Eduardo Galvão, vinte anos depois (diários de campo, de Eduardo Galvão)
Palavras-chave:
AntropologiaResumo
Desde a publicação de A Diary in the Strict Sense of Term, 25 anos após a morte de Bronislaw Malinowski, existe o reconhecimento de que a publicação de um diário, à revelia de seu Autor, pode gerar sérios problemas. A comunidade antropológica, por quase duas décadas, foi o cenário de uma forte polêmica entre uma maioria que era contra a publicação, como Hortense Powdermaker, Lucy Mayr, Phyllis Kabeny, Ian Hogbin ("In my view the volume holds no interest for anyone, be he anthropologist, psychologist, student of biography or merely a gossip"), Edmund Leach e, principalmente, uma grande amiga de Malinowski, Audrey Richard, que o considerou desapontador do ponto de vista etnográfico, e aqueles que, embora ambíguos sobre a oportunidade da publicação, consideraram o diário útil para o conhecimento do antropólogo e da situação de trabalho de campo, como Anthony Forge, George Stocking e Raymond Firth. Este último ocupou a maior parte de sua Introdução à edição de 1988 para justificar o fato de ter feito a Introdução à primeira edição, expressando assim o seu consentimento à publicação. Firth explica que escreveu, a contragosto, a primeira Introdução para atender uma solicitação de Valetta Malinowska, viúva do grande antropólogo, apesar de considerar que a publicação de um diário é uma invasão de privacidade, mesmo que o seu Autor já esteja morto. Mas, no final da segunda Introdução reconhece a utilidade da publicação: "Its is not merely a record of the thinking and feeling of a brilliant, turbulent personality who helped to form social anthropology; it is also a highly significant contribution to the understanding of the position and role of a fieldworker as a conscious participator in a dynamic social situation" (Firth 1988).
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Referências
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