800 anos de ocupação da Tradição Polícroma da Amazônia

um panorama histórico no Baixo Rio Solimões

Autores

  • Eduardo Kazuo Tamanaha
  • Eduardo Góes Neves

Palavras-chave:

Arqueologia amazônica, Tradição Polícroma da Amazônia, Rio Solimões

Resumo

Este artigo apresenta dados sobre o processo de ocupação de sítios com depósitos associados à cerâmica Guarita, da Tradição Polícroma da Amazônia, na região do Baixo Rio Solimões, no Amazonas. Essas ocupações estão relacionadas aos últimos grupos ceramistas que se estabeleceram na região desde o século VIII d.C. até o século XVI d.C. Por meio do exame do contexto arqueológico de sete sítios pré-coloniais e da análise tecnomorfológica da cerâmica, foi possível identificar semelhanças e diferenças entre duas áreas do Baixo Rio Solimões. A partir disso, propõe-se uma hipótese para a história de ocupação dos grupos ceramistas vinculados à Tradição Polícroma da Amazônia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, Fernando Ozório de 2013 A Tradição Polícroma no alto rio Madeira Tese de Doutorado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
ANTHONY, David. 2007. The Horse, the Wheel and Language. New Jersey: Princeton University Press.
ARNOLD, Dean. 1985. Ceramic Theory and Cultural Process. Cambridge: Cambridge University Press.
BELLETTI, Jaqueline da Silva. 2013. Mapeamento arqueológico do Lago de Tefé, Médio Rio Solimões (Amazonas ”“ Brasil). Memorial de Qualificação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
BELLWOOD, Peter. 2001. “Early Agriculturalist Population Diasporas? Farming, Languages and Genes”. Annual Review of Anthropology, 30:181-207.
BOOMERT, Arie. 2004. “Koriabo and the Polychrome Tradition: the Late-Prehistoric Era between the Orinoco and Amazon Mouths”. In: Andre Delpuech & Corinne Hofman. Late Ceramic Age Societies in the Eastern Caribbean. Oxford: Archaeopress.
BROCHADO, José Joaquim Justiniano Proença. 1989. “A expansão dos Tupis e da cerâmica da tradição policrômica da Amazônia”. Dédalo, 9:17-18.
CALDARELLI, Solange Bezerra. 1998. Relatório Final do Projeto de Levantamento e Resgate da Área de Influência Direta do Polioduto Urucu-Coari, AM. São Paulo: Scientia Consultoria.
CASTRO, Márcio Walter de Moura. 2009. A cronologia dos sítios Lago de Iranduba e Laguinho à luz das hipóteses de ocupação humana para a Amazônia Central. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
COSTA, Bernardo Lacale Silva da. 2012. Levantamento arqueológico na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã: estado do Amazonas. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
DEBOER, Warren. 1981. “Buffer Zones in the Cultural Ecology of Aboriginal Amazonia: an Ethnohistorical Approach”. American Antiquity, 46(2):364-377.
GOSSELAIN, Olivier. 1998. “Social and Technical Identity in a Clay Crystal Ball”. In: Miriam Stark. Archaeology of Social Boundaries. Washington, DC: Smithsonian Institution Press. pp. 78-106.
HANKE, Wanda. 1959. “Archäologische Funde im oberen Amazonasgebiet”. Archiv für Völkerkunde, 14:31-66.
HECKENBERGER, Michael; NEVES, Eduardo Góes & PETERSEN, James. 1998. “De onde surgem os modelos? A arqueologia da origem Tupi e Guarani”. Revista de Antropologia, 41(1):69-96.
HILBERT, Peter Paul. 1968. Archäologische Untersuchungen Am Mittlern Amazonas. Berlim: Dietrich Reimer.
KIRCH, Patrick Von. 2000. On the Road of the Winds: an Archaeological History of the Pacific Islands before European Contact. Berkeley: University of California Press.
LA SALVIA, Fernando & BROCHADO, José Joaquim Justiniano Proença. 1989. Cerâmica Guarani. Porto Alegre: Posenato Arte e Cultura.
LATHRAP, Donald. 1975. O Alto Amazonas. Lisboa: Verbo.
LEMMONIER, Pierre. 1992. Elements for an Anthropology of Technology. Michigan: Museum of Anthropological Research. University of Michigan.
LIMA, Helena Pinto. 2008. História das caretas: a tradição Borda Incisa da Amazônia Central. Tese de Doutorado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
LIMA, Helena Pinto & NEVES, Eduardo Góes. 2011. “Cerâmicas da Tradição Borda Incisa/Barrancóide na Amazônia Central”. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, (21):205-230.
LIMA, Helena Pinto; NEVES, Eduardo Góes & PETERSEN, James. 2006. “A fase Açutuba: um novo complexo cerâmico na Amazônia Central”. Arqueologia Suramericana, 2(1):26-52.
LIMA, Márjorie. 2014. O Rio Unini na arqueologia do Baixo Rio Negro, Amazonas. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
LIMA, Márjorie & TAMANAHA, Eduardo. 2007. Relatório final de atividades entregue ao Piatam. Manaus: PIATAM.
______. 2008. Relatório parcial de atividades entregue ao PIATAM. Manaus: PIATAM.
MACHADO, Juliana Salles. 2005. Montículos artificiais na Amazônia Central: um estudo de caso do Sítio Hatahara. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
MEGGERS, Betty Jane & EVANS, Clifford. 1957. Archaeological Investigations at the Mouth of the Amazon. Washington: Smithsonian Institution Press. (Smithsonian Institution Bulletin, 167).
______. 1961. “An Experimental Formulation of Horizon Styles in the Tropical Forest Area of South America”. In: Samuel Lothrop. Essays in Precolumbian Art and Archaeology. Cambridge: Harvard University Press. pp. 372-388.
______. 1968. Archaeological Investigations on the Rio Napo, Eastern Ecuador. Washington: Smithsonian Institution Press.
MILLER, Eurico et al. 1992. Arqueologia nos empreendimentos hidroelétricos da Eletronorte: resultados preliminares. Brasília: Eletronorte.
MORAES, Claide de Paula. 2006. Levantamento arqueológico das áreas do entorno do Lago do Limão, Iranduba, Amazonas. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
______. 2013. Amazônia ano 1000: territorialidade e conflito no tempo das chefias regionais. Tese de Doutorado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
MORAES, Claide de Paula & NEVES, Eduardo Góes. 2012. “O ano 1000 ”“ adensamento populacional, interação e conflito na Amazônia Central”. Revista Amazônica, 4(1):122-148.
NEVES, Eduardo Góes. 2000. Levantamento arqueológico da área de confluência dos rios Negro e Solimões, estado do Amazonas. Relatório enviado à FAPESP. São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
______. 2003. Levantamento arqueológico da área de confluência dos rios Negro e Solimões, estado do Amazonas: continuidade das escavações, análise da composição química e montagem de um sistema de informações geográficas. Relatório enviado à FAPESP. São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
______. 2008a. “Ecology, Ceramic Chronology and Distribution, Long-term History, and Political Change in the Amazonian Floodplain.” In: Helaine Silverman & Eilliam Isbell. Handbook of South American Archaeology. New York: Springer. pp. 359-379.
______. 2008b. Cronologias regionais, hiatos e continuidades na história pré-colonial da Amazônia. Segundo relatório do projeto temático encaminhado à FAPESP. São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
______. 2010. Serviços de estudos de prospecção, avaliação, salvamento e resgate de patrimônio arqueológico na implantação de faixa e abertura de Valas no Gasoduto Coari-Manaus e no GLPDuto Urucu-Coari. São Paulo: IPHAN.
______. 2013. Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Amazônia Central (6500 a.C. ”“ 1500 DC). Tese de Livre Docência, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
NEVES, Eduardo Góes et al. No prelo. “A Tradição Pocó-Açutuba e os primeiros sinais visíveis de modificações na paisagens na calha do Amazonas”.
OLIVEIRA, Erêndira. 2014. A variabilidade tecno-estilística da Tradição Polícroma da Amazônia: um estudo exploratório da iconografia Guarita. Memorial de qualificação de mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
PAPAVERO, Nelson et al. 2002. O Novo Éden: a fauna da Amazônia brasileira nos relatos de viajantes e cronistas desde a descoberta do Rio Amazonas por Pizón [1500] até o Tratado de Santo Idelfonso [1777]. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi.
PORRO, Antônio. 1992. “História indígena do Alto e Médio Amazonas”. In: Manuela Carneiro da Cunha. História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras/SMC/FAPESP. pp. 175-196.
______. 1996. O povo das águas. Petrópolis: Vozes.
REBELLATO, Liliam. 2007. Interpretando a variabilidade cerâmica e as assinaturas químicas e físicas do solo no sítio arqueológico Hatahara. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
RENFREW, Colin. 2000. “At the Edge of Knowability: towards a Prehistory of Languages”. Cambridge Archaeological Journal, 10(1):7-34.
RICE, Prudence. 1987. Pottery Analysis: a Sourcebook. Chigaco: University of Chicago Press.
RODRIGUES, José Barbosa. 1877. Arte cerâmica: antiguidades do Amazonas. Rio de Janeiro: [s.n.]. v. 2.
SCHIFFER, Michael Brian & SKIBO, James. 1992. “Theory and Experiment in the Study of Technical Change”. In: Michael Brian Schiffer. Technological Perspectives on Behavorial Change. Tucson: University of Arizona Press. pp. 40-76.
______. 1997. “The Explanation of Artifact Variability”. American Antiquity, 62(1):27-50.
SHEPPARD, Anna. 1956. Ceramics for the Archaeologist. Washington D.C.: Carnegie Institution of Washington. (Publication 609).
SILVA, Fabíola Andrea. 2000. As tecnologias e seus signifcados. Tese de doutorado, Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas da Universidade de São Paulo.
______. 2007. “O significado da variabilidade artefatual: a cerâmica dos Asurini do Xingu e a plumária dos Kayapó-Xikrin do Cateté”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, 2(1):91-103.
SIMÕES, Mário et al. 1987. “Pesquisas arqueológicas no Médio Rio Negro (AM)”. Revista de Arqueologia, 4(1):83-116.
TAMANAHA, Eduardo. 2012. Ocupação polícroma no Baixo e Médio Rio Solimões, estado do Amazonas. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
TRINDADE, Thiago Berlanga. 2009. Os sítios Hatahara e São Paulo II e a expansão da Tradição Polícroma no Rio Solimões. Relatório final de iniciação científica, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.

Downloads

Publicado

2018-03-13

Como Citar

Tamanaha, Eduardo Kazuo, e Eduardo Góes Neves. 2018. “800 Anos De ocupação Da Tradição Polícroma Da Amazônia: Um Panorama histórico No Baixo Rio Solimões”. Anuário Antropológico 39 (2):45-67. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7226.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.