A semantics of love: Brief notes on desire and recognition in Georges Bataille
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v1i1.11887Palavras-chave:
Reconhecimento. Erotismo. Transgressão. Georges Bataille.Resumo
De acordo como o esquema hegeliano proposto por Honneth, o primeiro padrão de reconhecimento intersubjetivo, ainda abaixo da mediação jurídica, é a esfera de interações marcada por laços afetivos, ou amor. Este é considerado o primeiro estágio principalmente porque o reconhecimento está enraizado na mútua dependência dos parceiros enquanto criaturas dotadas de necessidades, que demandam cuidado e a aprovação emocional que advém daí. Nesse sentido, uma falta constitutiva emerge enquanto caráter fundamental das formas mais primitivas de interação imersas em normas sociais. E isto é importante na medida em que os outros estágios de práticas de reconhecimento dependem do primeiro, no qual os sujeitos adquirem capacidades para o pensar e o agir racional e moral na esfera pública. Contudo, poder-se-ia questionar em que medida a mesma estrutura normativa pode estar subjacente toda relação amorosa, enquanto orientada por uma afirmação da independência do sujeito, enquanto ela pressupõe sentimentos involuntários, como o gostar e a atração. Neste ponto parece importante retornar à concepção de Georges Bataille sobre a sexualidade, de modo a se poder pensar não apenas sobre os limites do reconhecimento, mas também sobre sua estrutura dialética. A noção central de transgressão ajuda a entender porque os fundamentos normativos do reconhecimento intersubjetivo relativos a pelo menos algumas relações de amor requerem uma espécie de suspensão, a qual não é a mera supressão de sua validade: a violência que reside no cerne de tais experiências eróticas e transgressivas aponta para um efeito disruptivo sobre os fatores do arranjo subjetivo formados intersubjetivamente. Este caráter altamente paradoxal que é decisivo para Bataille. As notas a seguir propõem uma reflexão sobre o que está em jogo nessa operação conceitual, e sobre o significado desse peculiar gozo das normas para um repensamento das aspirações particulares do reconhecimento em relações amorosas.
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Referências
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