Métodos Audiovisuais em Pesquisas com Crianças
A Relação com Câmeras e Vídeos
DOI:
https://doi.org/10.1590/0102.3772e39309.enPalavras-chave:
Métodos audiovisuais, Pesquisa com crianças, Psicologia do desenvolvimento, Pesquisa qualitativaResumo
Este artigo objetiva refletir sobre a utilização de métodos audiovisuais em pesquisas com crianças. Participaram desta pesquisa quatro crianças sobre a presença das tecnologias digitais em suas vidas em um contexto de infância urbana. Os procedimentos metodológicos foram rodas de conversa e a produção de vídeos. Os resultados evidenciam a relação dos participantes com a câmera como um outro que precisa ser posicionado, a transposição de significados relacionados ao contexto de produções audiovisuais para o momento da pesquisa e a influência do formato dos vídeos de youtubers na produção de um vídeo em grupo. Para além de funcionarem como instrumentos de registro, as câmeras e os produtos audiovisuais suscitam modos específicos de interação e de posicionamento entre as crianças.
Downloads
Referências
Alavarce, C. S. (2009). A ironia e suas refrações: Um estudo sobre a dissonância na paródia e no riso Editora UNESP.
Alderson, P. (2005). As crianças como pesquisadoras: Os efeitos dos direitos de participação sobre a metodologia de pesquisa. Educação & Sociedade, 26(91), 419-442. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302005000200007
Alessi, V. M. (2014). Rodas de conversa: Uma análise das vozes infantis na perspectiva do círculo de Bakhtin Editora UFPR.
Almeida, B. P., Krüger-Fernandes, L., & Borges, F. T. (2020). De espectadora a criadora: Imaginação, faz de conta e mídia televisiva no desenvolvimento infantil. Psicologia & Sociedade, 32, e205296-19. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2020v32205296
Bakhtin, M. (2018). Teoria do romance II: As formas do tempo e do cronotopo Editora 34.
Bakhtin, M. (2011). Estética da criação verbal Martins Fontes.
Becker, B. (2016). A voz da criança na pesquisa e na sociedade: em busca de metodologias (efetivamente) participativas. Revista Brasileira de Psicologia, 3(1), 9-24.
Bruner, J. (1997). Atos de significação Artes Médicas.
Bubnova, T. (2011). Voz, sentido e diálogo em Bakhtin. Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso, 6(1), 268-280. https://dx.doi.org/10.1590/S2176-45732011000200016
Campos-Ramos, P. C., & Barbato, S. (2014). Participação de crianças em pesquisas: Uma proposta considerando os avanços teórico-metodológicos. Estudos de Psicologia, 19(3), 189-199. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2014000300004
Comitê Gestor de Internet no Brasil. (2019). TIC Kids online Brasil: Pesquisa sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil 2018 https://cetic.br/pt/publicacao/pesquisa-sobre-o-uso-da-internet-por-criancas-e-adolescentes-no-brasil-tic-kids-online-brasil-2018/
Dalethese, T. (2017). Faz de conta que todos nós somos youtubers: Crianças e narrativas contemporâneas [Unpublished Master’s degree dissertation]. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Available from: http://www.unirio.br/ppgedu/DissertaoPPGEduTHAMYRESRIBEIRODALETHESE.pdf
Debord, G. (1997). A sociedade do espetáculo Contraponto.
Delgado, A. C., & Müller, F. (2005). Sociologia da Infância: Pesquisa com crianças. Educação & Sociedade, 26(91), 351-360. https://www.scielo.br/pdf/es/v26n91/a02v2691
Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (Eds.). (2018). The SAGE Handbook of qualitative research (5th ed.). SAGE.
Farias, R. N. P., & Müller, F. (2017). A cidade como espaço da infância. Educação & Realidade, 42(1), 261-282. http://dx.doi.org/10.1590/2175-623654542
Fernandes, N. (2016). Ética na pesquisa com crianças: Ausências e desafios. Revista Brasileira de Educação, 21(66), 759-779. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-24782016216639
Friedmann, A. (2011). História do percurso da sociologia e da antropologia na área da infância. Revista Acadêmica de Educação do ISE Vera Cruz, 1(2), 214-235. http://dx.doi.org/10.14212/veras.vol1.n2.ano2011.art57
Garcez, A., Duarte, R., & Eisenberg, Z. (2011). Produção e análise de videogravações em pesquisas qualitativas. Educação e Pesquisa, 37(2), 249-262. https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000200003
González-Patiño, J. (2011). Rutinas de la infancia urbana mediadas por la tecnología: Un análisis visual. Papeles de Trabajo sobre Cultura, Educación y Desarrollo Humano, 7(2), 1-16. https://revistas.uam.es/ptcedh/article/view/9865
Harré, R., & Van Langenhove, L. (2003). Positioning theory Blackwell Publishers.
Hidalgo-Marí, T., & Segarra-Saavedra, J. (2017) El fenómeno youtuber y su expansión transmedia. Análisis del empoderamiento juvenil en redes sociales. Fonseca, Journal of Communication, 15, 43-56. https://doi.org/10.14201/fjc2017154356
Honorato, A., Flores, C., Salvaro, G., & Leite, M. I. (2006). A vídeo-gravação como registro, a devolutiva como procedimento: Pensando sobre estratégias metodológicas na pesquisa com crianças. The 29th annual meeting of the Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação Annals of the 29th ANPEd Caxambu: ANPEd.
Jobim e Souza, S. (2008). Imagem técnica e estética: Sobre os modos de produção da cultura e da subjetividade no mundo contemporâneo. In A. P. Gouvêa (Org.), Cine Imaginarium. Imaginário e estética: da arte de fazer psicologia, comunicação e cinema (pp. 265-282). Companhia de Freud: PUC-Rio: FAPERJ.
Krüger-Fernandes, L. (2018). Infância urbana e novas tecnologias: Uma análise pela perspectiva da criança. (Master’s degree dissertation, University of Brasilia). Repositório Institucional da Universidade de Brasília. https://repositorio.unb.br/handle/10482/32310
Krüger-Fernandes, L., & Borges, F. T. (2020). Infâncias urbanas e tecnologias digitais: Reflexões a partir de uma roda de conversa com crianças. In: A. Versuti, C. Mier & J. Santinello (Orgs.). Comunicação, Educação e a Construção do Conhecimento (2ª ed., pp. 154-175). Ria Editorial. http://www.riaeditorial.com/index.php/comunicacao-educacao-e-a-construcao-doconhecimento/
Krüger-Fernandes, L., Ribeiro, L. D. M., & Borges, F. T. (2021). Análise Temática Dialógica aplicada a uma roda de conversa com crianças: Uma explanação baseada em relato de pesquisa. Teias, 22(64), 226-240. 10.12957/teias.%Y.50727
Naves, R., Peres, S. G., Borges, F. F., & Borges, F. T. (2018) A videogravação como recurso metodológico em pesquisa qualitativa para análise de interações. Brazilian Journal of Education, Technology and society, 11(2), 248-261. http://dx.doi.org/10.14571/brajets.v11.n2.248-261
Maheirie, K., Strappazzon, A. L., Müller, F. L. B., Mayorca, D. S., & Barreto, F. R. (2014). Subjetivação, criação e produção audiovisual: Uma experiência em torno de um espetáculo musical. Psicologia & Sociedade, 26(2), 84-92. https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000600009
Martins Filho, A. J., & Barbosa, M. C. S. (2010). Metodologias de pesquisas com crianças. Revista Reflexão e Ação, 18(2), 08-28. http://dx.doi.org/10.17058/rea.v18i2.1496
Merriam-Webster. (n.d.). Bro. In Merriam-Webster.com dictionary Retrieved on August 17, 2020. Available from Available from https://www.merriam-webster.com/dictionary/bro
Orozco-Gómez, G. (2006). Os meios de comunicação de massa na era da internet. Comunicação & Sociedade, 3, 373-378. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v11i3p373-378
Pires, F. (2007). Ser adulta e pesquisar crianças: explorando possibilidades metodológicas na pesquisa antropológica. Revista de Antropologia, 50(1), 225-270. https://doi.org/10.1590/S0034-77012007000100006
Plowman, L., & Stevenson, O. (2012). Using mobile phone diaries to explore children’s everyday lives. Childhood, 19(4), 539-553. https://doi.org/10.1177/0907568212440014
Ribeiro, L. D. M., Krüger-Fernandes, L. & Borges, F. T. (2020). Diálogos argumentativos de crianças em processo de alfabetização: Uma análise dialógica. Revista Educação e Linguagens, 9(18), 464-488.
Ribeiro, L. D., Krüger-Fernandes, L. & Borges, F. T. (2020). Roda de conversa mediada por leitura dialógica com crianças: Uma proposta metodológica de pesquisa qualitativa sobre processos argumentativos. In: S. Oliveira e Sá; F. Freitas; P. Castro; M. G. Sammamed; & A. P. Costa (Orgs). Investigação qualitativa em educação: Avanços e desafios (pp. 83-95). Ludomedia. https://doi.org/10.36367/ntqr.2.2020.83-95 84
Rose, D. (2003). Análise de imagens em movimento. In M. W. Bauer, & G. Gaskell (Orgs.), Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som (2ª ed., pp. 343-264). Vozes.
Silva, C. C., & Borges, F. T. (2017). Análise Temática Dialógica como método de análise de dados verbais em pesquisas qualitativas. Linhas Críticas, 23(51), p. 245-267. https://doi.org/10.26512/lc.v23i51.8221
Silva, N. M. V., Santos, C. V. M., & Rhodes, C. A. A. (2014). Do vídeo para o texto escrito: Implicações para a análise da interação. Psicologia em revista, 20(3), 513-528. https://doi.org/10.5752/P.1678-9523.2014V20N3P513
Sibilia, P. (2016). O show do eu: A intimidade como espetáculo Contraponto.
Valsiner, J. (2012). Fundamentos da psicologia cultural: Mundos da mente, mundos da vida Artmed.
Volóchinov, V. (2017). Marxismo e filosofia da linguagem Editora 34.
Vygotsky, L. (1934/2020). Pensamiento y lenguaje (Colección Esenciales) Ediciones Paidós.
Werle, K., & Bellochio, C. R. (2016). Protagonismo infantil, desafios éticos e metodológicos na pesquisa com crianças. Cadernos de Pesquisa, 23(special edition), 227-242. doi: 10.18764/2178-2229.v.23n.especial/p227-242
Zittoun, T., & Gillespie, A. (2016). Imagination in a human and cultural development: Cultural dynamics of social representation Routlegde.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Larissa Krüger-Fernandes, Lady Daiane Martins Ribeiro, Fabrícia Teixeira Borges
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.