A LEI É DURA, MAS... (PARA UMA CLÍNICA DO “LEGALISMO” E DA TRANSGRESSÃO)

Autores

  • Luís Cláudio Figueiredo Universidade de São Paulo (USP)

Palavras-chave:

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Resumo

Neste trabalho procura-se elaborar uma interpretação psicossocial dos modos de subjetivação no Brasil que dê conta de um aparente paradoxo: a exagerada crença na força dos procedimentos jurídicos formalmente impecáveis — aqui designada como “legalismo” — e um reiterado abuso e desobediência às leis — fenômeno que passa a merecer o nome de ”lei da transgressão". A interpretação é construída em tomo da noção de “impropriedade” que se refere a uma dissociação constitutiva das subjetividades brasileiras. Neste contexto, o “legalismo” será um dos momentos críticos de instalação da impropriedade, enquanto as transgressões, exibindo virtudes moderadamente terapêuticas, serão entendidas como formas canhestras e insuficientes de fazer frente às impropriedades.

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Biografia do Autor

Luís Cláudio Figueiredo, Universidade de São Paulo (USP)

Professor do Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo.

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Publicado

12-08-2022

Como Citar

Figueiredo, L. C. . (2022). A LEI É DURA, MAS. (PARA UMA CLÍNICA DO “LEGALISMO” E DA TRANSGRESSÃO). Sociedade E Estado, 11(01), 57–74. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/44088