Memória institucional em Risco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rici.v14.n1.2021.31252

Palavras-chave:

Gestão da informação, Informação digital, Preservação digital

Resumo

Prolifera-se nos órgãos da administração pública federal a divulgação da informação produzida em formato digitais, em sua maioria armazenadas nos sites das instituições. O estudo oferece uma reflexão sobre o risco da perda da memória institucional no curto, médio e longo prazo. O objetivo da pesquisa é apresentar o levantamento e justificativas das principais tendências, incertezas e possíveis rupturas relacionadas a preservação da memória institucional da Administração Pública Federal até 2050. A pesquisa tem caráter descritivo e qualitativo, cujo método utilizado foi o levantamento bibliográfico, documental associado a levantamentos realizados junto à órgãos públicos mediante roteiro de entrevista. Foram identificadas e justificadas 32 sementes de futuro. A principal conclusão é que a memória institucional da Administração Pública Federal, em especial em Brasília, encontra-se em risco, configurando-se como uma megatendência. Considera-se a formulação de uma política de informação voltada para sua gestão e preservação, em especial a digital, associado a um protagonismo profissional do bibliotecário, atuando frente a preservação e gestão da informação digital, seriam rupturas que minimizariam essa perda.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elaine Marcial, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília, DF, Brasil

Elaine Marcial possui doutorado e mestrado em Ciência da Informação (UnB), DEA em Informação Científica e Tecnológica (Universidade de Marseille-FR), é especialista em Cenários Prospectivos e Inteligência Competitiva e é Bacharel em Estatística. Atua na área de estudos de futuro e Inteligência Competitiva desde 1996 e já elaborou/coordenou a construção de diversos cenários prospectivos e estudos de tendências e previsões. Coordenou a elaboração do projeto de implantação do Sistema de Inteligência Competitiva em instituição financeira e realizou/coordenou diversos relatórios de Inteligência. Autora de diversos livros, possui vários artigos científicos publicados em congressos nacionais e internacionais. Foi coordenadora no Núcleo de Estudos Prospectivos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), onde coordenou o projeto Megatendências Mundiais 2030 (2012-2015) e Coordenadora-Geral de Planejamento, Gestão Estratégica e Orçamento, no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), onde coordenou o projeto Brasil 2035 (2015-2016). Associada fundadora da Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (Abraic), onde já exerceu os cargos de vice-presidente e de presidente (de 2000 a 2004). É membro da Rede Brasileira de Prospectiva e da World Future Society (WFS). É Coordenadora Grupo de Pesquisa e Estudos Prospectivo (NEP-Mackenzie), onde também coordena dois MBAs. Também é professora convidada da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), da Escola de Inteligência do Exército e da Escola Superior de Guerra e é pesquisadora do Ipea responsável pela coordenação do projeto Bibliothinking 2050 e do SIGA 2035

Josina da Silva Vieira, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília, DF, Brasil

Analista de Informação e Documentação. Graduada em Biblioteconomia pela FCI/ UnB.  Atuo na área de pesquisas científicas, em organização de acervos de bibliotecas especializadas na área de saúde e gestão municipal. Tenho experiência em planejamento e implementação de Repositórios digitais de instituições públicas e privadas com a utilização das plataforma: Dspace e Tainacan, elaboração de relatórios e produtos, publicações de pesquisas científicas, coleta e análise de dados. Interesses de pesquisas nas áreas: Memória Institucional; Bibliotecas digitais; Big Data; Inteligência Artificial; Gestão da informação; Gestão de dados e Preservação digital.

Referências

ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria; BROMBERG, C. Das bibliotecas tradicionais à s digitais. Dos objetos aos modelos conceituais. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA, 15., 2016, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2016. v. 1. p. 1-9. Disponível em: https://bit.ly/2Fy3vfG Acesso em: 13 set. 2020.

ARMSTRONG, Morjane et. al. Ciclo de vida da informação no suporte ao processo de Inovação: uma proposta de modelo interativo. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 20, p. 581-599, jan./dez. 2019. Disponível em: https://amazon-c.unifacs.br/index.php/rgb/article/view/6007 Acesso em: 14 ago. 2020.

ASSESSORIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO. Comunica: produções de publicações impressas e digitais do Ipea. Destinatário: Jhonathan Divino Ferreira dos Santos. Brasília, 25 mar. 2015. 1 mensagem eletrônica.

REZENDE, Eliana; BETHANCOURT, Lionel C. Relação entre cultura organizacional e memória institucional. São Paulo, ER Consultoria, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3izmFAq Acesso em: 23 mar. 2020.

BERQUIST, Thomas H. Open-Access Institutional Repositories: An Evolving Process? American Journal of Roentgenology, n. 205, p. 467-468, Sept. 2015. DOI: https://www.ajronline.org/doi/pdfplus/10.2214/AJR.15.15234

BLATTMANN, U. Modelo de gestão da informação digital online em bibliotecas acadêmicas na educação a distância: biblioteca virtual. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) ”“ Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

BORGES, Jaqueline da Silva; BARBOSA, Sheila Cristina Tolentino. Revista do Serviço Público, Brasília, v. 70, n. 2, p. 267-296, abr./jun. 2019.

BRASIL. Medida provisória nº 696, de 02 de outubro de 2015. Extingue e transforma cargos públicos e altera a Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios. Brasília: Câmara dos Deputados, 2015. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/medpro/2015/medidaprovisoria-696-2-outubro-2015-781706-norma-pe.html Acesso em: 4 abr. 2020.

BRASIL. Medida provisória nº 726, de 12 de maio de 2016. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios. Brasília: Câmara dos Deputados, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3hsmUvP Acesso em: 4 abr. 2020.

BRASIL. Medida provisória nº 870, de 01 de janeiro de 2019. Estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios. Brasília: Câmara dos Deputados, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3mlN4UC Acesso em: 4 abr. 2020.

BROWN, Adrian. Digital preservation guidance note 2: selecting storage media for long-term preservation. 2008. Disponível em: https://bit.ly/2FJa4vG Acesso em: 3 abr. 2020.

CLEVER CORP TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS. Curadoria digital, educação corporativa, infográfico. São Paulo: 2015. Disponível em: https://bit.ly/3ixagNo Acesso em: 9 set. 2019.

CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS (CONARQ). Resolução nº 20, de 16 de julho de 2004. Dispõe sobre a inserção dos documentos digitais em programas de gestão arquivística de documentos dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos. Brasília, DF: Arquivo Nacional, 2004.

CONWAY, P. Preservação no universo digital. 2. ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional. 2001. 32 p.

COSTA, I. T. M. Memória institucional: a construção conceitual numa abordagem teórico-metodológica. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1997.

CRUZ, Emília Barroso. Acesso e gestão da informação governamental do tipo arquivístico: aspectos técnicos e a visão de gestores e servidores de duas instituições governamentais. Orientadora: Gilda Olinto. Rio de janeiro: IBICT, UFRJ, 2016. 226 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação).

CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2008. 451 p.

DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: porque só a tecnologia não basta para sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 2000.

FERNANDES, Augusto. Crimes virtuais e ataques cibernéticos mais do que dobram em um ano. Correio Braziliense, 3 ago. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3c2Ryur Acesso em 17 set. 2019.

GODET, M. Manual de prospectiva estratégica: da antecipação a acção. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1993.

GOULART, S. Patrimônio documental e história institucional. São Paulo: Associação de Arquivistas de São Paulo, 2005.

HEYMANN, Luciana. O “devoir de mémoire” na França contemporânea: entre memórias, história, legislação e direitos. Rio de Janeiro: CPDOC, 2006. 27 f.

HOWARD, B. Longevidade digital. Acervo - Revista do Arquivo Nacional, v. 23, n. 2, p. 57-70, 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/44612 Acesso em: 23 jan. 2020.

HOLLÓS, A. C. O futuro da memória digital da administração pública federal brasileira. 2014. Tese (Doutorado) ”“ Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação ”“ PPGCI/IBICT ”“ ECO/UFRJ, Rio de Janeiro, 2014. 133 p.

KENNEY, A. R. et. al. Preservation Risk Management for Web Resources: Virtual Remote Control in Cornell's Project Prism. D-Lib Magazine, v. 8, n. 1, Jan. 2002. ISSN 1082-9873.

LIMA, Priscila Tinoco de Santanna. Análise do repositório institucional da UFRN na perspectiva da preservação digital. Natal: UFRN, 2019. 59f. Monografia (Graduação em Biblioteconomia). Disponível em: https://bit.ly/3kiTCBD. Acesso em: 9 set. 2020.

LI, Yuan; BANACH, Meghan. Institutional repositories and digital preservation: assessing current practices at research libraries. D-Lib Magazine, v. 17, n. 5/6, 2011.

LOPES, Vitor. Preservação Digital. Guimarães, Portugal: Universidade do Minho, 2008..

LOPES, A. S. P.; SOUSA, J. P. A informação em mídia digital e os desafios para a preservação da memória diante das mudanças tecnológicas. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÃDIA, 12, Natal: ALCAR. Anais… Natal: UFRN, 2019. Disponível em: https://bit.ly/2ZGoPH0 Acesso em: 4 abr. 2020.

LYNCH, C. A. Institutional repositories: essential infrastructure for scholarship in the digital age. Association of Research Libraries News, n. 226, p 1-7, Feb. 2003.

MARCIAL, E.C. et. al. Brasil 2035: cenários para o desenvolvimento. Brasília: Ipea: Assecor, 2017. 320 p.

MARCIAL, E. C. et. al. Diagnóstico das bibliotecas especializadas da administração pública federal brasileira. Brasília: IPEA, 2020. Texto de discussão, n. 2574”“ IPEA. Disponível em: https://bit.ly/3kdct0F Acesso em: 13 set. 2020.

MARCIAL, E. C. Análise estratégica: estudos de futuro no contexto da Inteligência Competitiva. Brasília: Thesaurus, 2011.

MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Preservação de documentos digitais. Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 15-27, maio/ago. 2004.

MÁRDERO ARELLANO, Miguel A. Critérios para a preservação digital da informação científica. 2008. 356 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Universidade de Brasília,

Brasília, 2008.

MCGEE, J.; PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação: aumente a competitividade e a eficiência de sua empresa utilizando a informação como uma ferramenta estratégica. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

MOLINA, Letícia Gorri; ARAKI, Cláudia. Centros de memória no ambiente digital: em foco a análise de empresas públicas e privadas. Em Questão, Porto Alegre, v. 22, n. 1, p. 67-89, jan/abr. 2016 Disponível em: https://bit.ly/3htBLpx Acesso em: 14 set. 2020.

MOLINA, L. G.; SANTOS, J. C. dos. Curadoria Digital: novos suportes documentais e a preservação da memória. Prisma.com., Porto, n. 38, p. 82-101, 2019.

PEREIRA, F. M. Preservação da informação em instituições da administração pública brasileira. 2011. 119 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)””Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

POLLAK, Michael. memória, esquecimento e silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, 1989, p. 3-15.

REZENDE, Eliana; BETHANCOURT, Lionel C. Relação entre cultura organizacional e memória institucional. São Paulo, ER Consultoria, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3izmFAq Acesso em: 23 mar. 2020.

ROCHA, C. L.; SILVA, M. Padrões para garantir a preservação e o acesso aos documentos digitais. Acervo Revista do Arquivo Nacional, v. 20, n. 1/2, p. 113-124, jan./dez. 2007.

SANTOS, V. B. dos. Gestão de documentos eletrônicos: uma visão arquivística. 2 ed. rev. Brasília: ABARQ, 2005.

SANTOS, H. M. dos; FLORES, D. Políticas de preservação digital para documentos arquivísticos. Perspectiva Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 20, n. 4, p. 197-217, dez. 2015a.

SANTOS, H. M; FLORES, D. As vulnerabilidades dos documentos digitais: obsolescência tecnológica e ausência de políticas e práticas de preservação digital. Biblios, n.59, p. 45-54, 2015b.

SCHWAB, K. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.

SILVA, Daniel. Memória institucional. O que é, para que serve e como construí-la? Biblioo cultura informacional. 2015. Disponível em: https://biblioo.info/memoria-institucional/ Acesso em: 30 ago. 2019.

SORNETTE, D. Predictability of catastrophic events: Material rupture, earthquakes, turbulence, financial crashes, and human birth. PNAS, v. 99, suppl. 1, p. 2522”“2529, Feb. 2002

TARAPANOFF, Kira (Coord.) Inteligência, informação e conhecimento. Brasília: IBICT, 2006. 453 p.

THOMAZ, K. P.; SOARES, A. J. A preservação de documentos digitais e o modelo de referência OAIS. DataGramaZero Revista de Ciência da informação, v. 5, n. 1, fev. 2004.

Downloads

Publicado

2021-01-16

Como Citar

Marcial, E., & Vieira, J. da S. (2021). Memória institucional em Risco. Revista Ibero-Americana De Ciência Da Informação, 14(1), 150–170. https://doi.org/10.26512/rici.v14.n1.2021.31252

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.