Implicações políticas e sociotécnicas para integrar os serviços de atenção primária e de telessaúde na pandemia:

o caso da Vila do João

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rgs.v15i2.55242

Palavras-chave:

Telemedicina, Saúde Digital, Saúde da Família, Abordagem sociotécnica

Resumo

Serviços de telessaúde ainda estão desconectados da atenção primária em saúde no Brasil. Esse artigo relata os percalços de um projeto de intervenção para conectar as teleconsultas ao prontuário eletrônico de Unidade Básica de Saúde, integração que não foi bem-sucedida apesar dos esforços empreendidos no sentido de integração de sistemas por organização social realizadora de mais de 60 mil atendimentos na modalidade de telessaúde durante a pandemia de COVID-19 na cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de estudo descritivo de natureza qualitativa na forma de relato de caso, utilizando a abordagem sociotécnica. Aspectos éticos, socioeconômicos, políticos e históricos que dificultaram a execução da pesquisa são evidenciados. A proteção e a ausculta aos profissionais de saúde da atenção primária devem ser prioridade para a melhoria da qualidade do atendimento à população. Conclui-se que um mapeamento diagnóstico em nível municipal da informação em saúde e das ferramentas digitais produzidas pela Atenção Primária é necessário a fim de medir os obstáculos para a informatização do cuidado.

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Biografia do Autor

Amanda Camacho Novaes de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em Engenharia de Sistemas e Computação pela UFRJ (2022), e formada em Engenharia de Controle e Automação, também na UFRJ (2020), tendo graduado com Magna cum laude. Ao longo do traçado acadêmico, realizou monitorias, iniciação científica e participação da equipe de competição MinervaBots. Além disso, realizou estágio no CERN pelo Laboratório de Processamento de Sinais (LPS) da UFRJ. Em 2021 recebeu a Bolsa Nota 10 da FAPERJ para o mestrado, e em 2022 ficou em 3º lugar no Concurso de Teses e Dissertações em Inteligência Artificial e Computacional (CTDIAC) pela sua dissertação de mestrado. Tem experiência em programação, manipulação e tratamento de dados e técnicas de aprendizado de máquina. Interesses incluem inteligência artificial e sistemas inteligentes, automação e AutoML.

Adriana Mallet Toueg, Saúde, Alegria e Sustentabilidade Brasil, SAS BRASIL

Formação interdisciplinar nas áreas de saúde e administração, atua com empreendimentos que promovem inovação nas áreas de saúde, educação e gestão de projetos. Estudou Ciências Biológicas na Universidade de São Paulo (USP), bacharel em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Pós Graduação em Administração de empresas na Fundação Getulio Vargas (FGV) e Docência para o Ensino de Saúde no Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Mestrado Profissional na área de Inovação em Saúde na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos, ligada ao Hospital de Amor de Barretos, tendo defendido a tese em dezembro de 2022. Desde 2010 a frente de empresas e organização social que desenvolvem projetos de educação, saúde e impacto social positivo. Fundou e atua na Organização Sem Fins Lucrativos Saúde, Alegria e Sustentabilidade (SAS Brasil).

Angélica Baptista Silva, Fundação Oswaldo Cruz

Formação Profissional:Jornalista

Títulos Acadêmicos:Doutorado

Cargo e Instituição a qual está vinculado: Pesquisadora da ENSP – FIOCRUZ

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Publicado

15-10-2024

Como Citar

1.
Camacho Novaes de Oliveira A, Mallet Toueg A, Baptista Silva A. Implicações políticas e sociotécnicas para integrar os serviços de atenção primária e de telessaúde na pandemia: : o caso da Vila do João. Rev. G&S [Internet]. 15º de outubro de 2024 [citado 18º de novembro de 2024];15(2):230-41. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/view/55242