Lidando com as lacunas da pesquisa clínica na esclerose múltipla:

o uso da comparação indireta nas recomendações sobre o fingolimode no Sistema Único de Saúde

Autores

  • Ivan Ricardo Zimmermann Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde
  • Paulo Gomes de Freitas Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde

Palavras-chave:

Esclerose Múltipla, Teorema de Bayes, Avaliação da Tecnologia Biomédica, Tomada de Decisões, Sistema Único de Saúde

Resumo

Relata-se aqui o estudo de comparação indireta sobre a eficácia e segurança dos fármacos natalizumabe e fingolimode, utilizado como subsídio pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) em recomendações sobre o tratamento de esclerose múltipla. Foram selecionados quatro ensaios clínicos randomizados, sobre a forma remitente-recorrente da esclerose múltipla (n = 3.364), após buscas nas bases MEDLINE, CENTRAL e Clinicaltrials.gov. Foi adotada uma abordagem bayesiana, com a Análise de Múltiplos Tratamentos (MTC), e uma abordagem frequentista, com o método de Bucher. Na eficácia, os modelos bayesianos apresentaram o natalizumabe como o melhor tratamento nos nove desfechos avaliados, com uma probabilidade média de 73,6% (amplitude: 52,7 a 95,6 %). Os desfechos relacionados à ausência de lesões apresentaram melhores resultados com o natalizumabe: Odds Ratio de 3,77 (IC 95%: 2,07 a 6,87) e 2,34 (IC 95%: 1,46 a 3,77), avaliados em T1-gadolínio e T2, respectivamente. Os desfechos de segurança avaliados não apresentaram significância estatística. As análises de sensibilidade com os potenciais modificadores de efeito não implicaram impactos substanciais sobre as estimativas. O natalizumabe parece ter benefícios iguais ou até superiores ao fingolimode em relação aos desfechos de eficácia na esclerose múltipla remitente-recorrente.

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Biografia do Autor

Ivan Ricardo Zimmermann, Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde

Farmacêutico-bioquímico. MBA em Economia e Avaliação de Tecnologias em Saúde pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe), doutorando em Ciências da Saúde na Universidade de Brasília (Unb). Analista Técnico de Políticas Sociais no Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde

Paulo Gomes de Freitas, Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde

Economista. Mestre em Economia e Finanças pela Queen Mary’s University of London (QMUL). Consultor técnico especializado em Economia da Saúde no Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde.

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Publicado

29-10-2015

Como Citar

1.
Zimmermann IR, Freitas PG de. Lidando com as lacunas da pesquisa clínica na esclerose múltipla:: o uso da comparação indireta nas recomendações sobre o fingolimode no Sistema Único de Saúde. Rev. G&S [Internet]. 29º de outubro de 2015 [citado 21º de dezembro de 2024];6(4):Pág. 3150-3174. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/view/3319

Edição

Seção

Artigos Originais

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