(In)visibilidade da violência contra as mulheres na saúde mental

Autores

  • Mariana Pedrosa Universidade de Brasília
  • Valeska Zanello Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Violência contra mulher, Saúde mental, Profissionais da saúde

Resumo

O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento acerca da percepção, crenças e conhecimentos sobre violência contra as mulheres e políticas públicas em profissionais de saúde mental. Foram realizadas 12 entrevistas e, a partir da análise de seus conteúdos, foram criadas cinco categorias: “percepção das demandas apresentadas por homens e mulheres”, “experiência no atendimento a mulheres que sofreram violência”, “relação entre violência e saúde mental”, “conhecimento sobre a Lei Maria da Penha e políticas públicas para as mulheres” e “(des)conhecimento da notificação compulsória da violência contra as mulheres”. Os profissionais apresentaram dificuldade para lidar com o tema, principalmente relacionada à notificação da violência e ao encaminhamento do caso. A atuação é baseada na intuição e não em conhecimentos teórico práticos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana Pedrosa, Universidade de Brasília

Psicóloga e Mestre em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília

Valeska Zanello, Universidade de Brasília

Professora do Departamento de Psicologia Clínica. Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura (PPGPSICC), UnB. Coordena o grupo de pesquisa "Saúde mental e gênero".

Referências

Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. (Reto, L.A., Pinheiro, A.
trad.) São Paulo: Edições 70.
Barreto, L. Dimenstein, M., Leite & J. F. (2013). Atenção a mulheres
em situação de violência com demandas em saúde mental.
Athenea Digital 13(3), 195-207.
Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a
violência contra a mulher. (1994). Recuperado de http://www.
cidh.org/Basicos/Portugues/m.Belem.do.Para.htm.
DataSenado. (2015). Violência doméstica e familiar contra a
mulher. Retirado de http://www12.senado.gov.br/noticias/
arquivos/2015/08/10/violencia-domestica-e-familiar-contraa-
mulher.
De Vos, J. (2013). Psychologization and the Subject of Late
Modernity. New York: Palgrave McMillan.
Dillon, G., Hussain, R., Loxton, D., & Rahman, S. (2012). Mental
and physical health and intimate partner violence against
women: a review of literature. International Journal of Family
Medicine, 2013, 1-15.
European Union Agency for Fundamental Rights (2014).Violence
against women: an EU-wide survey.Recuperado de http://
fra.europa.eu/sites/default/files/fra-2014-vaw-survey-mainresults-
apr14_en.pdf.
Lei n. 10.778 de 24 de novembro de 2003. (2003). Brasília, DF.
Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/
l10.778.htm
Lei n. 11.340 de 7 de agosto de 2006. (2006). Brasília, DF.
Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
Maluf, S. W. (2010). Gênero, saúde e aflição: políticas públicas,
ativismo e experiências sociais. In: S. W. Maluf, C. S. Tornquist
(orgs.). Gênero, saúde e aflição: abordagens antropológicas.
Florianópolis: Letras Contemporâneas.
Minayo, M. C. S. (2014). O desafio do conhecimento: pesquisa
qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec Editora. 14ed.
Narvaz, M. G.&Koller, S. H. (2007). A marginalização dos estudos
feministas e de gênero na psicologia acadêmica contemporânea.
Psico, 38 (3), 216-233.
Nyame, S., Howard, L., Feder, G. & Trevillion, K., (2013).A
survey of mental health professionals’ knowledge, attitudes
and preparedness to respond to domestic violence. Journal of
Mental Health, 22(6), 536-543.
Organização Mundial da Saúde. (2005). WHO multi-country study
on women’s health and domestic violence against women:
initial results on prevalence, health outcomes, and women’s
responses. Recuperado de http://www.who.int/gender/violence/
who_multicountry_study/summary_report/summary_report_
English2.pdf
Organização Mundial da Saúde. (2010). Preventing intimate
partner and sexual violence against women: taking
action and generating violence. Recuperado de http://
www.who.int/violence_injury_prevention/publications/
violence/9789241564007_eng.pdf
Organização Mundial da Saúde. (2013). Responding to intimate
partner violence and sexual violence against women. WHO
clinical and policy guidelines. Recuperado de http://www.who.
int/reproductivehealth/publications/violence/9789241548595/en/
Pedrosa, M. & Zanello, V. (prelo). Impactos da violência sobre
a saúde mental das mulheres no Brasil: análise das políticas
públicas.
Portaria n. 141 de 17 de julho de 2012. (2012). Brasília, DF.
Recuperado de http://sintse.tse.jus.br/documentos/2012/Jul/19/
portaria-no-141-de-17-de-julho-de-2012-institui-o.
Rosa, R., Boing, A. F., Schraiber, L. B. & Coelho, E. B. S. (2010).
Violência: conceito e vivência entre acadêmicos da área da
saúde. Interface comunicação, saúde educação, 14 (32), 81-90.
Rose, D., Trevillion, K., Woodall, A., Morgan, C., Geder, G. &
Howard, L. (2011). Barriers and facilitators of disclosures of
domestic violence by mental health service users: qualitative
study. The British Journal of Psychiatry, 198, 189-194.
Schraiber, L. B. & D’Oliveira, A. F. P. L., (1999).Violência contra
as mulheres: interfaces com a saúde. Interface comunicação,
saúde, educação 3(5), 11-26.
Schraiber, L. B., D’Oliveira, A. F. P. L, Portella & A. P. Menicucci,
E. (2009). Violência de gênero no campo da saúde coletiva:
conquistas e desafios. Ciência e saúde coletiva 14(4), 1019-1027.
Schraiber, L.B,. D’Oliveira, A. F. & Couto, M. (2009). Violência
e saúde: contribuições teóricas, metodológicas e éticas de
estudos de violência contra a mulher. Cadernos de Saúde
Pública 25(2), 205-216.
Souza, E. R., Penna, L. H. G., Ferreira, A. L., Tavares, C. M. M.
& Santos, N. C. (2008). O tema violência intrafamiliar em
currículos de graduação em enfermagem e medicina. Rev
enferm, 16, 13-9.
Trevillion, K., Hughes, B., Feder, G.,Borschmann, R., Oram, S.
& Howard, L. M. (2014). Disclosure of domestic violence
in mental health settings: A qualitative meta-synthesis.
International Review of Psychiatry, 26(4), 430-444.
Waiselfisz, J. J. (2012). Mapa da violência: mortes matadas
por arma de fogo. Brasília: DF. Recuperado de http://
mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_web.pdf
Waiselfisz, J. J. (2015). Mapa da violência: mortes matadas por
arma de fogo. Brasília: DF. Recuperado de http://www.
mapadaviolencia.org.br/pdf2015/mapaViolencia2015.pdf
Zanello, V. (2010). Mulheres e loucura: questões de gênero para a
psicologia clínica. In: Zanello, V.; Stevens, C.; Almeida, T.;
Brasil, K. (Org.). Gênero e feminismos: convergências (in)
disciplinares. Brasília: ExLibris, p. 307-320.
Zanello, V. (2014). A saúde mental sob viés de gênero: uma releitura
gendrada da epidemiologia, da semiologia e da interpretação
diagnóstica. In: Zanello, V.e Andrade, A.P. M. Saúde mental
e gênero: diálogos, práticas e interdisciplinaridade. Curitiba:
Editora Appris.
Zanello, V. & Bukowitz, B.(2011). Loucura e cultura: uma escuta
das relações de gênero nas falas de pacientes psiquiatrizados.
Revista Labrys Estudos Feministas. 20-21.
Zanello, V. & Silva, R. M. (2012). Saúde Mental, Gênero e Violência
Estrutural. Bioética, 22 (2). Recuperado de http://revistabioetica.
cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/745/776.

Downloads

Publicado

2017-05-23

Como Citar

Pedrosa, M., & Zanello, V. (2017). (In)visibilidade da violência contra as mulheres na saúde mental. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 32(5). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/19392

Edição

Seção

Estudos Empíricos