Processo de transferência de conhecimento na interação universidade-empresa: programas de incubação do Distrito Federal
Palavras-chave:
abordagem tríplice-hélice, incubadoras de empresas, interação universidade-empresa, transferência do conhecimento, universidades, empresasResumo
A pesquisa teve como objetivo principal analisar e descrever os aspectos que facilitam e potencializam a capacitação tecnológica das empresas que participam dos programas de incubação no DF - concebe-se a capacitação como variável dependente no processo de transferência de conhecimento estabelecido via interação universidade-empresa. Buscou-se, identificar os principais mecanismos utilizados para a transferência de conhecimento, as principais barreiras e como as organizações ultrapassam essas dificuldades. Além disso, tentou-se identificar eventuais divergências culturais entre os dois principais atores do processo ”“ universidade e empresas incubadas. Com o propósito de aprofundar a compreensão do tema abordado utilizou-se o método de estudo de caso. Os casos escolhidos para análise são dois programas de incubadoras de empresas mantidos por universidades do DF, uma da rede pública de ensino e a outra da rede privada. A coleta de dados se deu a partir de entrevistas com roteiros semiestruturados. Os resultados apontam que os principais mecanismos de interação universidade-empresa utilizados por esses programas são: a) a contratação de professores (paga ou gratuita) como consultores eventuais; b) a contratação de alunos da universidade como estagiários e c) as parcerias com outras instituições. Foi verificado que o processo de transferência de conhecimento e interação entre U-E ainda esbarra, principalmente, em questões como: a) desconhecimento do programa de incubação por grande parte da universidade e a divergência de interesses entre pesquisadores e empresários (no caso específico da incubadora mantida pela universidade pública); b) falta de uma equipe experiente e multidisciplinar na gestão da incubadora (no caso específico da incubadora mantida pela universidade privada); c) falta de canais de comunicação mais eficientes; d) excesso de burocracia. Como fatores facilitadores, foram apontados principalmente: a) as consultorias; b) acesso facilitado aos professores; c) a proximidade física entre a empresa e incubadora; d) o status da universidade. Pode-se concluir, finalmente, que a abordagem da Tríplice Hélice ainda não se consolidou efetivamente nestes Programas. Mesmo estando em níveis de maturidade diferentes, as incubadoras pesquisadas ainda não conseguiram implantar estratégias de transferência de conhecimento de forma eficiente, eficaz e capaz de dar ampla difusão para as empresas incubadas. Observou-se que ocorre transferência de conhecimento das universidades para as empresas incubadas, porém isso não ocorre de forma institucionalizada. Esta transferência não está formalizada, nem mapeada. A universidade em si possui pouca interação com esses programas, os quais contam com o apoio de outras instituições, com destaque para a atuação mais efetiva do SEBRAE. Diante desse quadro, foram apresentadas sugestões - a partir das entrevistas e da observação do ambiente ”“ para melhorar essa integração e a transferência de conhecimento entre academia e setor produtivo.
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