Justiça Organizacional - Um Panorama da Produção Científica Brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/0102.3772e38518.en

Palavras-chave:

justiça organizacional, comportamento organizacional, revisão bibliométrica

Resumo

A relevância da justiça organizacional para melhoria da relação entre trabalhadores e organizações conferiu ao tema destaque em cenário internacional nas últimas décadas. No Brasil, discrepâncias entre as contribuições nacionais e estrangeiras foram apontadas pela última revisão do tema, em 2005. Assim, buscando responder como as dimensões de justiça foram pesquisadas, baseadas em que teorias e quais as principais relações investigadas, este estudo analisou o desenvolvimento da produção científica brasileira sobre justiça organizacional. Realizou-se uma revisão semi-sistemática da literatura, em 19 periódicos (1996-2018). Os resultados evidenciaram diferenças significativas entre a produção nacional e internacional. Apresenta-se uma agenda de pesquisa nacional, explicitando as necessidades de investigação dos antecedentes e dos efeitos mediacionais e interacionais do construto e de melhor fundamentação teórica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Assmar, E. M. L., Ferreira, M. C., & Souto, S. de O. (2005). Justiça organizacional: Uma revisão crítica da literatura. Psicologia: Reflexão e Crítica, 18(3), 443-453. https://doi.org/10.1590/S0102-79722005000300019

Battistella, L. F., Schuster, M. da S., & Dias, V. da V. (2012). Análise da evolução das publicações do tema justiça organizacional no Brasil: Um estudo bibliométrico nos eventos da Anpad e do Semead. Estudos Do Isca, 4, 1-17. https://doi.org/10.34624/ei.v0i4.6271

Beuren, I. M., Amaro, H. D., & da Silva, P. Y. C. (2015). Percepção dos gestores em relação ao princípio da controlabilidade para oalcance da justiça organizacional. REAd. Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre), 21(2), 378-405. https://doi.org/10.1590/1413-2311.0502014.53640

Beuren, I. M., Klein, L., Lara, F. L., & de Almeida, L. B.. (2016). Percepção de justiça organizacional nos sistemas de controle gerencial aumenta o comprometimento e a confiança dos gestores? Revista de Administração Contemporânea, 20(2), 216-237. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2016140083

Borges-Andrade, J. E., & Pagotto, C. do P. (2010). O estado da arte da pesquisa brasileira em psicologia do trabalho e organizacional. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(N. Esp.), 37-50. https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000500004

Borges-Andrade, J. E, Rentería-Pérez, E., & Toro, J. P. (2018). Organizational/work psychology in Latin America. In: R. Ardila (ed.), Psychology in Latin America (pp.105-158). New York: Springer. http://doi.org/cxnb

Cavazotte, F. de S. C. N., Oliveira, L. B. de, & de Miranda, L. C. . (2010). Desigualdade de gênero no trabalho: Reflexos nas atitudes das mulheres e em sua intenção de deixar a empresa. Revista de Administração, 45(1), 70-83. https://doi.org/10.1016/s0080-2107(16)30510-6

Colquitt, J. A. (2001). On the dimensionality of organizational justice: A construct validation of a measure. Journal of Applied Psychology, 86(3), 386-400. https://doi.org/10.1037/0021-9010.86.3.386

Colquitt, J. A. (2012). Organizational Justice. In S. W. J. Kozlowski (Ed.), Oxford library of psychology. The Oxford handbook of organizational psychology (p. 1-37). Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199928309.013.0016

Colquitt, J. A., & Jackson, C. L. (2006). Justice in teams: The context sensitivity of justice rules across individual and team contexts. Journal of Applied Social Psychology, 36(4), 868-899. https://doi.org/10.1111/j.0021-9029.2006.00047.x

Colquitt, J. A., Noe, R. A., & Jackson, C. L. (2002). Justice in teams: Antecedents and consequences of procedural justice climate. Personnel Psychology, 55(1), 83-109. https://doi.org/10.1111/j.1744-6570.2002.tb00104.x

Colquitt, J. A., Scott, B. A., Rodell, J. B., Long, D. M., Zapata, C. P., Conlon, D. E., & Wesson, M. J. (2013). Justice at the millennium, a decade later: A meta-analytic test of social exchange and affect-based perspectives. Journal of Applied Psychology, 98(2), 199-236. https://doi.org/10.1037/a0031757

Colquitt, J. A., Zapata-Phelan, C. P., & Roberson, Q. M. (2005). Justice in teams: A review of fairness effects in collective contexts. Research in Personnel and Human Resources Management, 53-94. https://doi.org/10.1108/S0742-7301(2011)0000030003

Colquitt, J. A., & Zipay, K. P. (2015). Justice, fairness, and employee reactions. Annual Review of Organizational Psychology and Organizational Behavior, 2(1), 75-99. https://doi.org/10.1146/annurev-orgpsych-032414-111457

Cropanzano, R., & Ambrose, M. L. (2015). Organizational justice: Where we have been and where we are going. In R. S. Cropanzano & M. L. Ambrose (Eds.), Oxford library of psychology.The Oxford handbook of justice in the workplace (p. 3-13). Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199981410.013.1

Dal Vesco, D. G., Beuren, I. M., & Popik, F. (2016). Percepção de justiça na avaliação de desempenho e satisfação do trabalho. Enfoque: Reflexão Contábil, 35(3), 121. https://doi.org/10.4025/enfoque.v35i3.28333

Espirito Santo, H., & Daniel, F. B. (2015). Calcular e apresentar tamanhos do efeito em trabalhos científicos (1): As limitações do p < 0,05 na análise de diferenças de médias de dois grupos. Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social, 1(1), 3-16. https://doi.org/10.7342/ismt.rpics.2015.1.1.14

Espírito Santo, H., & Daniel, F. B. (2017). Calcular e apresentar tamanhos do efeito em trabalhos científicos (2): Guia para reportar a força das relações. Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social, 1(3), 53-64. https://doi.org/10.7342/ismt.rpics.2017.3.1.48

Feitosa, J., Salas, E., & Borges-Andrade, J. (2018). Industrial, work and organizational psychology in Latin America. In D. S. Ones, N. Anderson, & H. K. Sinangil The SAGE Handbook of Industrial, Work and Organizational Psychology (pp. 149-157). SAGE Publications Ltd. doi: 10.4135/9781473914964.n8

Filenga, D., & Siqueira, M. M. M. (2006). O impacto de percepções de justiça em três bases de comprometimento organizacional. RAUSP Management Journal, 41(4), 431-441.

Fiuza, G. D. (2010). Políticas de gestão de pessoas, valores pessoais e justiça organizacional. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 11(5), 55-81. https://doi.org/10.1590/s1678-69712010000500004

Greenberg, J. (1990). Organizational justice: Yesterday, today, and tomorrow. Journal of Management, 16(2), 399-432. https://doi.org/10.1177/014920639001600208

Jesus, R. G. De, & Rowe, D. E. O. (2014). Justiça organizacional percebida por professores dos ensinos básico, técnico etecnológico. Revista de Administração Mackenzie, 15(6), 172-200. https://doi.org/10.1590/1678-69712014/administracao.v15n6p172-200

Koopman, J., Scott, B. A., Matta, F. K., Conlon, D. E., & Dennerlein, T. (2019). Ethical leadership as a substitute for justice enactment: An information-processing perspective. Journal of Applied Psychology. https://doi.org/10.1037/apl0000403

Liu, D., Hernandez, M., & Wang, L. (2014). The role of leadership and trust in creating structural ratterns of team procedural justice: A social network investigation. Personnel Psychology, 67(4), 801-845. https://doi.org/10.1111/peps.12062

Masagão, V. da C., & Ferreira, M. C. (2015). O impacto da justiça organizacional sobre o bem-estar laboral: Um estudo com trabalhadores do varejo. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 15(1), 8-18. https://doi.org/10.17652/rpot/2015.1.327

Mendonça, H., Flauzino, D. P., Tamayo, Á., & Paz, M. das G. T. (2004). Percepção e julgamento da retaliação organizacional: Construção e validação fatorial de um instrumento. Estudos de Psicologia (Natal), 9(3), 543-551. https://doi.org/10.1590/s1413-294x2004000300017

Mendonça, H., & Mendes, A. M. (2005). Experiências de injustiça, sofrimento e retaliação no contexto de uma organização pública do Estado de Goiás. Psicologia Em Estudo, 10(3), 489-498. https://doi.org/10.1590/s1413-73722005000300017

Mendonça, H., & Tamayo, A. (2004). Percepção de justiça e reações retaliatórias nas organizações: Análise empírica de um modelo atitudinal. Revista de Administração Contemporânea, 8(2), 117-135. https://doi.org/10.1590/s1415-65552004000200007

Monteiro, A. C., & Mourão, L. (2016). Resiliência e justiça organizacional como antecedentes da percepção de desenvolvimento profissional. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(1), 111-121. https://doi.org/10.1590/0102-37722016012402111121

Nery, V. D. F., Neiva, E. R., & Mendonça, H. (2016). The changing context and the organizational justice impact on the employee Well-Being. Paideia, 26(65), 317-324. https://doi.org/10.1590/1982-43272665201609

Oliveira, D. de F., & Ferreira, M. C. (2016). O impacto das percepções de justiça organizacional e da resiliência sobre o engajamento no trabalho. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(4), 747-755. https://doi.org/10.1590/1982-02752016000400017

Priesemuth, M., Arnaud, A., & Schminke, M. (2013). Bad behavior in groups: The impact of overall justice climate and functional dependence on counterproductive work behavior in work units. Group and Organization Management, 38(2), 230-257. https://doi.org/10.1177/1059601113479399

Puente-Palacios, K. E., & Laros, J. A. (2009). Análise multinível: Contribuições para estudos sobre efeito do contexto social no comportamento individual. Estudos de Psicologia (Campinas), 26(3), 349-361. https://doi.org/10.1590/s0103-166x2009000300008

Rego, A. (2001). Percepções de justiça: Estudos de dimensionalização com professores do ensino superior. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 17(2), 119-131. https://doi.org/10.1590/s0102-37722001000200004

Rego, A., Carvalho, M. T., Leite, R., Freire, C., & Vieira, A. (2002). Justiça nas organizações: Um modelo tetra-dimensional. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 2(2), 113-142.

Rego, A., & Souto, S. (2002). Comprometimento organizacional - Um estudo luso-brasileiro sobre a importância da justiça. XXVI Encontro da ANPAD, 1-16.

Rego, A., & Souto, S. (2004). A percepção de justiça como antecedente do comprometimento organizacional: Um estudo luso-brasileiro. Revista de Administração Contemporânea, 8(1), 151-177. https://doi.org/10.1590/s1415-65552004000100008

Ribeiro, J. A., & Bastos, A. V. B. (2010). Comprometimento e justiça organizacional: Um estudo de suas relações com recompensas assimétricas. Psicologia: Ciência e Profissão, 30(1), 4-21. https://doi.org/10.1590/s1414-98932010000100002

Roch, S. G., Shannon, C. E., Martin, J. J., Swiderski, D., Agosta, J. P., & Shanock, L. R. (2019). Role of employee felt obligation and endorsement of the just world hypothesis: A social exchange theory investigation in an organizational justice context. Journal of Applied Social Psychology, 49(4), 213-225. https://doi.org/10.1111/jasp.12578

Rupp, D. E., Shao, R., Jones, K. S., & Liao, H. (2014).The utility of a multifoci approach to the study of organizational justice: A meta-analytic investigation into the consideration of normative rules, moral accountability, bandwidth-fidelity, and social exchange. Organizational Behavior and Human Decision Processes, 123(2), 159-185. https://doi.org/10.1016/j.obhdp.2013.10.011

dos Santos, L. B.. (2013). Prejudice, discrimination, luso-tropicalism, lusophony, and organizational justice in Portugal, from the point of view of brazilian immigrants. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 13(1), 61-74.

Saraswati, K. D. H. (2019). Work engagement: The impact of psychological capital and organizational justice and its influence on turnover intention. Journal of Management and Marketing Review, 4(1), 86-91.

Silva, A. M. M., Almeida, G. de O., & Carvalho, D. (2005). O papel das dimensões da justiça organizacional distributiva, processual, interpessoal e informacional na predição do burnout. Revista de Administração Mackenzie, 6(1), 107-127.

Silva, M. R., & Caetano, A. (2016). Organizational justice across cultures: A systematic review of four decades of research and some directions for the future. Social Justice Research, 29(3), 257-287. https://doi.org/10.1007/s11211-016-0263-0

Siqueira, M. M. M. (2002). Medidas do comportamento organizacional. Estudos de Psicologia (Natal), 7(spe), 11-18. https://doi.org/10.1590/s1413-294x2002000300003

Snyder, H. (2019). Literature review as a research methodology: An overview and guidelines. Journal of Business Research, 104, 333-339. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2019.07.039

Sousa, I. A. de C. M. de O., & Mendonça, H. (2009). Justiça organizacional, prazer e sofrimento no trabalho: Análise de um modelo mediacional. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 10(4), 57-74. https://doi.org/10.1590/s1678-69712009000400004

Sousa, I. F., & Mendonça, H. (2009). Burnout em professores universitários: Impacto de percepções de justiça e comprometimento afetivo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(4), 499-508. https://doi.org/10.1590/s0102-37722009000400005

Spell, C. S., & Arnold, T. J. (2007). A multi-level analysis of organizational justice climate, structure, and employee mental health. Journal of Management, 33(5), 724-751. https://doi.org/10.1177/0149206307305560

Wang, H., Lu, C., & Siu, O. (2014). Job insecurity and job performance: The moderating role of organizational justice and the mediating role of work engagement. Journal of Applied Psychology, 100(4), 1249-1258. https://doi.org/10.1037/a0038330

Publicado

2022-11-07

Como Citar

Nogueira Guimarães, L., Barreiros Porto, J., & E. Borges-Andrade, J. (2022). Justiça Organizacional - Um Panorama da Produção Científica Brasileira. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 38. https://doi.org/10.1590/0102.3772e38518.en

Edição

Seção

Revisão da Literatura