A dupla interpretação na antropologia
Palavras-chave:
AntropologiaResumo
Falar em interpretação nas Ciências Sociais hoje em dia e, sobretudo, na Antropologia, é uma temeridade, pois facilmente quem assim o fizer pode ser confundido com um defensor de uma "antropologia interpretativista", comumente chamada de "pós-modema". É evidente que não é isso que pretendo fazer neste artigo, cuja finalidade maior é a de dar algum relevo a questões de metodologia, como também de teoria, que digam respeito ao trabalho antropológico. E se estou aduzindo teoria à metodologia, faço pela simples razão de que não vejo utilidade em tratar esta sem aquela1. Pensar metodologias implica necessariamente invadir dimensões meta-teóricas. Por essa razão, justifico examinar aqui aspectos preliminares a metodologias específicas, debruçando-me sobre aquilo que estou chamando de "dupla interpretação". Por isso, pretendo expor algumas idéias que possam nos conduzir a evitar qualquer maniqueísmo que sempre assoma quando o tema é a interpretação e, com ela, o binômio explicar/compreender. No desenvolvimento dessas idéias, penso poder fazer valer a própria experiência ganha por nossa disciplina em sua já secular idade que ”” é bom esclarecer ”” não mais admite ser tratada de "jovem ciência", e, quase sempre, em sentido pejorativo. Juventude esta que lhe tem custado o descrédito em muitos contextos, notadamente naqueles em que se encontram as agências de fomento...
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