NA ESTEIRA DO CAPITALISMO NEOLIBERAL ESTADUNIDENSE
DESREGULAMENTAÇÃO ECONÔMICA E PUNIÇÃO SOCIAL
Palavras-chave:
Neoliberalismo, desregulamentação econômica, encarceramento, segurançaResumo
Objetivando ressaltar o neoliberalismo incrustado nas políticas brasileiras de segurança pública, o presente artigo remonta o contexto social estadunidense de desregulamentação econoÌ‚mica somada ao encarceramento massivo de pobres eminorias étnicas. A metodologia concerniu à revisão bibliográ ca de autores que re etiram sobre a correlação entre afrouxa- mento do Estado no á‚mbito do mercado e o recrudescimento estatal na esfera penal, em especial Loíˆc Wacquant e AngelaDavis. Este trabalho diagnosticou a importação do discurso neoliberal norte-americano, o que culmina na intensi cação dadesigualdade social e do racismo que historicamente assolam o Brasil. Conclui pela necessidade de uma reconceitualização de segurança, desvinculando-a da punição e do cárcere.
Downloads
Referências
LEXANDER, Michelle. A nova segregação: racismo e encarceramento em massa. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2017.
ARGUELLO, Katie. Do Estado social ao Estado pen- al: invertendo o discurso da ordem. In: 1° CONGRES- SO PARANAENSE DE CRIMINOLOGIA. Londrina, 2005. Disponível em: http://icpc.org.br/wp- content/ uploads/2013/01/Artigo-Katie.pdf. Acesso em: 08 set. 2019.
BANCO NACIONAL DE MONITORAMENTO DE PRISÕES ”“ BNMP 2.0: Cadastro Nacional de Presos, Conselho Nacional de Justiça, Brasília, agosto de 2018.
BARBIÉRI, Luiz Felipe. CNJ registra pelo menos 812 mil presos no país; 41,5% não têm condenação. Brasília, 17 de julho de 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/poli- tica/noticia/2019/07/17/cnj-registra-pelo-menos-812-mil- presos-no-pais-415percent-nao-tem-condenacao.ghtml. Acesso em: 25 jul. 2019.
BATISTA, Vera Malaguti. Adesão subjetiva à barbárie. In: _____ (org.). Loïc Wacquant e a questão penal no capi- talismo neoliberal. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2012. p.
Revista Textos Graduados - Número 2, volume 6, Julho de 2020.
-318.
BAUMAN, Zygmunt. Vidas desperdiçadas. Rio de Janei- ro: Zahar, 2005.
BORGES, Juliana. Encarceramento em massa. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
DAVIS, Angela. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018.
___________. Estarão as prisões obsoletas?. Rio de Janei- ro: Difel, 2019a.
___________. A democracia da abolição: para além do império, das prisões e da tortura. Rio de Janeiro: Difel, 2019b.
DEPEN ”“ DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NA- CIONAL. Levantamento Nacional de Informações peni- tenciárias: InfoPen ”“ junho 2016, Ministério da Justiça, 2017.
FOUCAULT, Michel. Sobre a prisão. In: MACHADO, R. (org.). Microfísica do poder. 6. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017. p. 213-233.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário. 1. ed. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
WACQUANT, Loïc. As duas faces do gueto. São Paulo: Boitempo, 2008.
___________. As prisões da miséria. 2. ed. ampl. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
___________. Forjando o estado neoliberal: trabalho so- cial, regime prisional e insegurança social. In: BATISTA, V.M. (org.). Loïc Wacquant e a questão penal no capita- lismo neoliberal. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2012a. p. 11-42.
___________. Três etapas para uma antropologia histórica do neoliberalismo realmente existente. Caderno CRH, Salvador, v. 25, n. 66, p. 505-518, setembro/dezembro, 2012b.
___________. Marginalidade, etnicidade e penalidade na cidade neoliberal: uma cartogra a analítica. Tempo social: revista de sociologia da USP, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 139- 164, novembro, 2014.
___________. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos [A onda punitiva]. 3. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: Revan, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Conforme indicado no item 1.4 das Diretrizes para Autores/as,
Ao enviar o trabalho para ser avaliado pelo Conselho Editorial e/ou pelo corpo de pareceristas, o/a autor/a automaticamente concorda com a publicação de seu texto, sem qualquer ônus para os/as editores/as, uma vez que a Revista Textos Graduados é gratuita e não remunera de forma alguma seus/as colaboradores/as. Caso o/a autor/a tenha interesse em republicar seu artigo futuramente em coletâneas impressas ou eletrônicas, deverá indicar a Revista Textos Graduados - e o referido hipervínculo - como edição original (Exemplo: "Artigo originalmente publicado na Revista Textos Graduados, Volume XX, Nº X, Ano XX, etc”).