Sobre a Revista
Foco e Escopo
Didascália – escrita pelas margens
“dizer as rubricas em voz alta”
Para explicitar do que se trata uma revista que ainda não possui nenhum número, é mais indicado pensar no que ela não pretende ser. Assim, pela negativa, esta revista não pretende publicar artigos acadêmicos de comentários ou história da filosofia propriamente, nem, tampouco, apresentações de pesquisas de campo em áreas correlatas ou mesmo críticas pontuais de obras de arte ou de fatos políticos e culturais. Não, evidentemente, por que estas sejam formas pouco importantes ou por as desvalorizarmos, mas antes por serem as formas mais bem aceitas e contempladas nos espaços de divulgação. Não haveria sentido duplicar, assim, um espaço, se já há, inclusive na própria instituição sede desta revista, outras publicações que dão conta desse escopo.
Os textos a que gostaríamos de dar espaço são aqueles em que a perspectiva teórica atrita o mundo, sem descurar de um arcabouço abstrato e conceitual, mas colocando-o em fricção com objetos externos e inusuais; atrito no qual faíscas interpretativas podem ascender. É um espaço, assim, para textos herméticos, ambíguos, muitas vezes pouco convencionais no que tange àforma ou mesmo àinvestida teórica, muitas vezes eivados de apostas erradas, de errâncias, de sobreposições conceituais a que os especialistas não dão guarida imediata.
Não sabemos, evidentemente, se haverá publicações que preencham esses critérios negativos, se há ainda na nossa vida acadêmica um espaço não colonizado totalmente pelas especialidades, ou pelas pesquisas pontuais, todas elas de importância cabal, evidentemente, mas que não precisam ser hegemônicas. Se houver ainda uma perspectiva aberta ao embate do trabalho conceitual acadêmico rigoroso – ou seja, não esperamos servir como espaço de divulgação científica, ou de qualquer ideia famigerada de criatividade ou pensamento livre – com os objetos externos da política, das artes ou do mundo, esta revista poderá vir a ser um lugar de diálogos francos, nos quais as entrelinhas não precisam ser esmagadas pela precisão já longamente conquistada, nem as apostas e investidas interpretativas referendadas por notas de rodapé. Se não há mais esse embate, e por um lado temos o rigor do conceito, por outro, a pesquisa de campo factual, devidamente separados em seus nichos, teremos ao menos arriscado fazer assomar, do núcleo conceitual, alguma interpretação desestabilizadora, algum erro produtivo, e, da pesquisa documental, uma outra visada metodológica.
Evidentemente, uma publicação que pretende criar esse espaço negativo enfrentará problemas quanto àavaliação objetiva. Haverá textos de excelente qualidade que não nos interessarão por sua forma, outros, cuja visada desperte nosso interesse, mas tão pouco aquilatáveis que o avaliador poderá ver-se pouco confortável para comentá-los. Não sabemos como será a investida, talvez seja apenas desastrosa e abra espaço para textos de qualidade dúbia, mas ainda achamos que vale o risco. Há, como dizia Manuel Bandeira sobre os textos de Mário de Andrade, coisas ruins, mas de um ruim diferente... Assim, a revista atuará, como espaço democrático, por meio de submissões que serão avaliadas pelos pareceristas, na forma aberta das comunidades científicas. Nos reservamos o direito, entretanto, de encomendar artigos ou ensaios a pensadores, conforme a diretriz da edição. E esperaremos pelo que virá, pelo que será esta revista na qual os subtextos, os interditos acadêmicos, as entrelinhas e alinhavos pouco conclusivos são bem-vindos.
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Os artigos serão avaliados pela equipe editorial e por pareceristas ad hoc, em parecer duplo cego. Procuraremos, mesmo no caso da pré avaliação pelos editores, manter o máximo de impessoalidade.
Nos reservamos o direito editorial de recusar artigos cujo escopo não corresponda ao perfil da revista, ou ao recorte temático procurado.
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Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.