1996 [1964]. O índio e o mundo dos brancos. Campinas: Editora da Unicamp.
_____. 1976. Identidade, Etnia e Estrutura Social. São Paulo: Pioneira
CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto & BAINES, Stephen Grant (orgs). 2005. Nacionalidade e etnicidade em fronteiras. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
CAYÓN, Luis. 2013. Pienso, luego creo. La teoria makuna del mundo. Bogotá: Instituto Colombiano de Antropología e Historia.
_____. 2012. “Plans de vie et gestion du monde. Cosmopolitique autochtone du dévelppment en Amazônie colombienne”. Recherches Amérindiennes au Québec, XLII: 63-77.
_____. 2002. En las aguas de yuruparí. Cosmología y chamanismo Makuna. Bogotá: Ediciones Uniandes.
CHERNELA, Janet. 1993. The Wanano Indians of the Brazilian Amazon: A sense of space. Austin: University of Texas Press.
CLASTRES, Pierre. 2003 [1974]. “A sociedade contra o estado”. In: A sociedade contra o Estado. Pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify. 205-234.
CORREA, François. 1996. Por el camino de la Anaconda Remedio: Dinámica de la organización social entre los Taiwano del Vaupés. Bogotá: Editorial Universidad Nacional”“Colciencias.
DIENER, Alexander C. & HAGEN, Joshua (orgs). 2010. Borderlines and Borderlands. Political Oddities at the Edge of the Nation State. Lanham: Rowman & Littlefield Publishers.
DONNAN, Hastings & WILSON, Thomas M. 1999. Borders. Frontiers of Identity, Nation and State. Oxford & New York: Berg.
_____. (orgs). 2010. Borderland. Ethnographic Approaches to Security, Power, and Identity. Lanham: University Press of America.
EXPOSICIÓN DEL TRATADO DE LÃMITES ENTRE A REPÚBLICA DE LA NUEVA GRANADA Y EL IMPERIO DE BRASIL. 1853. Bogotá: Imprenta del Neo-Granadino.
FAULHAUBER, Priscila. 2001. “A fronteira na Antropologia Social: as diferentes faces de um problema”, BIB, 51: 105-125.
GARCÃA, Clara Inés (org). 2003. Fronteras. Territorios y metáforas. Medellín: Hombre Nuevo Editores, INER.
GOLDMAN, Irving. 2004. Cubeo Hehénewa Religious Thought. Metaphysics of a Northwestern Amazonian People. New York, Chichester, West Sussex: Columbia University Press.
_____. 1968 [1963]. Los Cubeo: indios del Noroeste del Amazonas. México: Instituto Indigenista Interamericano.
GÓMEZ, Sebastián. 2014. Frontera selvática. Españoles, portugueses y su disputa por el noroccidente amazónico, siglo XVIII. Bogotá: Instituto Colombiano de Antropología e Historia.
GRIMSON, Alejandro (org). 2000. Fronteras, naciones e identidades. La periferia como centro. Buenos Aires: CICCUS, La Crujía. 9-40.
HUGH-JONES, Cristine. 1979. From the Milk River: Spatial and temporal process in Northwest Amazonia. London: Cambridge University Press.
HUGH-JONES, Stephen. 1979. The palm and the Pleiades: Initiation and cosmology in Northwest Amazonia. London: Cambridge University Press.
JACKSON, Jean E. 1983. The Fish People: Linguistic Exogamy and Tukanoan Identity in Northwest Amazonia. London: Cambridge University Press.
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. 1995 [1909]. Dos años entre los indios. 2 Tomos. Bogotá: Universidad Nacional.
LASMAR, Cristiane. (2005). De volta ao Lago de Leite. Gênero e transformação no Alto Rio Negro. São Paulo: UNESP, ISA; Rio de Janeiro: NUTI.
LONDOÑO PAREDES, Julio. 1973. Derecho territorial de Colombia. Bogotá: Imprenta y Litografía de las Fuerzas Militares.
LÓPEZ, Claudia Leonor. 2014. Tikunas brasileiros, colombianos e peruanos: etnicidade e nacionalidade na região das fronteiras do alto Amazonas/Solimões. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi.
_____. 2005. “Procesos de formación de fronteras en la región del Alto Amazonas/Solimões: la historia de las relaciones interétnicas de los Ticuna”. In: Nacionalidade e etnicidade em fronteiras. R. Cardoso de Oliveira e S. G. Baines (orgs). Brasília: Editora Universidade de Brasília. 55-83.
MacCREAGH, Gordon. 2001 [1926]. White Waters and Black. Chicago: University of Chicago Press.
MARTELLI SOARES, Renato. 2012. Das comunidades à Federação: Associações Indígenas do Rio Negro. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de São Paulo.
McGOVERN, William. 1927. Jungle Paths and Inca Ruins. New York & London: The Century Co.
MEIRA, Márcio & POZZOBON, Jorge. 1999. “De Marabitanas ao Apapóris. Um diário de viagem inédito”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Antropologia, 15 (2): 287-335.
MONTEIRO DE NORONHA, José. 2006 [1768]. Roteiro da viagem do Pará até as últimas colônias do sertão da província. São Paulo: Edusp.
NIMUENDAJÚ, Curt. 1982 [1927]. “Reconhecimento dos rios Içana, Aiary e Uapés”. In Textos indigenistas. São Paulo: Edições Loyola.
OLIVEIRA, Ana Gita de. 1995. O mundo transformado. Um estudo da cultura de fronteira no Alto Rio Negro. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi.
PACHECO DE OLIVEIRA, João. 2016. O nascimento do Brasil e outros ensaios. “Pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: ContraCapa.
RAMOS, Alcida Rita. 1998. Indigenism. Ethic Politics in Brazil. Madison: University of Wisconsin Press.
REICHEL-DOLMATOFF, Gerardo. 1996. The forest within. London: Themis Books.
_____.. 1986 [1968]. Desana: simbolismo de los indios Tukano del Vaupés. Bogotá: Procultura.
_____. 1978. El chamán y el jaguar. México: Siglo XXI Editores.
REQUENA, Francisco de. 1992 [1782]. Ilustrados y bárbaros. Diario de la exploración de límites al Amazonas (1782). Madrid: Alianza.
REIS, Arthur. 2006 [1940]. Lobo D’Almada. Um estadista colonial. Manaus: Academia Amazonense de Letras, Prefeitura Municipal de Manaus e Editora Valer.
RIBEIRO, Berta. 1995. Os índios das águas pretas. São Paulo: EDUSP.
RIBEIRO DE SAMPAIO, Francisco Xavier. 1985 [1774-1775]. As viagens do ouvidor Sampaio. Diário da viagem que em visita e correição das povoações da Capitania de S. José do Rio Negro. Manaus: Associação Comercial do Amazonas.
RODRIGUES FERREIRA, Alexandre. 1983 [1787]. Viagem filosófica ao rio Negro. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi.
ROSALDO, Renato. 1989. Culture and Truth: The Remaking of Social Analysis. Boston: Beacon Press.
SAHLINS, Peter. 1989. Boundaries. The Making of France and Spain in the Pyrennes. Berkeley: University of California Press.
SCOTT, James C. 2009. The Art of Not Being Governed. An Anarchist History of Upland Southeast Asia. New Haven & London: Yale University Press.
TORRES, Alfonso. (1969). Mito y cultura entre los Barasana. Bogotá: Universidad de Los Andes.
TRUPP, Fritz. (1977). Mythen der Makuna. Viena: Elisabeth Stiglmayr.
WILCKENS, Henrique João. 1994 [1781]. “Diário da Viagem ao Japurá”. In: Relatos da Fronteira Amazônica no século XVIII. M. R. Amoroso e N. Farage (orgs). São Paulo: NHII-USP, FAPESP. 19-46.
WILSON, Thomas M. 2000. “Nación, Estado y Europa en la frontera de Irlanda del Norte”. In: Fronteras, naciones e identidades. La periferia como centro. A. Grimson (org). Buenos Aires: CICCUS, La Crujía. 121-138.
WILSON, Thomas M. & DONNAN, Hastings (orgs). 1998. Border Identities. Nation and State International Frontiers. Cambridge: Cambridge University Press.
WRIGHT, Robin. 2005. História Indígena e do Indigenismo no Alto Río Negro. Campinas: Mercado das Letras; São Paulo: Instituto Socioambiental.
ZÁRATE, Carlos G. 2008. Sílvicolas, siringueros y agentes estatales. El surgimento de una sociedade transfronteriza en la Amazonia de Brasil, Perú y Colombia 1880-1932. Leticia: Universidad Nacional de Colombia; Imani.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2018 Anuário Antropológico
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode.en
Creative Commons - Atribución- 4.0 Internacional - CC BY 4.0
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode.en