MOVIMENTO FENOMENOLÓGICO:

HISTÓRIA, CONTROVÉRSIAS E PERSPECTIVAS NA PESQUISA PSICOLÓGICA

Autores

  • Thiago Gomes de Castro Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • William Gomes Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Psicologia - História da Psicologia, Fenomenologia, História, Método

Resumo

A repercussão do movimento fenomenológico na história da psicologia pode ser notada pelas persistentes tentativas de transposição do caráter eidético da fenomenologia para a análise sistemática de empiria. Nesse sentido, o conceito de redução fenomenológica, descrito pelo filósofo Edmund Husserl (1859-1938) e operacionalizado para a pesquisa psicológica, foi retomado como meio para investigar as tentativas de transição entre filosofia e psicologia. A revisão inclui três modelos de transposição metodológica, a saber: psicologia empírico-fenomenológica, fenomenologia experimental e neurofenomenologia. O trabalho enfatiza as diferenças epistemológicas entre modelos hermenêuticos e naturais no trabalho com dados de primeira pessoa. Conclui-se que um aprofundamento das discussões sobre os acréscimos da fenomenologia à ciência psicológica seria oportuno e viável através do estudo da história desta intersecção.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Damon, L. (2005). A crítica da razão na fenomenologia de Merleau-Ponty: palestra 5. In B. Prado Jr. (Ed.), Ciclo de palestras sobre subjetividade e linguagem. DVD. São Carlos: EdUFSCar.
DeCastro, T. G., & Gomes, W. B. (2008). Fenomenologia naturalizada: o estatuto husserliano e as ciências cognitivas. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 1, 136-147.
Dennett, D. (2003). Who´s on first? Heterophenomenology explained. Journal of Consciousness Studies, 10(9-10), 19”“30.
Depraz, N., Varela, F., & Vermersch, P. (2006). A redução à prova da experiência. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 58, 75-86.
Fouche, F. (1984). Is the phenomenological reduction of use to the human scientist? Journal of Phenomenological Psychology, 15(2), 107-124.
Gauer, G., Gomes, W., & Holanda, A. (2004). Psicologia humanista no Brasil. Em Massimi, M. (Ed.), História da Psicologia no Brasil do Século XX (pp. 87-104). São Paulo: Editora E.P.U.
Giorgi, A. (1985). Phenomenology and Psychological Research. Pittsburgh: Duquesne University Press.
Giorgi, A. (1997). Sobre o método fenomenológico utilizado como modo de pesquisa qualitativa nas ciências humanas: teoria, prática e avaliação. In J. Poupart (Ed.), A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos (pp. 386-409). Petrópolis: Editora Vozes.
Giorgi, A. (2006). Difficulties encountered in the application of the phenomenological method in the social sciences. Análise Psicológica, 24, 353-361.
Husserl, E. (1927). Phenomenology. Verbete para a Enciclopédia Britânica. Tradução para a língua inglesa revisada por Richard Palmer em 1971.
Husserl, E. (1989). La crise dês sciences européennes et la phénoménologie transcendentale. Paris: Gallimard. (Trabalho original publicado em 1936)
Husserl, E. (2000). A idéia da fenomenologia. Lisboa: Edições 70. (Trabalho original publicado em 1907)
Husserl, E. (2001). Logical Investigations. Florence: Routledge. (Trabalho original publicado em 1901)
Husserl, E. (2001). Meditações Cartesianas: introdução à fenomenologia. São Paulo: Editora Madras. (Trabalho original publicado em 1929)
Husserl, E. (2006). Idéias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica. São Paulo: Idéias & Letras. (Trabalho original publicado em 1913).
Ihde, D. (1986). Experimental phenomenology: An introduction. New York: Putnam. (Trabalho original publicado em 1977)
Kern, I. (1993). The three ways to the transcendental phenomenological reduction in the philosophy of Edmund Husserl. In R. Bernet (Ed.), Introduction to Husserlian Phenomenology (pp. 126-149). Chicago: Northwestern University Press.
Kockelmans, J. (1994). Edmund Husserl´s Phenomenology. Chicago: Purdue University Press.
Küng, G. (1975). The phenomenological reduction as epoche and explication. In R. Bernet (Ed.), Introduction to Husserlian Phenomenology (pp. 338-349). Chicago: Northwestern University Press.
Lanigan, R. (1997). Capta versus data: método e evidência em comunicologia. Psicologia: Reflexão e Crítica, 10, 17-45.
Lutz, A., & Thompson, E. (2003). Neurophenomenology: integrating subjective experience and brain dynamics in the neuroscience of consciousness. Journal of Consciousness Studies, 10(9-10), 31-52.
Merleau-Ponty, M. (1999). Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1945).
Moreira, D.A. (2002). O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson.
Nielsen, T. I. (1963). Volition: a new experimental approach. Scandinavian Journal of Psychology, 4, 225-230.
Noë, A. (2007). The critique of pure phenomenology. Phenomenology and the Cognitive Sciences, 6(1-2), 231-245.
Patoĉka, J. (1976). The husserlian doctrine of eidetic intuition and its recent critics (F. Ellinston & P. McCormick, Trans.). In F. Ellinston & P. McCormick (Eds), Husserl: Exposition and appraisals (pp. 150-159). Notre Dame: University of Notre Dame Press.
Roy, J.-M., Petitot, J., Pachoud, B., & Varela, F. (1999). Beyond the gap: an introduction to naturalizing phenomenology. In J. Petitot, F. Varela, B. Pachoud, & J.-M. Roy (Eds.), Naturalizing Phenomenology: Issues in contemporary Phenomenology and Cognitive Sciences (pp. 1-80). Stanford, CA: Stanford University Press.
Spiegelberg, H. (1982). The phenomenological movement: a historical introduction. Boston: Martinus Nihjhoff.
Stevens, R. (2000). Phenomenological approaches to the study of conscious awareness. In M. Velmans (Ed.), Investigating Phenomenal Consciousness. New methodologies and maps (pp. 99-125). Philadelphia: John Benjamins Publishing Company.
Thompson, E. (2007). Cognitive science and human experience. In E. Thompson, Mind in life: biology, phenomenology, and the sciences of mind (pp. 3-15). Cambridge: Harvard University Press.
Velmans, M. (2007). Heterophenomenology versus critical phenomenology. Phenomenology and Cognitive Science, 6(1-2), 221-230.

Downloads

Publicado

2011-07-13

Como Citar

de Castro, T. G., & Gomes, W. (2011). MOVIMENTO FENOMENOLÓGICO:: HISTÓRIA, CONTROVÉRSIAS E PERSPECTIVAS NA PESQUISA PSICOLÓGICA. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 27(2), 233–240. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17528

Edição

Seção

Revisão da Literatura