Repercussões do Câncer Infantil sobre a Relação Conjugal

Autores

  • Bárbara Steffen Rech UFRGS
  • Isabela Machado da Silva UFRGS
  • Rita de Cássia Sobreira Lopes UFRGS

Palavras-chave:

Oncologia pediátria e psicologia clínica, Câncer infantil, Relação conjugal, Coesão, Comunicação, Sexualidade

Resumo

Investigaram-se as repercussões do câncer de um filho sobre a relação conjugal dos pais. Realizou-se um estudo de caso coletivo com quatro casais. Os dados foram obtidos a partir de entrevistas individuais semiestruturadas e submetidos a uma análise de conteúdo qualitativa, que teve como categorias: Coesão, Comunicação e Intimidade/sexualidade. Observaram-se repercussões nessas três dimensões. Relatou-se uma maior coesão, relacionada à sensação de poder contar com o cônjuge. Quanto à comunicação, constatou-se o predomínio de temas relacionados à enfermidade da criança, mas um silenciamento, entre os homens, quanto aos temores vivenciados. A intimidade/sexualidade mostrou-se influenciada pela ansiedade enfrentada. Constatou-se como o câncer infantil pode exacerbar características já presentes na relação, assim como apresentar novos desafios aos casais.

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Publicado

2013-10-16

Como Citar

Rech, B. S., da Silva, I. M., & Sobreira Lopes, R. de C. (2013). Repercussões do Câncer Infantil sobre a Relação Conjugal. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 29(3), 257–265. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17613

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