Economia Simbólica da Excitação:

sobre os circuitos musicais populares nas periferias e o sentido erótico-dançante no tecnobrega e no pagode baiano

Autores

  • Fernando de Jesus Rodrigues Universidade de Brasília (UNB) / Doutorando em Sociologia

Palavras-chave:

Ciências Sociais, Sociologia, Economia Simbólica, Circuitos Musicais Populares, Sentido Erótico-dançante, Tecnobrega, Baiano

Resumo

A tese discute aspectos particulares do processo mais abrangente de democratização da cultura no Brasil, relacionando-o tanto com o surgimento de gêneros de música popular nas periferias de Salvador e Belém, a partir do final dos anos 90, quanto com a alteração na estrutura de apresentação das emoções de diversão relativa à expansão de bailes populares periféricos nas cidades onde esses gêneros surgiram. Elegeu-se como foco de avaliação do desenvolvimento social desses bailes, o sentido denominado de erótico dançante, reconhecido como presente nas práticas de diversões atuais, vinculadas ao pagode baiano e ao tecnobrega. Realçando a importância desse sentido, buscou-se realizar a concatenação de alguns eventos que podem contribuir para uma avaliação da transformação intergeracional de dinâmicas miméticas dançantes e erótico-sexuais que, de alguma forma, sofreram uma alteração de seu valor humano, e, concomitantemente, ingressaram na rede de funções monetarizadas de diversão. Analisou-se alguns aspectos da transformação de tradições musicais e dançantes em Belém e Salvador avaliadas, em um período anterior, como de baixo valor humano em símbolos musicais e linguagens dançantes que passaram a fazer parte da apresentação em espaços que alcançaram uma visibilidade ampla, sendo assumidas como expressões de autossatisfação de diferentes estratos sociais. Nesse percurso, um dos problemas que ganhou nitidez foi a relação entre a disseminação de jogos de diversão que gravitam em torno da expressão pública do prazer em elevar o grau de tensionamento das emoções erótico-sexuais e a diferenciação de linguagens de satisfação de si mesmos capazes de suportar socialmente o elevado grau de vibração emocional gerado nos jogos de diversão dançante. Com isto, visa-se contribuir para o desenvolvimento de uma sociologia dos padrões sociais de controle e auto controle comportamentais de grupos de indivíduos no Brasil contemporâneo.Palavras-chave: Modernização, Copa do Mundo, Estádios de Futebol.

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Biografia do Autor

Fernando de Jesus Rodrigues, Universidade de Brasília (UNB) / Doutorando em Sociologia

Professor Adjunto do Instituto de Ciências Sociais e membro do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas. Atualmente conduzo pesquisa apoiada por Edital Universal MCTI/CNPq intitulada "Mercados ilícitos, amor e diversão nas periferias de Maceió: interpenetrações entre circuitos de bailes de reggae, redes familiares e redes comerciais de entorpecentes, armas e de símbolos da lei". Editor da revista Latitude. Mestre e Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília. Co-líder do Grupo de Pesquisa Ambiente, Afetos e Economia das Simbolizações (GruPAAES). Atualmente, tenho como principais interesses de pesquisa os problemas relacionados aos diversos processos que modelam a condição de periferização urbana no Brasil, especialmente, estruturas de mercados ilícitos, redes de competição por amor e sexo e padrões estruturados de diversão monetizada. Como condição de compreensão dos fenômenos que podemos associar ao problema de investigação das "periferizações citadinas", o campo de interesses amplia-se para a sociologia das redes urbanas nacionais e transnacionais, os padrões de nacionalização e transnacionalização das ações e dos sentimentos e os mercados de bens simbólicos, incluindo as dinâmicas artístico-diversionais populares.

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Publicado

23-02-2016

Como Citar

Rodrigues, F. de J. (2016). Economia Simbólica da Excitação:: sobre os circuitos musicais populares nas periferias e o sentido erótico-dançante no tecnobrega e no pagode baiano. Sociedade E Estado, 26(3), 01. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5632

Edição

Seção

Resumo de teses e dissertaçôes apresentadas no PPGS/Sol/UnB

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