A VIOLÊNCIA, A FIGURA FEMININA INDÍGENA E A CALIGRAFIA DE DEUS, DE MÁRCIO SOUZA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/aguaviva.v5i3.32156

Palavras-chave:

Violência. Mulher indígena. A caligrafia de Deus. Amazônia.

Resumo

Este artigo discute a temática da mulher indígena no estado do Amazonas a partir do arcabouço teórico advindo das relações de gênero, de feminicídio e diáspora no texto A Caligrafia de Deus (2007), de Márcio Souza. A narrativa expõe o modo como a mulher indígena é submetida a uma intricada rede de articulações de poder e de patriarcado. Dessa forma, são evidenciadas como as relações de gênero dão vazão à posse do corpo e da mente do “outro” e de como as relações de poder surgem a partir das questões de gênero, sobretudo, por meio da cultura, que se torna historicamente modificada na episteme contemporânea por novas articulações de controle e de exercício de dominação.

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Biografias Autor

Cacio José Ferreira, UFAM

Professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e doutor em Literatura (UnB). Possui Graduação em Língua e Literatura Portuguesa e Japonesa pela Universidade de Brasília (2005), Especialização em Linguística Aplicada (2008), Mestrado em Literatura - UnB - (2010). Participou do Programa Japanese ? Language for Specialists, da Fundação Japão, em Osaka ? Japão (2014 -2015) e presidiu a Associação Brasileira de Estudos Japoneses - ABEJ (2014 - 2016). Foi do Coordenador de Letras - Língua e Literatura Japonesa ? UFAM (2015-2016). É membro dos seguintes grupos de pesquisa CNPq - Estudos Osmanianos - arquivo, obra, campo literário (UnB), Estudos Japoneses (UFAM). Colabora com a pesquisa Nikkei Farmers and Pimenta in the Brazilian Amazon: A Study on the Historical Change of Landscape Viewpoints Reflected in the Representation of Pimenta in Haicai, coordenação do Dr. Yûsuke Sakai (Universidade de Kagoshima ? Japão) e pesquisa As representações dos japoneses e nipo-brasileiros na Literatura Brasileira (Linha de Pesquisa - Culturas em contato: Inserção e decodificação), coordenação da Dra. Shirlei Lica Ichisato Hashimoto (Universidade de São Paulo). Atua principalmente nas seguintes linhas: literatura comparada, língua e literatura japonesa, literatura brasileira, tradução, representação literária, fábulas. 

Norival Bottos Jr, UEMS

É doutor em Literatura e Estudos Comparados pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás, UFG. Mestre em Literatura e Crítica Literária pelo Programa de Mestrado em Letras da PUC GOIÁS. Possui graduação em Letras Português e Inglês pela Universidade Federal de Goiás - CAJ - Jataí. Atuou como professor substituto nas áreas de Literatura brasileira e portuguesa pela Universidade Federal de Goiás, UFG - CAJ- Jataí. Atuou como professor assistente e adjunto nas áreas de literatura brasileira e portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC - GOIÁS. Atualmente desenvolve pesquisas sobre literatura cotemporânea, especialmente a obra de Milton Hatoum, António Lobo Antunes e Dante Alighieri, preocupando-se, sobretudo, com a possibilidade de desconstrução, subjetivação e desterritorialização na produção de narrativas rizomáticas, se interessa também pelos conceitos de aporia, rizomas, platôs, ritornelo, subjetivação, devires múltiplos, homo sacer e a "vida nua". Também analisa o cruzamento entre os campos das teorias contemporâneas na análise de obras literárias e da relação entre o jogo da memória, a crítica do olhar, noções ampliadas de gênero, identificação, performance e uma crítica aos formatos representacionais e de construção de narrativas.Também se interessa pela relação entre estudos Culturais e Literatura, sobretudo o tema do "orientalismo" proposto por Edward W. Said. Seu aporte teórico se baseia nos conceitos chave da teoria de Gilles Deleuze, Félix Guattari, Giorgio Agamben, Georges Didi-Huberman, Jacques Derrida e Maurice Blanchot. 

Referências

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Publicado

2020-12-29

Como Citar

FERREIRA, Cacio José; BOTTOS JR, Norival. A VIOLÊNCIA, A FIGURA FEMININA INDÍGENA E A CALIGRAFIA DE DEUS, DE MÁRCIO SOUZA. Revista Água Viva, [S. l.], v. 5, n. 3, 2020. DOI: 10.26512/aguaviva.v5i3.32156. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/aguaviva/article/view/32156. Acesso em: 22 dez. 2024.